Quem passa pela Praça Varnhagen às quintas-feiras à noite já se habituou a ver o espaço tomado por motocicletas — e motociclistas. Isso porque, desde 2004, o lugar se tornou point de um encontro semanal de motoclubes, autorizado pela prefeitura. No princípio, a reunião era apenas de um grupo, intitulado de CBzeiros do Rio de Janeiro, com quatro ou cinco pessoas — que iam até a praça com o objetivo de trocar informações sobre as possantes, mecânica, acessórios, rotas de viagem e, é claro, jogar conversa fora. Hoje, a brincadeira cresceu, e os “Amigos da Praça Varnhagen” reúnem, a cada edição, cerca de cem motos e integrantes de 17 motoclubes diferentes. Mas o propósito ainda continua o mesmo: dividir, entre os amigos, a paixão sobre duas rodas.
Eles só se referem aos colegas pelo sobrenome e adoram se vestir de preto. Caveiras são consideradas o símbolo perfeito. Mas os motociclistas (jamais os chamem de motoqueiros, pois o termo é considerado pejorativo pela classe) juram de pés juntos que, dos bad boys, eles só têm o visual — incompreendido por leigos e por grande parte da população.
— Hoje em dia o preconceito em relação a nós já melhorou muito, mas ainda causamos estranhamento porque a maioria das pessoas não entende a maneira como nos vestimos — conta Roberto Kawahara, presidente do motoclube CBzeiros.
De acordo com os motociclistas, as roupas que usam têm razões simples, e não significam rebeldia ou agressividade:
— Preto é a cor que menos suja na estrada. Como viajamos muito, vestir camisas claras seria um pecado. Em relação às caveiras, elas são o maior símbolo da igualdade, que é um dos preceitos do motociclismo. Todos nós um dia viraremos caveira — explica Kawahara.
Por trás do visual “dark” e das motos imponentes, na verdade, está uma galera super do bem. Nos encontros na Varnhagen — ou em outros eventos de moto — eles estão sempre engajados em ações sociais. No temporal que atingiu a região serrana em janeiro, por exemplo, os motociclistas usaram as reuniões de quinta-feira na praça para angariar donativos para as vítimas das chuvas.
— Nós também éramos parceiros do movimento Gabriela Sou da Paz. Em 2009, fizemos uma “motociata” pela paz, de Copacabana à Tijuca, com 600 motos — lembra Cláudio Conteville, presidente fundador do Moto Sapiens M.C.
Leia a matéria na íntegra na edição desta quinta-feira do GLOBO-Tijuca!
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