Por Taís Fuoco
SÃO PAULO (Reuters) - A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) trabalha com o Comitê Gestor de Internet e a Rede Nacional de Pesquisas (RNP) para tornar pública uma medição onde o usuário saiba qual a verdadeira velocidade de conexão à Web de cada operadora e sua constância.
Essa será uma das estratégias da agência para tentar coibir os problemas de qualidade que os assinantes de banda larga do país têm enfrentado, já que ela só tem ingerência sobre o acesso, e não sobre os serviços de Internet em si, que não estão sujeitos à regulamentação.
"Não será uma percepção, e sim uma medição efetiva da velocidade a cada momento", explicou Plínio de Aguiar Júnior, conselheiro da Anatel. Ainda não há prazo, entretanto, para que a medição comece a ser feita.
Para o conselheiro, parte dos problemas que as empresas estão enfrentando pode estar ligada à terceirização dos serviços de operação e manutenção da rede.
"Eu vejo que grande parte das operadoras está terceirizando completamente a infraestrutura. Isso é um risco", afirmou, em seminário sobre banda larga nesta terça-feira. Segundo ele, "quanto mais longe do investidor, maior o risco."
Em relação ao caso específico da Telefônica, que na semana passada admitiu problemas com o serviço Speedy no Estado de São Paulo, Aguiar afirmou: "na minha avaliação, ela (Telefônica) não tem o domínio técnico-operacional suficiente para controlar o sistema", disse ele a jornalistas.
Segundo Aguiar, "a qualidade da rede é definida no investimento. Ao investir pouco, a qualidade cai", afirmou.
A agência já informou na sexta-feira ter iniciado um processo de apuração para avaliar a queda dos serviços da Telefônica, que pode resultar em multas para a companhia. A própria operadora informou na semana passada ter sido vítima de ataques externos (crackers) e já ter alertado as autoridades.
(Edição de Alberto Alerigi Jr.)
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