A infecção que fez Elisiane dos Santos San Martins, 34 anos, ficar três dias em coma induzido foi controlada ontem. Há uma semana ela viajou 530 quilômetros para dar à luz os gêmeos Gustavo e Guilherme. A mãe se alimenta bem, e seu quadro melhora a cada dia. É possível que saia da UTI nos próximos dias. O mesmo vale para os bebês. A bolsa da gestante rompeu no dia 21, quando foi internada na Santa Casa de Santa Vitória do Palmar, que emitiu pedido de leito em instituição com Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) neonatal. Somente no dia 23, a Central de Regulação do Estado conseguiu a liberação de dois leitos na UTI neonatal do Hospital Municipal de Novo Hamburgo.
26/10/2011 11h10 - Atualizado em 26/10/2011 11h10
Segundo hospital, melhorou estado clínico de mulher, que está na UTI. Gêmeos nasceram 3 dias após rompimento da bolsa em Novo Hamburgo.
Do G1, em São Paulo
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O Hospital Municipal de Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, informou que melhorou nesta quarta-feira (26) o estado de saúda da mãe de 35 anos que fez um parto de gêmeos após ter de esperar três dias e ter realizar uma viagem de 534 quilômetros. Segundo a assessoria do hospital, a mãe continua em estado grave, mas apresentou melhoras clínicas e não tem mais febre. Ela continua internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), com ventilação e sedada. Os bêbes, dois meninos, estão em estado estável e também estão na UTI. O estado deles também melhorou após o parto, realizado no domingo (23). Eles agora não respiram mais com ajuda de aparelhos. Os bebês nasceram prematuros de sete meses.
Conforme o hospital, a mulher mora em Santa Vitória do Palmar, no sul do Rio Grande do Sul, e procurou uma unidade de atendimento na cidade dela entre quinta-feira (20) e sexta-feira (21), quando a bolsa se rompeu.
Desde então, a mulher aguardava uma vaga na rede pública, que só foi disponibilizada no domingo (23), em Novo Hamburgo, diz hospital.
A paciente foi levada de ambulância para Novo Hamburgo, onde deu entrada no hospital municipal às 17h30 e o parto foi realizado. O prefeito de Santa Vitória do Palmar, Eduardo Morrone, informou que a prefeitura possui convênio com a Santa Casa municipal e que, em casos graves em que o município não consegue prestar atendimento imediato, são solicitadas vagas nas cidades mais próximas, de Pelotas e Rio Grande.
26/10/2011 - 20:10
Conferências de saúde? Para quê?
Em primeiro lugar, o que são as Conferências de Saúde? As municipais, que deveriam ser realizadas em todos os municípios do país; as estaduais, em todos os estados; e a nacional. Todas acontecem a cada quatro anos, há aproximadamente cinqüenta anos, com três segmentos: os profissionais de Saúde, os trabalhadores de Saúde e a população, sendo os delegados eleitos paritariamente ao final de cada Conferência, da municipal para a estadual e desta para a nacional.
Mas conferenciar sobre o quê? A cada Conferência que se segue, é cada vez mais complicado e difícil o acesso e a divulgação; a cada Conferência faz-se uma listagem imensa de reivindicações justas, que geralmente não são atendidas pelos gestores ou pelos governos municipal, estadual e federal, gerando uma imensa frustração a cada quatro anos, ou seja, o que se reivindicou virou de "cabeça para baixo". É o mal-estar causado pela Saúde que a população deseja, contra a ganância dos lucros através da Doença.
Não vejo mais sentido sobre o que conferenciar, basta do diálogo unilateral e ultrapassado de antigas e justas reivindicações que nunca acontecem, ou melhor, acontecem justamente no sentido inverso: a privatização e extinção do Serviço Público com as famigeradas OSS (Organizações Sociais(?) de Saúde), que nada mais são do que empresas privadas.
Não vejo mais sentido sobre o que conferenciar quanto à crescente falta de verbas para a Saúde, a Educação, a Cultura etc. etc., com a antiqüíssima justificativa "não temos recursos", porém, com o pagamento de mais de 50% do PIB (aquilo que todo o país produz) para os banqueiros e multinacionais. Para isso, nunca faltam recursos e o pagamento é feito sempre no prazo certo.
