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quinta-feira, 21 de julho de 2011

Mulher é vítima de ataque sexual em estação do metrô em SP


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DE SÃO PAULO

Uma mulher de 34 anos foi vítima de um ataque sexual na última terça-feira (19) dentro da estação Sacomã do Metrô de São Paulo. O homem chegou a tirar a parte de baixo da roupa, mas a mulher conseguiu se desvencilhar e fugir. O criminoso também fugiu.

Segundo a polícia, o ataque aconteceu por volta das 9h20 após a vítima pedir informações sobre trajeto a um homem dentro da estação. Ela então seguiu as indicações, mas foi atacada pelo mesmo homem quando caminhava pela escada indicada.

O boletim registrado na Delpom (Delegacia de Polícia do Metropolitano) relata que o homem chegou a tirar a parte de baixo da roupa e durante luta corporal com a vítima tirou um objeto semelhante a uma faca da jaqueta, mas a mulher conseguiu se desvencilhar e correr.

A polícia informou que o criminoso também fugiu correndo em direção ao terminal de ônibus. O caso foi registrado como ato obsceno, lesão corporal e ameaça, mas o criminoso não tinha sido identificado até a manhã desta quinta-feira.

Embora o boletim de ocorrência afirme que as câmeras de segurança da estação Sacomã não registraram o crime, o Metrô informou, em nota, que as "câmeras registraram o fato e essas imagens serão disponibilizadas à autoridade policial".

O Metrô ainda recomenda que qualquer comportamento inadequado percebido pelos passageiros seja comunicado a um funcionário pessoalmente ou via SMS-Denúncia --pelo número 7333-2252--, que funciona 24h por dia. O serviço SMS garante total anonimato aos denunciantes.




Mulher relata ataque sexual dentro de estação do Metrô de SP

Vítima foi abordada por homem em escada da Estação Sacomã.
Metrô diz que imagens flagraram ação; elas serão repassadas à polícia.

Juliana Cardilli Do G1 SP

Ana Cláudia mostra o boletim de ocorrência feito após o ataque (Foto: Juliana Cardilli/G1)Ana Claudia mostra o boletim de ocorrência feito
após o ataque (Foto: Juliana Cardilli/G1)

A autônoma Ana Claudia, de 34 anos, jamais pensou que após três anos utilizando o Metrô de São Paulo pudesse passar por uma experiência tão traumatizante. Na manhã de terça-feira (19), logo após chegar à Estação Sacomã, na Zona Sul da capital, ela relatou ter sido atacada por um homem a quem havia acabado de pedir informações. O suspeito chegou a tirar a parte inferior de sua roupa em uma escada escondida na estação. Ela conseguiu escapar – assim como o homem –, mas ainda teme que a situação se repita com outras mulheres.

O Metrô confirma o ato e diz que câmeras instaladas na estação registraram a ação. "As imagens serão disponibilizadas à autoridade policial, que conduzirá a investigação", diz a companhia, em nota.

Ana Claudia havia acabado de entrar na estação pela entrada da Rua Bom Pastor e procurou alguém para pedir informações sobre qual sentido pegar para ir até a Estação Ana Rosa. O homem apontou uma escada que fica ao lado do elevador para deficientes da estação. A autônoma contou ter subido quatro degraus antes de ser abordada pelo mesmo homem.

“Ele apontou para o local errado, essa escada é um local ermo, não tem passagem quase de ninguém, isso até os próprios funcionários me informaram. Ele subiu atrás de mim, segurou no meu braço, e já foi tirando a roupa dele. Ele ficou totalmente nu da cintura para baixo. Ele era bem grande, eu não sei se onde eu tirei forças para me soltar”, contou ela, que não quis ter seu sobrenome divulgado.


