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quinta-feira, 10 de março de 2011

Morte : Seara Alimentos, responsável pela marca Pena Branca Secretaria de Saúde ordena retirada de mortadela de supermercados

quarta | 09/03/2011 14:04:00

Textos: Redação Fotos: Liana Fernandes


Secretaria de Saúde ordena retirada de mortadela de supermercados Ampliar Imagem

No último domingo, uma mulher de Joinville morreu vítima de intoxicação alimentar. A suspeita é que ela tenha ingerido uma mortadela estragada.

O secretário de saúde do estado, Dalmo Claro de Oliveira, investiga o caso, mas já declarou que todas as mortadelas da referida marca, fabricadas em 17 de fevereiro e com validade até 18 de abril, não devem ser consumidas, pois estão sendo analisadas.

"A medida é por precaução, até análise detalhada da amostra. Se o resultado não mostrar contaminação do produto, ele poderá ser ingerido", afirmou o secretário em seu microblog.

De acordo com ele, a suspeita é de que a mortadela possa estar contaminada pela bactéria Clostridium, causadora do botulismo. A doença é bastante rara, mas com altos índices de letalidade.

Em Criciúma, todas as mortadelas deste lote foram retiradas de circulação e o preço do produto em alguns lugares colocado em promoção. Algumas pessoas que adquiriram o produto antes de saber do fato estão procurando os locais onde compraram para trocar, mas os estabelecimentos não estão fazendo a troca.

“Se abrirmos uma exceção para um, vamos ter que abrir para todos, nem nós sabíamos deste ocorrido. Quando tomamos conhecimento fizemos o que podíamos internamente, todos nós vamos ser lesados por isso, não apenas os consumidores”, comenta o gerente de um supermercado, que prefere não se identificar.

Saúde espera entrega de laudo sobre suspeita de botulismo ainda nesta quinta em Joinville

Exame apontou intoxicação em mortadela consumida por mulher que morreu

Karina Schovepper - Roelton Maciel - Taísa Rodrigues

No fim da tarde de desta quinta, a Secretaria do Estado da Saúde pode ter a confirmação se as três pessoas que tiveram de ser internadas em Joinville na última semana realmente sofreram uma intoxicação alimentar rara chamada de botulismo. O resultado da contraprova, encomendado pelo governo ao Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, tem prazo de entrega para sexta-feira. Mas o secretário da Saúde, Dalmo Claro de Oliveira (PMDB), acredita que pode ter informação do resultado ainda nesta quinta.

As primeiras análises, feitas pelo Laboratório Central de Saúde Pública em Santa Catarina (Lacen) em uma amostra da mortadela consumida pelas pessoas que se sentiram mal, apontou presença dos esporos da bactéria Clostridium botulinum. O micro-organismo produz uma neurotoxina cuja ação, associada à demora no diagnóstico, pode ter causado a morte da dona de casa Benta Janaína Lamego, de 36 anos, no Hospital Regional Hans Dieter Schmidt.

Se forem confirmados os casos de botulismo, Santa Catarina registrará casos da doença pela primeira vez, de acordo com levantamento feito pela Ministério da Saúde e divulgado pela Vigilância Epidemiológica do Estado. Entre 1999 e 2009 foram registrados 105 casos suspeitos no País, dos quais 41 foram confirmados e resultaram em dez mortes. Na região Sul, apenas o Rio Grande do Sul tem registros – dois casos, em 2005.

— A cultura apontou que havia a bactéria Clostridium, mas não sabemos se é a do botulismo ou não —, afirma o diretor da Vigilância Epidemiológica do Estado, Luis Antonio Silva.

— Amostras biológicas das pessoas suspeitas de intoxicação também foram recolhidas —, diz.

Segundo a diretora da Vigilância Sanitária de SC, Raquel Ribeiro Bittencourt, como medida preventiva, foi instaurada uma interdição cautelar e a fabricante da marca Pena Branca, ligada à Seara e ao grupo Marfrig, foi orientada a reter o estoque da mortadela toucinho fabricada em 17 de fevereiro.

— Com esta medida, os produtos ficarão apreendidos nos estabelecimentos comerciais até a divulgação do laudo. Caso seja confirmada a contaminação, os produtos serão destruídos.

