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quinta-feira, 4 de setembro de 2008

04/09/2008 Morre aos 80 ator Fernando Torres (04/09/2008)

Enviado por Ancelmo Gois -
4.9.2008
| 15h39m
Tristeza

Morre o grande Fernando Torres

Morreu agora há pouco, aos 80 anos, o grande ator Fernando Torres (foto), marido de Fernanda Montenegro e pai de Cláudio e Fernanda Torres.

Vai deixar saudades.


Ator Fernando Torres morre aos 80 anos no Rio de Janeiro

Da Redação*
Rogério Assis / Folha Imagem
O ator, diretor e produtor Fernando Torres, de 80 anos, que morreu esta quinta (4) no Rio de Janeiro





Morreu nesta quinta-feira o ator, diretor e produtor Fernando Torres, de 80 anos. Marido da atriz Fernanda Montenegro e pai da atriz Fernanda Torres e do cineasta Cláudio Torres, Fernando morreu em seu apartamento em Ipanema, no Rio de Janeiro. De acordo a empresária do ator, a causa da morte foi um enfisema pulmonar. Por decisão da família, o corpo será cremado e não haverá velório.

Em nota de pesar divulgada na tarde desta quinta-feira, o ministro da Cultura, Juca Ferreira, afirmou que Fernando Torres "teve papel fundamental na modernização de linguagens e repertórios da cena brasileira" e que o ator "trouxe uma das mais densas experiências para as nossas artes, levando a todo país qualidade artística ao lado de comprometimentos muito claros com ideais libertários e com a vida política brasileira".



Nascido em 14 de novembro de 1927 na cidade de Guaçuí, no Espírito Santo, Fernando Torres iniciou sua carreira de ator aos 22 anos, na peça "A Dama da Madrugada", de Alejandro Casona. Em 1950, atuou pela primeira vez com sua futura mulher, Fernanda Montenegro, na peça "Alegres Canções nas Montanhas". Os atores casaram-se em 1952 e vieram para São Paulo em 1954, onde Fernando atuou em diversas peças como ator e assistente de direção. Sua primeira montagem como diretor foi "Quartos Separados", de 1958, com o Teatro Brasileiro de Comédia.

Em 1961, foi premiado como diretor revelação por sua montagem de "O Beijo no Asfalto", de Nelson Rodrigues, já com o grupo Teatro dos Sete, que fundou com Fernanda Montenegro, Sergio Britto e Gianni Ratto em 1959.

No cinema, atuou em filmes como "A Mulher de Longe" (1949), de Lúcio Cardoso; "Engraçadinha Depois dos Trinta" (1966), de J. B. Tanko; o curta "Missa do Galo" (1973), de Roman B. Stulbach; "Tudo Bem" (1978), de Arnaldo Jabor; "Veja Esta Canção" (1994), de Cacá Diegues; e "A Ostra e o Vento" (1997), de Walter Lima Jr (ator fala sobre seu personagem nesse filme).

Seu último trabalho na TV foi na novela "Laços de Família", de Manoel Carlos, em 2000. No cinema, atuou em "Redentor" (2004), dirigido por seu filho Claudio Torres.

*Atualizada às 18h57



Filmografia

topico 2003 - Redentor (Redentor)

topico 1973 - Descarte, O ()

topico 1972 - Os Inconfidentes (Inconfidentes, Os)

topico 1967 - Jerry - a grande parada (1967) ()

topico 1967 - Em Busca do Tesouro ()
Filmografia

2003 - O Redentor
1998 - Ação Entre Amigos - Hugo Assis
1997 - A Ostra e o Vento - Daniel
1985 - O Beijo da Mulher Aranha - Americo
1983 - Inocência - Cesário
1978 - Tudo Bem - Giacometti
1976 - Marilia e Marina
1973 - O Descarte - Pedro Oliveiros
1972 - Eu Transo, Ela Transa - Guimarães
1972 - Os Inconfidentes - Cláudio Manoel da Costa
1971 - Matei Por Amor
1969 - Golias Contra o Homem das Bolinhas
1969 - A Penúltima Donzela
1967 - Em Busca do Tesouro - Professor Bertini
1967 - Jerry - a grande parada - Scientist
1966 - Engraçadinha Depois dos Trinta
1953 - Estrella sin luz
1951 - La Duquesa del Tepetate
Biografia

Ator que começou no cinema em 1965 em Engraçadinha depois dos 30, de J.B. Tanko. Inicialmente foi locutor da rádio MEC, onde conheceu Fernanda Montenegro, com quem viria a se casar. Juntos criaram o programa Falando de Cinema. Ainda nos anos 60 atuou em Em busca do tesouro e Jerry, a grande parada, ambos de 1967, dirigidos por Carlos Alberto de Souza Barros, Golias contra o homem das bolinhas (1969), de Victor Lima, e A penúltima donzela (1969), de Fernando Amaral. Na década seguinte, depois de Matei por amor (1971), de Miguel Faria Jr., e Eu transo...ela transa (1972), de Pedro Camargo, fez um de seus principais papéis no cinema em Os inconfidentes (1972), de Joaquim Pedro de Andrade. Seguiram-se O descarte (1973), de Anselmo Duarte, e Marília e Marina (1976), de Luiz Fernando Goulart. Atuou em Tudo bem (1978), de Arnaldo Jabor, teve participações em Inocência (1984), de Walter Lima Jr., e O beijo da mulher aranha (1984), de Hector Babenco. Na década de 90, fez um dos episódios de Veja esta canção (1994), de Carlos Diegues, e A ostra e o vento (1997), de Walter Lima Jr. Em 2004, voltou às telas de cinema com Redentor, filme de estréia de seu filho Cláudio Torres.