De acordo com a vítima, o trecho da escada não é visível para o restante da estação. Após se soltar pela primeira vez, o homem voltou a agarrá-la. “Quando eu me soltei, ele tirou da jaqueta não sei se uma faca, um canivete, e veio para cima de mim, segurou na gola da minha camisa. Eu ainda assim consegui sair dele, desci correndo as escadas gritando. Várias pessoas presenciaram meu desespero, outras pessoas até correram atrás dele, porque a gente viu ele passando direto do metrô para o terminal de ônibus, e não tinha nenhuma segurança no local para conseguir detê-lo.”

Tudo aconteceu por volta das 9h20. Ana Claudia foi encaminhada para a sala da segurança da estação, onde recebeu assistência e foi encaminhada para a Delegacia do Metropolitano, na Barra Funda, Zona Oeste de São Paulo, para registrar a ocorrência.

Segundo Ana Claudia, os agentes de segurança afirmaram que não há monitoramento no local onde ocorreu o ataque. No boletim de ocorrência também consta que não foram registradas imagens dentro da estação - entretanto, o Metrô diz que foram feitas gravações do ocorrido.

Falta de segurança
A autônoma resolveu divulgar seu caso para que outras pessoas fiquem mais atentas e para que o Metrô tome alguma providência em relação à segurança na estação. “Se ele tentou comigo, se a vontade dele é essa, ele vai tentar com outras pessoas. Eu não aceito essa situação de passar uma propaganda na televisão de que a Estação Sacomã é uma das mais novas, mais modernas, totalmente segura, e acontecer um negócio desses”, disse ela.

“O próprio chefe de segurança do Metrô falou para mim que eu tive muita sorte, porque essa escada não tem vista para lugar nenhum e que se ele realmente tivesse sido mais ágil ou mais esperto, ele teria feito o que ele queria ali, com todo o tempo do mundo”, afirmou ela.

O caso foi registrado como ato obsceno, lesão corporal e ameaça. Ana Claudia chegou a ser encaminhada para o Instituto Médico-Legal (IML) para exame cautelar. Mesmo sem lesões aparentes, ela relatou sentir dores nesta quarta. “Eu estou totalmente destruída. Acordei com as pernas parecendo que levei muitos chutes, não sei se ele me chutou na hora. Os braços todos doloridos, a coluna parece que está fora do lugar, acho que eu devo ter feito uma força descomunal para conseguir escapar.”

A Polícia Civil busca testemunhas que possam ter visto o homem em outro local. Ele foi descrito pela vítima como um homem negro, com cerca de 1,85 metro, olhos e cabelos escuros e forte. No dia do crime, estava com uma calça clara e uma jaqueta marrom.

Em nota, o Metrô diz que "recomenda que qualquer comportamento inadequado percebido pelos passageiros seja imediatamente comunicado a um funcionário do Metrô para as providências cabíveis. Essa comunicação pode ser feita pessoalmente ou via SMS-Denúncia (7333-2252), que funciona 24h por dia". "O serviço SMS garante total anonimato aos denunciantes", completa.

Abusos
Em abril, uma supervisora de vendas de 26 anos disse ter sido vítima de violência sexual dentro de um vagão da Linha 2-Verde do Metrô, de acordo com boletim de ocorrência registrado no 78º Distrito Policial, nos Jardins. Ela seguia no sentido Vila Madalena quando teria ocorrido a agressão, entre as estações Paraíso e Brigadeiro. O Metrô afirmou não ter registrado nenhuma ocorrência contra “a dignidade sexual de usuário” na data.

Em reportagem publicado em abril deste ano, o G1 revelou que trens do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) registram, em média, seis ocorrências de atentado ao pudor por mês. São em média três casos por mês no Metrô e outros três nas seis linhas da CPTM.

Na época, o Metrô disse que seguranças uniformizados e à paisana circulam inclusive nos vagões para coibir atitudes irregulares.


Metrô e CPTM têm ao menos seis casos de abuso denunciados por mês

Vítima conta como conseguiu ajuda para levar agressor à delegacia.
'Acho que se todas dessem parte, as coisas não estariam como hoje.'

