Um sobrinho do presidente interino de Honduras, Roberto Micheletti, foi encontrado morto nesta segunda-feira com vários ferimentos de bala no corpo em uma cidade no norte do país, um dia depois do assassinato a tiros de um coronel do Exército na capital.
O corpo foi encontrado em estado de decomposição junto ao de outro jovem no município de Choloma, disse o porta-voz da Segurança Nacional, Orlín Cerrato.
Enzo Micheletti, de 24 anos, filho de Antonio, um irmão já morto do presidente interino, estava desaparecido desde sexta-feira (23), acrescentou Cerrato.
"Temos várias hipóteses, até agora achamos que [ele foi assassinado] pela violência comum do país, mas as investigações continuam para descartar qualquer hipótese", acrescentou.
O corpo de Enzo "já foi reconhecido por seus familiares", disse Cerrato. No entanto, a outra vítima encontrada ainda não foi identificada, segundo ele.
Enquanto a polícia investiga a morte, o governo interino evitou comentar as possíveis causas do assassinato. Micheletti, que era presidente do Congresso unicameral de Honduras, assumiu a Presidência depois da deposição e expulsão do país de Manuel Zelaya, em 28 de junho. O seu governo não é reconhecido por nenhum país, e a comunidade internacional pressiona por um acordo entre o governo interino e Zelaya, abrigado há mais de um mês na embaixada brasileira em Tegucigalpa, depois de voltar clandestinamente ao país.
"As autoridades de segurança estão investigando, não podemos dizer nada sobre as motivações, isto deve ser esclarecido pelas autoridades correspondentes", disse o porta-voz de Micheletti, René Zepeda.
A morte do sobrinho do presidente interino soma-se ao assassinato, neste domingo (25), do coronel do Exército Concepción Jiménez, baleado à queima-roupa por desconhecidos quando chegava em casa, em Tegucigalpa.
"Não podemos descartar nenhuma possibilidade", disse o chefe do Estado Maior Conjunto, Romeo Vásquez, que afirmou estar recebendo ameaças.
A hipótese de roubo perde força, já que os desconhecidos não levaram o carro nem pertences de Jiménez, disse à rádio Globo, emissora pró-Zelaya, o porta-voz das Forças Armadas, Ramiro Archada.
Jimenez administrava a Indústria Militar de Honduras, uma estatal que fabrica os uniformes para os soldados do país.
Honduras tem a maior taxa de homicídios da América Central, em grande parte relacionados às drogas. Houve 7.235 assassinatos no país de 7,7 milhões em 2008, um aumento de 25% em relação a 2007.
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