Por medida de prevenção, a empresa Seara, responsável pela marca Pena Branca, fabricante da mortadela, avisou nesta quarta que retiraria o lote suspeito dos mercados gaúcho e catarinense. Os produtos também foram retirados pela Vigilância Sanitária de Araquari do mercado onde as pessoas com suspeita da doença compraram o embutido. Duas delas continuam internadas no Regional. O marido de Benta, o pedreiro Valdecir dos Santos, de 38 anos, foi medicado no fim da tarde de terça-feira em casa.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária e a Vigilância Sanitária gaúcha também já foram comunicadas pela Secretaria da Saúde catarinense sobre a suspeita de contaminação. A informação foi repassada às vigilâncias municipais de Santa Catarina, que ficarão responsáveis pela vistoria dos estabelecimentos que vendem o produto.

DOIS AINDA ESTÃO INTERNADOS

O pedreiro Ademir Muniz Vieira, 34 anos, e a dona de casa Noeli Neusa Maia, 46, internados desde segunda-feira no Hospital Regional Hans Dieter Schmidt com suspeita de botulismo, continuam em observação. O pedreiro comeu da mortadela dividida com a dona de casa Benta Lamego e o marido dela, que também se sentiu mal. Noeli mora no mesmo bairro que o casal – Itinga, em Araquari – mas eles não se conhecem. Ela comprou o produto no mesmo mercado.

Conforme o diretor técnico do hospital, médico Hercílio Fronza Jr., os pacientes estão sob responsabilidade do serviço de infectologia.

— Eles estão sendo medicados e não correm risco de morrer —, diz.

Mas, na terça, segundo a mãe de Ademir, Marlene Muniz, 55, o filho foi transferido para a UTI.

— Não sei bem o que ele teve. A língua estava enrolada e a boca seca. Levaram para a UTI, mas graças a Deus ele saiu nesta quarta.

Noeli não está com os sintomas tão avançados – não chegou a comer a mortadela. Provou, percebeu gosto estranho e cuspiu. Valdecir dos Santos, 38, marido da dona de casa Benta, morta no domingo, não procurou o hospital. Foi medicado terça, em casa. Nesta quarta, contou que se sentia melhor.

— O enjoo e a diarréia pararam. Me sinto um pouco melhor. Só dói o estômago, mas estou tomando os remédios certinho.

O Regional aguarda o laudo encomendado a São Paulo para confirmar se os dois pacientes estão com botulismo e se Benta Lamego morreu em decorrência da doença. O IML de Joinville também espera a análise para anexá-la ao laudo do exame toxicológico feito no corpo da dona de casa. O resultado deve ficar pronto na semana que vem.

VIGILÂNCIA VISTORIA MERCADO

A dona do supermercado Rio Campense, Mara Ângelo de Souza Kuhnen, onde foi comprada a mortadela consumida pelas pessoas com suspeita de botulismo, sustenta que a contaminação não ocorreu no estabelecimento de Araquari. Ela cita o prazo de validade ainda não expirado do produto fabricado em 17 de fevereiro.

— Ficamos sabendo o que aconteceu e, na sexta-feira, a Vigilância de Araquari e do Estado estiveram aqui. Foi constatado que tudo estava de acordo com as normas, ou seja, a mortadela estava armazenada corretamente.

A preocupação de Mara é que a clientela se afaste do mercado por causa da suspeita.

— Infelizmente, está todo mundo falando do mercado, mas está tudo correto. O laudo deve apontar se tem ou não toxina na mortadela. Não temos culpa. O que posso fazer é prestar solidariedade à família de Benta —, diz ela, citando a dona de casa que morreu no Hospital Regional Hans Dieter Schmidt na madrugada de segunda-feira.

A Vigilância Sanitária de Araquari recolheu dez produtos da mesma marca no mercado. Amostras foram enviadas para análise em Florianópolis e em São Paulo. A diretora da Vigilância Sanitária de Araquari, Débora Mendes, confirmou nesta quarta que não foram encontradas irregularidades no estabelecimento comercial.

— As condições de armazenamento e temperatura estavam de acordo com as normas.

A diretora adianta que estão previstas vistorias em todos os estabelecimentos que receberam o lote da mortadela.

— Quando tivermos o laudo em mãos é que vamos estudar medidas de prevenção e alerta quanto à possível contaminação por botulismo.

MARCA RECOLHERÁ LOTE EM SC

As mortadelas do lote suspeito de contaminação pela bactéria causadora do botulismo serão recolhidas em todos os pontos comerciais catarinenses e gaúchos. A medida partiu da empresa Seara Alimentos, responsável pela marca Pena Branca, que fabrica embutidos no Rio Grande do Sul.

Uma das maiores exportadoras de carne suína do País, a Seara afirmou, por meio da assessoria de imprensa, que vai retirar o produto de circulação por precaução. A fábrica preferiu se antecipar ao resultado laboratorial para evitar novas suspeitas de infecção.