Roney Domingos Do G1, em São Paulo


Foto: Roney Domingos/ G1

Passageiros embarcam no Metrô Brás da Linha Vermelha em direção ao centro de SP (Foto: Roney Domingos/ G1)

Trens do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) registram em média seis ocorrências de atentado ao pudor por mês. São em média três casos por mês no Metrô, segundo o delegado titular da Delegacia do Metropolitano (Delpom), Valdir Rosa. E outros três nas seis linhas da CPTM, de acordo com a assessoria de imprensa da estatal.

O Metrô diz que é um dos mais seguros do mundo porque registra 1,1 ocorrência para cada milhão de passageiros transportados, abaixo da comparação mundial, de 1,5 por milhão. Mas embora o Metrô afirme não haver casos de atentado ao pudor em 2009, há processos relatados na Justiça sobre casos de importunação ofensiva ao pudor no mesmo ano.

Nos casos registrados pela Delpom, vítima e agressor são conduzidos por seguranças à delegacia, que fica na Barra Funda, Zona Oeste. Embora a quase totalidade das vítimas seja do sexo feminino, no ano passado até mesmo um homem reclamou ter sido assediado dentro do vagão.

"São dois ou três casos por mês. A pessoa briga, xinga e chama os seguranças, que levam o agressor para a delegacia", diz o delegado Valdir Rosa, que trabalha há dez anos à frente da Delpom.

Ele recomenda cautela para evitar abusos e avisa que há até suspeitos reincidentes. "A pessoa tem de ficar atenta, colocar uma bolsa para se proteger e, se alguém incomodar, chamar a segurança", afirma.

O delegado conta que, na maioria das vezes, o abuso acontece nos horários de pico quando as pessoas estão indo para o trabalho ou voltando para casa. As ocorrências formalizadas dão origem a processos judiciais em que o agressor é identificado como incurso na Lei das Contravenções Penais (art 61: "importunar alguém, em lugar público ou acessível ao público, de modo ofensivo ao pudor"). Os processos se acumulam na Justiça paulista.

Casos

Foi enquadrado neste artigo o homem de 57 anos flagrado ao posicionar-se atrás de uma passageira e esfregar o corpo contra o dela, dentro do vagão, na altura da estação Bresser, por volta das 18h30 do dia 14 de janeiro de 2009. O caso virou um processo judicial que tramita na 9ª Vara Criminal. A vítima da agressão, Marcela Colebrusco, falou ao G1. "Acho que se todas as pessoas que sofressem algum tipo de abuso dessem parte na delegacia, as coisas não estariam como estão hoje", afirmou (veja íntegra do depoimento abaixo).

  • Aspas

    Acho que se todas as pessoas que sofressem algum tipo de abuso dessem parte na delegacia, as coisas não estariam como estão hoje"

Também foi indiciado um homem de 36 anos que, segundo o processo, passou as mãos "reiteradas vezes" nas nádegas de uma passageira entre as estações Sé e São Joaquim do Metrô, às 9h20 do dia 6 junho de 2008.

Em outro caso, ocorrido às 7h20 de 10 de abril de 2003, uma passageira que embarcou na estação Brás chamou os seguranças enquanto segurava o homem que momentos antes se aproximou dela por trás. Segundo o processo, os seguranças levaram vítima e suspeito até a delegacia, onde o homem confessou ter ejaculado na vítima.

Como agir

O Metrô de São Paulo diz que seguranças uniformizados e à paisana circulam inclusive nos vagões para coibir atitudes irregulares. O encaminhamento das ocorrências é efetuado diretamente para a Delpom localizada na Estação Barra Funda. Quem se sentir vítima ou presenciar outra pessoa nesta situação deve acionar a segurança, para ser imediatamente atendido.

