Carnaval em Brasília é sinônimo de ruas e prédios públicos desertos. Mas a Câmara Legislativa (sempre ela) decidiu quebrar a tradição. Ao menos se levarmos em conta a quantidade de luzes acesas nas quatro noites de folia. Andares inteiros permaneceram com todos os cômodos iluminados, mesmo com os 24 nobres deputados distritais de folga.
Poderia ser um sinal de que um grupo de dedicados servidores decidiu fazer hora extra em meio à festa momesca. Mas, batendo ponto nesses quatro dias no prédio em frente à Câmara, nem eu e os mais de 100 colegas de plantão vimos um ser vivo circulando no novo, moderno e ultrafaturado edifício. Sequer havia carro estacionado, entrando ou saindo da sede iniciada na administração de Gim Argello e concluída na gestão de Leonardo Prudente.
Apesar das luzes acesas em feriados, tudo indica que não devemos esperar transparência e moralidade da nova turma da Câmara Legislativa. Ela é a mesma que liberou o 14º e o 15º salários para o fim do ano antes mesmo de iniciarem os trabalhos, em fevereiro.
Entre discussões sobre a distribuição de cargos nas comissões da Casa, muito bem acomodados nos novíssimos gabinetes, os senhores parlamentares se deram outro benefício logo após assumirem suas funções. Mandaram comprar cadeiras para atendimento psicológico ao custo de R$ 1,2 mil cada.
Mas como cobrar correção com o dinheiro público, economia de energia elétrica na conta alheia, de uma Casa que abriga e já abrigou gente acusada de pistolagem, abuso sexual de adolescentes, grilagem, corrupção passiva e escancarada?
Até que provem o contrário, aos brasilienses resta esperar novas ações entre os amigos distritais, que, ao longo dos anos, transformaram o poder legislativo local em um grande balcão de negócios. Com o meu, o seu, o nosso dinheiro.
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