Ainda segundo a assessoria de imprensa, as mortadelas do lote serão trocadas, nos pontos de venda, por outras com data de fabricação diferente. O fabricante não soube informar em quantas cidades haverá reposição, mas Araquari e Joinville estão incluídas. O produto recolhido será levado a uma câmara fria da empresa, que desde 2009 faz parte do grupo paulista Marfrig, exportador de produtos de carne para 22 países.

Apesar de ter feito um exame com amostras do lote suspeito de contaminação em laboratório particular, o fabricante decidiu não divulgar o resultado. A justificativa é de que o exame não inclui todos os procedimentos para um resultado 100% seguro. Por isso, vai esperar a divulgação da contraprova.

Mesmo sem a certeza da contaminação, o secretário da Saúde, Dalmo Claro, não se arrepende de ter alertado do caso pelo Twitter.

— Procurei agir da maneira mais rápida possível. Imagina se a mortadela realmente é contaminada e a gente não avisa a população?.

O secretário também não espera que o Estado seja alvo de ação judicial.

— A empresa tem o direito de reclamar. Mas eu, como autoridade de Saúde, me senti na obrigação de alertar a população —, justifica.


Perto de uma resposta

Saúde espera ter hoje contraprova do exame que apontou intoxicação em mortadela consumida por mulher que morreu em Joinville. Cidade pode ter os primeiros casos registrados de botulismo em SC

No fim da tarde de hoje, a Secretaria do Estado da Saúde pode ter a confirmação se as três pessoas que tiveram de ser internadas em Joinville na última semana realmente sofreram uma intoxicação alimentar rara chamada de botulismo. O resultado da contraprova, encomendado pelo governo ao Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, tem prazo de entrega para amanhã. Mas o secretário da Saúde, Dalmo Claro de Oliveira (PMDB), acredita que pode ter informação do resultado ainda hoje.

As primeiras análises, feitas pelo Laboratório Central de Saúde Pública em Santa Catarina (Lacen) em uma amostra da mortadela consumida pelas pessoas que se sentiram mal, apontou presença dos esporos da bactéria Clostridium botulinum. O micro-organismo produz uma neurotoxina cuja ação, associada à demora no diagnóstico, pode ter causado a morte da dona de casa Benta Janaína Lamego, de 36 anos, no Hospital Regional Hans Dieter Schmidt.

Se forem confirmados os casos de botulismo, Santa Catarina registrará casos da doença pela primeira vez, de acordo com levantamento feito pela Ministério da Saúde e divulgado pela Vigilância Epidemiológica do Estado. Entre 1999 e 2009 foram registrados 105 casos suspeitos no País, dos quais 41 foram confirmados e resultaram em dez mortes. Na região Sul, apenas o Rio Grande do Sul tem registros – dois casos, em 2005.

“A cultura apontou que havia a bactéria Clostridium, mas não sabemos se é a do botulismo ou não”, afirma o diretor da Vigilância Epidemiológica do Estado, Luis Antonio Silva. “Amostras biológicas das pessoas suspeitas de intoxicação também foram recolhidas”, diz.

Segundo a diretora da Vigilância Sanitária de SC, Raquel Ribeiro Bittencourt, como medida preventiva, foi instaurada uma interdição cautelar e a fabricante da marca Pena Branca, ligada à Seara e ao grupo Marfrig, foi orientada a reter o estoque da mortadela toucinho fabricada em 17 de fevereiro. “Com esta medida, os produtos ficarão apreendidos nos estabelecimentos comerciais até a divulgação do laudo. Caso seja confirmada a contaminação, os produtos serão destruídos.”

Por medida de prevenção, a empresa Seara, responsável pela marca Pena Branca, fabricante da mortadela, avisou ontem que retiraria o lote suspeito dos mercados gaúcho e catarinense. Os produtos também foram retirados pela Vigilância Sanitária de Araquari do mercado onde as pessoas com suspeita da doença compraram o embutido. Duas delas continuam internadas no Regional. O marido de Benta, o pedreiro Valdecir dos Santos, de 38 anos, foi medicado no fim da tarde de terça-feira em casa.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária e a Vigilância Sanitária gaúcha também já foram comunicadas pela Secretaria da Saúde catarinense sobre a suspeita de contaminação. A informação foi repassada às vigilâncias municipais de Santa Catarina, que ficarão responsáveis pela vistoria dos estabelecimentos que vendem o produto.


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