28 de novembro de 2009
A Ordem dos Advogados do Brasil no Distrito Federal (OAB-DF) estuda ingressar com pedido de impeachment do governador José Roberto Arruda (DEM). A entidade analisará o inquérito que motivou a Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal, para examinar se há elementos que comprovem o esquema de pagamentos ilegais a sua base aliada na Câmara Legislativa distrital.
A decisão foi anunciada pela presidente da Seccional, Estefânia Viveiros, depois de reunião de emergência com o vice-presidente Ibaneis Rocha. Caso haja elementos para pedir o impeachment, a proposta será submetida ao Conselho Pleno, órgão máximo da entidade.
Arruda nega envolvimento no esquema, revelado depois que a PF cumpriu mandados de busca e apreensão nas casas e gabinetes dos secretários, deputados distritais e empresários que mantêm contratos com o Distrito Federal.
Desencadeada na manhã de sexta-feira, a Operação Caixa de Pandora revelou - segundo transcrição de relatório da Polícia Federal - a existência de uma organização "chefiada por José Roberto Arruda". Segundo a PF, o esquema estaria "em plena atividade, desviando recursos públicos para pagamento de vantagens indevidas a agentes do estado."
Seria uma espécie de mensalão local que envolveria a cúpula política do Distrito Federal, com ramificações no gabinete do governador, na Câmara Legislativa e no secretariado de Arruda.
O Relatório de Inteligência 01-650/2009 descreve uma tabela de pagamento de supostas propinas captadas apenas na empresa Infoeducacional no valor de R$ 178 mil: 40% para o próprio Arruda, 30% para o vice-governador e ex-senador Paulo Octavio, 10% para o chefe da Casa Civil, José Geraldo Maciel, e 10% para o assessor de imprensa do governo, Omézio Pontes. Todos negaram as acusações.
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