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terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Folha : Netinho usa empresas fantasma para justificar gastos



15 de fevereiro de 2011 05h19


O vereador Netinho de Paula (PC do B-SP), que disputou um cargo no Senado nas últimas eleições, usou notas fiscais de empresas com endereços fantasmas para justificar os gastos de seu gabinete na Câmara Municipal, aponta investigação do Ministério Público, que lista ainda outras quatro empresas contratadas pelo gabinete de Netinho entre 2009 e 2010 cujos endereços não estão declarados à Junta Comercial, de acordo com informações publicadas pela Folha de S.Paulo nesta terça-feira.

Uma creche foi encontrada pelo jornal no endereço onde supostamente deveria existir a empresa de material elétrico "Paulo Sérgio Rodrigues de Souza EPP". Segundo a Junta Comercial, a firma está inativa desde 2009, mas a nota fiscal apresentada pelo vereador é de dezembro de 2009. Procurado pela reportagem da Folha, Netinho de Paula não quis dar explicações, afirmando que é contra o uso indevido da verba pública.


15/02/2011

Netinho usa empresa-fantasma para falsificar nota

Folha de S.Paulo

O vereador Netinho de Paula (PCdoB) usou notas fiscais de empresas com endereços-fantasmas para justificar os gastos de seu gabinete na Câmara Municipal.

Em uma das empresas citadas na prestação de contas do parlamentar, a Paulo Sérgio Rodrigues de Souza EPP, a reportagem encontrou uma creche. Além dessa empresa, outras quatro listadas pelo parlamentar estão sob a mira do Ministério Público, que abriu inquérito para investigar o caso. Segundo a investigação, essas cinco empresas contratadas pelo gabinete de Netinho entre 2009 e 2010 não existem nos endereços declarados à Junta Comercial.

Em dezembro de 2009, por exemplo, o vereador apresentou nota à Casa no valor de R$ 5.900, referente a serviços prestados pela empresa Paulo Sérgio Rodrigues.

Segundo o registro da Secretaria da Fazenda, trata-se de "comércio varejista de materiais elétricos" com sede na rua Antonio Florêncio dos Santos (zona leste de SP).

A reportagem esteve no local. "A escola funciona há oito anos aqui. E, antes disso, eu sei que era uma residência", disse Tatiana Mondim, dona da creche. "Tenho registro na prefeitura, CNPJ, tudo direitinho. Nunca ouvi falar nessa empresa que está registrada no meu endereço. Nem carta chega aqui nesse nome."

Ainda segundo o registro da Junta Comercial, a empresa está inativa desde 31 de dezembro de 2008. A nota apresentada por Netinho de Paula é de dezembro de 2009.

Outro pagamento sob suspeita é para a PRS Informática. Só em dezembro de 2009, a empresa recebeu R$ 5.500. O endereço na Junta Comercial não existe. A outra empresa é a Nilton de Souza Brandão Informática. Em janeiro de 2010, Netinho apresentou uma nota de R$ 6.500 para justificar gastos com a "criação de programa de informática".

A Promotoria já convocou representantes de outros dois estabelecimentos que originaram a investigação, em abril de 2010: a Mineral Comunicação e Imagem e a VSN Informática.



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