Conferenciar sobre o quê? A corrupção desenfreada na área da Saúde, o mar de lama e esgoto, de desvios astronômicos, sem nenhuma punição? Como se fosse a coisa mais normal do mundo desviar recursos da Saúde, sem a menor fiscalização? Será isso por acaso? A população que reivindica atenção primária, secundária e terciária nas Conferências continua sendo aviltada, massacrada, com o que resta das instituições públicas, totalmente decadentes, "caindo aos pedaços", além dos salários indignos dos funcionários. A imensa corrupção não deixa chegar na "ponta" (as Unidades de Saúde) o mínimo: gaze, esparadrapo, filme de raio-x...
Como o mais votado delegado no setor Trabalhadores de Saúde na última Conferência Municipal de Saúde de Niterói-RJ, fui eleito para a Conferência Estadual, no momento em que o governo do estado do Rio de Janeiro e a prefeitura da cidade do Rio de Janeiro aprovaram leis que privatizam os serviços de Saúde, o que vai desencadear uma cascata de leis de igual teor e terror nos demais estados brasileiros, desembocando no Governo Federal. Mídias adestradas, câmaras de vereadores e deputados obedientes só facilitam esse processo de adoecimento das instituições e da população.
Conferenciar sobre o quê, se as administrações dos hospitais e Unidades de Saúde serão privatizadas e terão "duas entradas, duas portas" - uma para quem possui recursos, outra para o "povão"?
Não é preciso conferenciar para saber o que vai acontecer... Não é preciso conferenciar para entender que o hospital público funcionando adequadamente fecha qualquer instituição privada a sua volta. Portanto, para o modelo capitalista-neoliberal, adoecer e "cancerizar" a instituição pública é necessidade vital.
Chega de enganação, de ficar "ganhando tempo". A minha posição pode parecer radical, respeito as demais, mas não faz sentido ir a mais uma Conferência. Nego-me a ir.
Conferenciar, dialogar com quem? Com aquele que necessita da doença, da barbárie, da dor, da perversidade, do lucro, da ganância, pressupondo nossa alienação, pressupondo nossa total ou parcial perda de consciência, em um país onde há a mais alta taxa de juros do planeta, salários aviltantes, justiça precaríssima, doenças crônicas e sócio-sanitárias em escalas assustadoras, falta de informação, prevenção, medicamentos, equipamentos?
País campeão mundial em acidente vascular cerebral, em consumo de agrotóxicos, mas que para as elites proporciona cada vez mais conforto, recursos, boa educação, bons laboratórios, medicamentos, equipamentos... Um outro mundo?
Chega de Conferências, queremos "pular a cerca", derrubá-la, romper o arame farpado que nos separa da Saúde. A minha forma de protestar pode não ser a da maioria, que respeito, é assumir e resguardar as nossas Unidades de Saúde antes que nos sejam tomadas definitivamente. Não é conferenciando com alguém "invisível", que nunca nos deu atenção, nem vai dar, e que só quer ganhar tempo e nos desgastar, nos "adoecer".
A nossa saúde clínica e social depende da posição que tomarmos. Vamos à luta. O que perderemos? Poderemos perder se ficarmos paralisados. Aí, sim, estaremos perdidos. Ir à luta nas ruas, nas unidades de saúde, repetindo o papel de mil cidades no mundo, que protestaram e assumiram sua posição contra a opressão do capitalismo selvagem que barbariza este planeta.
Não será conferenciando eternamente com o inimigo que se vai resolver a questão. Ninguém quer adoecer, mas esse inimigo perverso e cruel precisa e quer nos adoecer.
A população brasileira quer, ou melhor, exige que as unidades de saúde públicas funcionem como devem, com bons serviços, voltadas para a justiça social, para a democracia, excluindo os "chupadores de sangue", gananciosos e sedentos de lucros.
A população brasileira quer, ou melhor, exige que seja cumprido o primeiro princípio do Direito: a vida. Vida é Saúde, Saúde é transformação social e as transformações exigem sacrifícios.
Já conferenciamos demais. Agora, é hora das ações.
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