Plantão | Publicada em 27/12/2009 às 20h59m
BBCA ministra interina dos Negócios Estrangeiros do Suriname, Jane Aarland, garantiu que seu governo fará todos os esforços para garantir a segurança dos brasileiros que estão no país, após um ataque que teria deixado mortos em Albina, a cerca de 150 km da capital surinamesa, Paramaribo.
Segundo informações da Agência Brasil, a ministra expressou o seu empenho em uma conversa por telefone com o secretário-geral do Itamaraty, embaixador Antônio Patriota, no sábado.
Dois diplomatas do Itamaraty chegaram neste domingo ao Suriname para ajudar o embaixador brasileiro no país, José Luiz Machado e Costa, a avaliar o ocorrido e prestar assistência aos brasileiros em situação de risco.
Segundo uma porta-voz do Itamaraty no Suriname, 81 brasileiros foram levados de Albina para Paramaribo após o conflito. Cinco voltarão para o Brasil no mesmo avião da Força Aérea Brasileira (FAB) que levou a missão brasileira.
O embaixador fez uma visita ao vilarejo, que faz fronteira com a Guiana Francesa. A Agência Brasil afirma que a equipe do Ministério das Relações Exteriores encontrou mais nove brasileiros feridos em Saint-Laurent-du-Maroni, no território francês, do outro lado do rio Marino.
Entre as pessoas localizadas está uma mulher grávida que perdeu o bebê após a confusão. De acordo com o Itamaraty, nenhum dos feridos que cruzaram a fronteira está em estado grave.
As autoridades ainda não confirmaram o número de vítimas, mas a rádio Katólica, de Paramaribo, publicou em seu site o relato de um padre brasileiro José Vergílio, que visitou o local e fala em sete mortos.
Violência
Segundo as autoridades surinamesas, um grupo de brasileiros foi atacado com machados e facões como represália pelo assassinato de um surinamês, supostamente esfaqueado por um brasileiro após uma briga.
De acordo com os relatos, 20 mulheres teriam sido estupradas e mais de 120 pessoas tiveram que ser retiradas às pressas da cidade após os ataques contra trabalhadores estrangeiros, que também alvejou imigrantes de origem chinesa.
Segundo o ministro para a Polícia Chandrikapersad Santokhi, os moradores começaram a atacar brasileiros cerca de uma hora após o esfaqueamento de um cidadão surinamês e a violência acabou também se voltando a lojas pertencentes a chineses.
Vários pontos comerciais foram saqueados e queimados.
Membros do Exército e da Polícia foram mobilizados para conter os ataques e saques, pacificando a região.
Santokhi afirmou que "não há justificativa para o que aconteceu".
Albina tem cerca de cinco mil habitantes e é o principal ponto de travessia entre o Suriname e a Guiana Francesa.
Segundo o embaixador do Brasil no Suriname, Machado e Costa, a maioria dos cerca de 2 mil brasileiros em Albina se dedicaria ao garimpo.
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