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TATHIANA BARBAR
DE SÃO PAULO
A 4ª Vara Cível de Araçatuba (SP) condenou integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) a pagarem uma indenização de R$ 142.419,78 ao empresário Oscar Maroni pela invasão da fazenda Santa Cecília, em setembro de 2009.
Maroni é conhecido por ser dono da boate Bahamas, fechada pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.
Na ocasião da invasão, os sem-terra disseram ter ocupado o local porque a propriedade seria improdutiva.
Reprodução |
A fazenda Santa Cecília tem 1.684 hectares; sem-terra dizem ter ocupado porque a propriedade seria improdutiva |
Maroni, no entanto, afirmou à reportagem que a fazenda produz "de 10 a 12 mil quilos de carne bovina a cada 24 horas".
À época da invasão, o juiz determinou que o MST desocupasse o local em 24 horas e ficasse a uma distância mínima de 10 quilômetros da fazenda sob pena de pagamento de multa diária de R$ 5.000.
OUTRO LADO
Procurado pela reportagem, o MST afirma que a decisão do juiz faz parte do processo de criminalização dos movimentos sociais pelos setores conservadores do Poder Judiciário.
"Esclarecemos que essa ocupação não foi organizada por militantes do MST, mas de outro movimento de trabalhadores sem terra. Apesar disso, a multa é dirigida a militantes do nosso movimento. Por isso, a ação não terá sustentação nas instâncias superiores."
| 10 Outubro 2009
Media Watch - O Estado de São Paulo
Os leitores do Estadão foram novamente ludibriados. O editorial deveria atacar Lula, por ter no MST um braço político, e José Serra, por se acovardar e não pôr a polícia para fazer o que precisava ser feito.
Quem leu o editorial da edição de ontem (8) do Estadão (Vandalismo sem limite) pode ficar confuso, se for leitor desatento do jornal. Certo, o editorial condena de forma clara os acontecimentos na fazenda de propriedade da empresa Cutrale, que teve 7 mil pés de laranjas destruídos de forma criminosa, sob o olhar complacente da polícia e da Justiça. O MST tem feito isso reiteradas vezes, sempre desafiante, sempre dando um passo adiante na sua ousadia revolucionária.
O que o jornal fez, no entanto, foi desvincular os atos de banditismo do partido governante, o PT, como se o MST não fosse uma de suas facções mais proeminentes. Ao condenar a facção sem condenar o governo que tem o movimento como base política o jornal levou seus leitores a pensar o mesmo, a achar que um nada tem a ver com o outro. Ora, o MST é cria do PT, vive de gordas verbas públicas e já foi recebido pelo Lula enquanto presidente da República. Na ocasião, Lula chegou a colocar o boné do MST, sua marca registrada, tanto quanto a sinistra bandeira vermelha que encima todos os seus acampamento e que está na vanguarda de suas marchas.
MST é também PT. Claro, é a facção mais comprometida com as ações bolivarianas. Seus membros jamais aceitaram o Estado de Direito e entendem que a propriedade privada, em especial a fundiária, é roubo, seguindo a linha revolucionária inaugurada por Rousseau. Quando vejo essas ações não posso deixar de me lembrar das páginas escritas pelo filósofo genebrino, que fascina nossos revolucionários tupiniquins. O problema fundamental dessa gente é que, embora cevados como porcos em chiqueiro, com verba pública, eles acreditam nessas sandices. Seu desejo é chegar ao poder mediante um golpe de Estado, como estão tentando agora em Honduras. Seu grande devaneio é implantar o socialismo, entendido no sentido maoísta do termo.
Essa gente é perigosa e só mesmo o aparato repressivo do Estado para lhe colocar limites. Mas o governador José Serra não quer correr o risco de ficar no caminho dos alucinados. Aquartelou a tropa, não cumpriu seu dever de expulsar os invasores e de prender os vândalos. Assim, acha que vai ganhar a simpatia dos facínoras sem perder a dos que são vítimas do vandalismo.
Os leitores do Estadão foram novamente ludibriados. O editorial deveria atacar Lula, por ter no MST um braço político, e José Serra, por se acovardar e não pôr a polícia para fazer o que precisava ser feito. Em troca, o editorial ficou no lero-lero de sempre, desinformativo, soporífero, minimizando os fatos graves. O jornal Estadão é mentiroso quando trata desse assunto.
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