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quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Procurador pedirá ao STF que abra inquérito contra Orlando Silva


Segundo Roberto Gurgel, é a "gravidade dos fatos noticiados" que o levará a requerer investigação criminal contra o ministro do Esporte. Ele será o primeiro ministro do governo Dilma a passar por esse tipo processo
20.10.2011| 01:30
Durante audiência no Senado, Orlando Silva disse que "querem tirar um ministro do cargo no grito"
 (AGÊNCIA ABR) Durante audiência no Senado, Orlando Silva disse que "querem tirar um ministro do cargo no grito" (AGÊNCIA ABR)
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, vai pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) que abra inquérito contra o ministro do Esporte, Orlando Silva. “Considerando a gravidade dos fatos noticiados, deverei estar requerendo nos próximos dias a instauração de inquérito no STF”, anunciou ontem. Com isso, Orlando será o primeiro ministro a ser alvo de pedido de abertura de inquérito no governo Dilma. Nem os ex-ministros Antonio Palocci e Wagner Rossi passaram por constrangimento semelhante.

No requerimento, Gurgel requisitará a realização de diligências para apurar a veracidade das acusações feitas pelo policial militar João Dias Ferreira de que Orlando Silva teria se envolvido num esquema de corrupção. Entre as tradicionais diligências pedidas em casos semelhantes estão quebras de sigilo bancário, fiscal e telefônico.

Para Gurgel, não é possível chegar a conclusões apenas com base em um depoimento. “Nós não podemos nesse momento considerar os fatos provados apenas em razão das declarações de uma única pessoa. Nós temos que examinar isso com atenção devida, com todo o cuidado, para verificar a sua procedência e, em sendo procedentes, aí sim serem adotadas as providências que o caso requer.

O procurador-geral também avalia a possibilidade de pedir ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) que remeta ao STF o inquérito existente naquele órgão para investigar suspeitas de envolvimento do governador do Distrito Federal Agnelo Queiroz (PT) no esquema. Se isso realmente for feito, haverá apenas um inquérito, no STF, para investigar Orlando Silva e Agnelo Queiroz. Segundo o procurador, aparentemente há “um relacionamento muito intenso entre os fatos”.

Ação protocolar?

Informado da decisão de Gurgel, Orlando saiu ontem sem falar com a imprensa da audiência realizada no Senado. O aviso da decisão do procurador foi feito pelo senador Inácio Arruda (PC do B-CE) durante a sessão. No microfone, ele tentou tratar como protocolar a ação de Gurgel. “O procurador tem que encaminhar para atender à solicitação do ministro de que tivesse a investigação. Não é o procurador que está tomando a iniciativa”.

O correligionário do ministro, porém, foi desmentido pelo senador Pedro Taques (PDT-MT), que é procurador de carreira. Taques explicou que existe uma jurisprudência no STF de que é permitido ao procurador arquivar um caso se não encontrar indícios. O pedido de abertura de inquérito só pode ser feito se houver indício de crime.


PC do B vai cair atirando

O que antes circulava nos bastidores de Brasília foi dito publicamente pelo senador Inácio Arruda (PC do B-CE), durante a fala do ministro do Esporte, Orlando Silva, ao Senado, nesta quarta-feira. O partido, abalado pelas revelações de um esquema de corrupção no Ministério dos Transportes, já demonstrou que não vai cair sozinho. Os principais alvos: PT e PMDB.

A cúpula da legenda já tinha levado ao Palácio do Planalto o recado de que uma queda de Orlando Silva pode levar a reboque o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), ex-titular da pasta e que responde a um inquérito no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para apurar fraudes no mesmo programa Segundo Tempo – o que aliás, pode levar a um inquérito unificado no Supremo Tribunal Federal (STF), como disse o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, nesta quarta.

A ameaça era, até agora, em tom velado. Na audiência do Senado tornou-se mais consistente. O senador Inácio Arruda questionou a quem interessaria expulsar Orlando Silva do ministério às vésperas de eventos como a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Lembrou que que o PC do B ganhou musculatura política e acabou virando vitrine.”Nós estamos prestes a completar 90 anos de idade porque nós topamos comprar e enfrentar todas as batalhas no campo político e ideológico. Senão, não teríamos 90 anos. Não teríamos chegado aqui. É porque nós topamos”, disse Arruda.

É esperar para ver os próximos lances. E os próximos alvos.










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