Família brasileira de Sean recebeu notícia apenas por celular, diz advogado
Foram duas mensagens: uma de texto e uma de voz.
Telefones do menino e de David estão sem sinal, diz advogado.
Sean partiu para os Estados Unidos com o pai biológico no dia 24 de dezembro (Foto: Marcelo Carnaval / Agência O Globo)
A família brasileira do menino Sean Goldman, de 9 anos, recebeu uma mensagem de texto do celular dele, escrito “cheguei”, após quase 48 horas depois dele partir para os Estados Unidos com o pai biológico, David Goldman. A informação é do advogado da família Bianchi, Sérgio Tostes.
E a avó materna do menino, Silvana Bianchi, confirmou neste domingo (27) que em seguida recebeu uma mensagem de voz no celular, dizendo "Nona, cheguei aqui. Tô muito feliz. Um beijo, tchau". Segundo ela, a voz de Sean era muito chorosa. Ambas as mensagens foram através do celular de David, informou ela.
"Cada dia que passa estou pior. A irmã dele passa o dia inteiro chamando o irmão. Ela passa na porta do quarto dele chama ele", disse Silvana. Ela contou que pretende visitar o neto assim que a Justiça permitir.
Sean seguiu para Orlando na manhã de quinta-feira (24), depois de uma longa disputa judicial entre as duas famílias pela sua guarda. As mensagem de celular, de acordo com a avó, teriam chegado na sexta-feira (25).
Segundo Tostes, a avó materna do menino, Silvana Bianchi, já ligou “inúmeras vezes” tanto para o celular que Sean levou do Brasil, quanto para o de David, mas ambos estão sem sinal. Ele afirmou que irá acionar o Ministério das Relações Exteriores nesta segunda-feira (28), para tentar contato com Sean e também negociar a visitação da avó nos Estados Unidos.
“O ministério tem a obrigação de atender brasileiros que estão fora do país. Não vou falar com a embaixada brasileira em Washington, vou direto no ministério”.
Tumulto na entrega de Sean
Sobre o tumulto na chegada do menino ao consulado americano do Rio, para ser entregue ao pai biológico, no dia 24, Tostes reafirmou que não foi oferecida à família a vaga na garagem do consulado, para evitar a exposição à mídia.
Ele disse que sabia que toda a imprensa estaria em frente à porta, mas decidiu ir caminhando até o local porque o consulado não ofereceu nenhum tipo de segurança.
“Eu estava obedecendo a uma ordem judicial, que dizia que eu tinha que entrar pela porta da frente do consulado, na Avenida Presidente Wilson 147. Eu disse que ia a pé, porque a mídia ia estar presente e o consulado não deu proteção”, afirmou.
O consulado, entretanto, nega e afirma que ofereceu a garagem para a família entrar no local.
“É absolutamente mentirosa a afirmação da porta-voz da embaixada brasileira, a Orna Blum, que diz que ofereceu a entrada pela garagem. Fomos cercados e os policiais presentes permaneceram impassíveis”, disse Tostes.
O advogado também reclamou da falta de policiamento no trajeto de Sean: “Quero chamar atenção para diferença de tratamento dado ao David Goldman, que foi escoltado pela polícia em todo o seu trajeto no Rio. Nó saímos de casa e fomos de automóvel sem nenhuma proteção policial”.
Pai diz que permitirá visitas
Em entrevista concedida à rede de TV norte-americana NBC, que fretou o avião para levar pai e filho para os Estados Unidos, David Goldman disse que, "com o tempo", vai permitir que a avó de Sean o visite nos Estados Unidos: "Vai levar algum tempo, mas não vou negar a ela e a ele se encontrarem", disse Goldman.
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