sábado, 28 de novembro de 2009 | 5:31
Em Máximas de um País Mínimo, Reinaldo Azevedo, colunista de VEJA.com, mostra que os consensos burros da política brasileira podem ser desmontados em poucas e sucintas frases
Por Nelson Ascher
Lailson Santos
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IGUARIAS DO PENSAMENTO Reinaldo Azevedo: o rigor argumentativo de seus textos longos concentra-se de forma demolidora nos aforismos |
A lógica é uma iguaria do pensamento. Mas há quem prefira comer capim”, diz o jornalista Reinaldo Azevedo, colunista de VEJA.com, em
Máximas de um País Mínimo (Record; 200 páginas; 34,90 reais), livro que reúne, alfabeticamente organizados por tópicos, trechos de seus artigos e ensaios. De fato, o que ele escreve se caracteriza pela transparência e rigor metodológicos. Reinaldo levanta os fatos, submete-os ao microscópio, coteja-os com outros, cita as fontes, compara intenções declaradas com resultados observáveis, faz as ressalvas necessárias e, só então, emite um juízo. Seu instrumento para tanto é a linguagem. Daí que o blog lhe seja um veículo particularmente apropriado, pois, apesar de preconcepções segundo as quais esse tipo de ferramenta nada admitiria além de observações curtas, telegráficas, é lá que ele pode desenvolver seus argumentos sem limitações artificiais de espaço. Na concentração da máxima ou aforismo, de outro lado, a prosa discursiva e a poesia se aproximam, e a análise se converte em síntese. A coletânea prova que, caso quisesse, o autor se daria igualmente bem valendo-se apenas dessa forma oracular, lacônica.
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