da France Presse, em Panamá
Ao todo, 5,7 milhões de crianças realizam trabalhos forçados ou trabalham em condições de servidão na América Latina, disse nesta quinta-feira o diretor do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), Nils Kastberg.
"Falamos de cerca de 10% das crianças latino-americanas que trabalham em condições deploráveis". No entanto, "estamos melhorando quanto à porcentagem de crianças que são exploradas no trabalho em números absolutos, mas ainda falta muito a ser melhorado", disse Kastberg no dia internacional da erradicação do trabalho infantil.
Kastberg afirmou que a exploração sexual é uma das formas mais freqüentes de trabalho infantil na América Latina.
Nesse sentido, o diretor da Unicef avaliou que "em todos os países da região fazem falta esforços mais fortes para diminuir os níveis de abuso e exploração sexual" de menores.
Para Kastberg, existe um certo grau de moral dúbia e hipocrisia "no sentido de que se fala muito deste tema mas não necessariamente medidas são tomadas".
Trabalho
O diretor classificou como "formas horríveis de exploração" o trabalho doméstico de meninas, o alistamento militar de menores, o comércio sexual e o trabalho em pedreiras e minas de carvão, entre outros.
"Fazem falta capacidade e compromisso dos governos, sobretudo no que diz respeito ao acesso a uma educação de qualidade e gratuita", disse Kastberg, afirmando que também a sociedade e o mundo empresarial têm sua dose de responsabilidade na busca por soluções.
"Atitudes, costumes e práticas fazem parte da sociedade", mas "acredito que a família, a comunidade e as igrejas devem desempenhar um papel importante na prevenção", acrescentou.
Além disso, as empresas devem garantir que haja uma boa informação e supervisão em relação àquilo que estão produzindo e recebendo, para ter certeza de que não há trabalho infantil envolvido, afirmou.
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