(Provérbio Chinês)
Como professor há vários anos posso afirmar com propriedade que cada “cabeça um chapéu”, tal como cada pessoa uma forma de entendimento. Quantos de nós, já não foi vítima de um mal entendido em que falamos “A” e é entendido “Z”.
Uma coisa é certa e ao longo dos tempos entendemos que cada um dá aquilo que tem. Supostamente é impossível alguém oferecer algo que não possui. Demorei algum tempo para aprender a lidar com situações da vida e suas interpretações.
Em geral, o japonês do pós-guerra possui um gênio forte e dominador. Alguns estabelecem uma personalidade dominadora e controladora.
Pessoas controladoras tendem a confundir sucesso pessoal com sucesso na dominação dos outros. Perdem o sentido de conjunto e aí deixam de contar com colaboradores motivados. Prepotentes, não aceitam que tal prejuízo exista de fato.
Dentro do relacionamento isso não ocorre diferentemente. Mas o controlador não passa de uma pessoa que tem medo das próprias emoções. Ou seja: ele controla o comportamento alheio para que nada venha a mexer com suas próprias emoções.
Se você é do tipo controlador no relacionamento, que não permite a ela manifestar espontaneamente as próprias emoções, você está abafando o relacionamento. Mais cedo ou mais tarde, virão, como resultado, frustrações as mais variadas.
Contrariamente à visão de professor, e sim, me colocando no lugar de aluno, pergunto: Qual é o seu limite? Até onde você consegue ir? Será que o céu é o limite?
Talvez o limite seja apenas relativo. A sociedade tem limites, são regras que possibilitam a convivência, e precisam ser obedecidas. Se eu passo por cima dos limites do meu próximo, estou lhe dando o direito de passar por cima dos meus.
Vivemos no limite da nossa tolerância, nos limitando a concordar com nossos chefes e outros que se colocam superiores. Vivemos no limite da exaustão por nos limitarmos a ter apenas um dia de folga na semana, ou às vezes nem isso temos. Vivemos no limite da angústia por estarmos limitados à futilidade global.
Nos limitamos a vestir o que temos e ser o que somos porque o limite do nosso cartão de crédito não pode comprar nossa felicidade. Uma observação quanto a esse ponto: uma pessoa fútil pode não ter limites, a ironia é que essa pessoa é limitada.
Verdadeiro ou falso: vale tudo no amor e na guerra? Com essa comparação chegamos no limite dos opostos. A guerra não vale nada, nunca foi a solução para os problemas, em compensação o amor... Não, não há, nem haverá limites para o amor. Matar ou morrer por amor? Esse seria o limite da contradição. O amor, não machuca, não faz mal, não traz tristezas, não fere, nunca morre. No amor não há limites, estamos apenas limitados a amar.
Na relação mestre-aluno, o cuidado deve ser duplo: exigir que o outro não ultrapasse limites - mesmo que isso cause uma séria briga - e ao mesmo tempo tomar cuidado para não ultrapassar os limites do outro.
Dentro de um relacionamento saudável, os limites de cada um devem ser muito claros. E sólidos. Como há uma natural tendência das pessoas de invadirem limites alheios, convém ficar sempre atento. Nossos limites, ou a falta deles, pertencem somente a nós. Não podemos impor nossos limites aos outros. A sociedade nos impõe limites, mas isso é uma coisa que nos cerca, não está propriamente inserida em nós.
Não ter limites não significa ser livre. A liberdade só vem e perdura para aqueles que sabem respeitar seus limites. Sem eles seria impossível sobreviver à liberdade, pois ela exige muita responsabilidade e disciplina.
Não devemos nos limitar aos nossos limites, sempre temos que procurar superá-los, enxergar o que não vemos, sentir o que não sentimos. Ampliar nossos horizontes e, dessa forma, ir matando aos poucos as limitações dos nossos pensamentos.
Até que ponto você está limitado?
Estamos todos num mesmo barco, em mar tempestuoso, e devemos uns aos outros uma terrível lealdade. (G.K.Chesterton) Sphere: Related Content
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