A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) recomenda que caso alguma mulher seja importunada informe imediatamente a um agente de segurança. A empresa também oferece o Disk Denúncia, que permite a denúncia por mensagem do tipo torpedo SMS para o celular 7150-4949 diretamente à Central de Monitoramento de Segurança, que destacará o agente mais próximo para atuação. Já o telefone de atendimento ao usuário é o 0800-055121.

Depoimento

Vítima de abuso dentro de um vagão do Metrô na tarde de 14 de janeiro de 2009, a estudante e funcionária pública Marcela Colebrusco levou para a Delegacia do Metropolitano o homem que a importunava dentro do trem perto da estação Bresser do Metrô. Ela contou com a ajuda de dois seguranças do Metrô à paisana que já observavam o comportamento do suspeito.

Veja o depoimento que ela deu ao G1:

"Eu estava voltando do trabalho com uma amiga e, como sempre, pegamos o metrô. Havia de fato um grande número de pessoas naquele dia devido ao horário. Ela conseguiu sentar; eu, não.

Havia um senhor, que aparentava ter mais ou menos 60 anos. Eu me lembro muito bem dele, porque fiquei indignada ao ver que todos viram que era um senhor de idade e ninguém ofereceu um lugar para ele.

Estava muito distraída, conversando com a minha amiga, e senti que ele estava cada vez mais próximo de mim. Havia espaço suficiente para ele ficar longe e não precisar encostar, apesar de o trem estar cheio. Pensei que ele havia se desequilibrado, mas não. Ele estava realmente fazendo algo que não havia percebido.


Fiz um teste. Resolvi ir para o lado, para ver qual a atitude dele. E ele me acompanhou. Então, fui para o outro lado, e ele foi também. Fui para a frente e ele cobriu a parte da frente do seu corpo com a mochila e começou a se movimentar se encostando em mim de um jeito muito suspeito.

Foi aí que percebi que ele estava fazendo gestos obcenos e se aproveitando de mim. Como não sou de arrumar briga, mas achei um absurdo o que ele estava fazendo, virei para trás e comecei a discutir com ele. E dei um empurrão nele, de leve, mas dei.


Fui abordada por dois seguranças do Metrô que, no momento, estavam à paisana. Eles me perguntaram se eu queria ir até a delegacia do metrô dar parte dele, pois estavam ali, justamente, porque já haviam percebido algo de estranho naquele senhor.


Neste mesmo momento, o senhor estava tentando sair pelo outro vagão. Foi quando não pensei duas vezes: decidi ir até a delegacia. Os seguranças saíram correndo atrás dele e pediram para ele os acompanhar.


Pois bem, fomos, eu e minha amiga e um dos seguranças para a delegacia do metrô e demos parte dele. Lembrando que ela foi minha testemunha.


O trabalho dos seguranças do Metrô foi excelente, pois, em nenhum momento, nos deparamos com o senhor. Nós entramos primeiro. Entraram com ele por outra porta. Ou seja,ele não conseguiu mais nos ver.


Dei o meu depoimento, muito constrangida, óbvio. Mas sei que fiz a coisa certa.
Muitas mulheres passam pela mesma situação que eu passei e não fazem absolutamente nada.

  • Aspas

    Depois do que aconteceu quando qualquer pessoa que encosta em mim no Metrô eu já olho de outra maneira"

Acho que se todas as pessoas que sofressem algum tipo de abuso dessem parte na delegacia, as coisas não estariam como estão hoje.


Não quis mais acompanhar o caso. Acho que fiz minha parte e vi que deu certo para alertar essas pessoas que sofrem abusos em transportes públicos. Continuo utilizando o Metrô, é claro, com mais precaução.

Mas acho que, inconscientemente, guardei algum trauma, sim, pois depois do que aconteceu quando qualquer pessoa que encosta em mim no Metrô eu já olho de outra maneira. A mensagem que deixo é a seguinte: 'Não deixe esse tipo de situação passar em branco, lute pela dignidade e respeito.'



LAST

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