16/09/2004
Redentor



Trailer do filme "Redentor", com Pedro Cardoso, Miguel Falabella, Stênio Garcia, Paulo Goulart, Lúcio Mauro, Mauro Mendonça, Fernanda Montenegro, Tonico Pereira, Camila Pitanga, Tony Tornado e Fernando Torres. Direção de Cláudio Torres. Brasil, 2004. 2004 Conspiração




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Enviado por Retratos da Vida -
4.9.2008
| 18h05m

Fernanda Montenegro observa saída do corpo de Fernando Torres

Sob o olhar de Fernanda Montenegro, o caixão de Fernando Torres deixou o apartamento da família, em Ipanema, na tarde nesta quinta. Torres morreu de enfisema pulmonar. Por causa do assédio da imprensa e de curiosos, Fernandona não acompanhou o corpo até o carro da Santa Casa da Misericórdia


O Globo, O Globo Online e GloboNews TV

Família Torres reunida. O casal Fernanda Montenegro e Fernando Torres com os filhos Fernanda e Claudio Torres no dia 22 de agosto. Foto Armando Araújo / O Globo

RIO - Morreu na tarde desta quinta-feira o ator Fernando Torres, aos 80 anos, conforme noticiou em primeira mão o blog do colunista Ancelmo Gois . Segundo amigos da família, o marido de Fernanda Montenegro faleceu em seu apartamento em Ipanema, vítima de um enfisema pulmonar. A família do ator ficou o tempo todo ao lado dele e a aparelhagem médica necessária para seu tratamento foi providenciada em sua residência depois de algumas internações hospitalares nos últimos meses.

A família Torres informou que o velório será na manhã desta sexta-feira, no Memorial do Carmo, no Rio, e o corpo será cremado no cemitério do Caju. Os familiares estão muitos abalados com a morte do patriarca. No dia 22 de agosto, ao lado da mulher e dos filhos, a atriz Fernanda Torres e o cineasta Cláudio Torres, o ator fez sua última aparição pública ao prestigiar uma exposição de fotos em sua homenagem no restaurante La Fiorentina, no Leme.




A trajetória do ator

Nascido em Guaçui, no Rio de Janeiro em 14 de novembro de 1927, Fernando Torres foi ator de teatro, cinema e televisão. Antes disso foi locutor da Rádio MEC, onde conheceu Fernanda Montenegro com quem viria a se casar em 1952, uma união que durou até que a morte os separou e gerou os filhos Claúdio Torres, cineasta, e Fernanda Torres, atriz. Na rádio ele criou o programa "Falando de cinema" em parceria com Fernanda.

" A imagem que vai ficar dele em mim é a do talento, do amor ao teatro e à família "

Ele estreou no teatro em 1949 na peça "A dama da madrugada" que tinha no elenco outra estreante de peso, Nathalia Timberg. Participou dos anos de ouro do teatro brasileiro, integrando grandes companhias como o Teatro Brasileiro de Comédia, a Companhia Eva Todor e o Teatro Maria della Costa. Fernando também fundou o Teatro dos Sete com Fernanda, Sérgio Britto e Gianni Ratto onde foi produtor e diretor de peças como "O beijo no asfalto", de Nelson Rodrigues, que lhe valeu um prêmio de diretor revelação em 1961.

Na temporada de 1955 na companhia de Maria della Costa atuou em "O canto da cotovia", de Jean Anouilh, fez a assistência de direção de Gianni Ratto em "Com a pulga atrás da orelha", de Georges Feydeau, e "A moratória", de Jorge Andrade, acumulando as duas funções em "Mirandolina", de Carlo Goldoni, dirigido por Ruggero Jacobbi; e "A Ilha dos Papagaios", de Sérgio Tofano.

Quando o Teatro dos Sete fechou em 1966 Fernando dirigiu vários espetáculos, entre eles, "A mulher de todos nós" (de Henri Becque), e "O homem do princípio ao fim" (Millôr Fernandes, 1966), "A volta ao lar" (Harold Pinter), e "Marta saré" (Gianfrancesco Guarnieri, 1968) e "O inimigo do povo" (Henrik Ibsen - 1969).

Exposição comemorativa de seus 80 anos e 60 de carreira

Já nos anos 70, assina a produção de "O interrogatório", de Peter Weiss, e "A longa noite de cristal", de Oduvaldo Vianna Filho. Em 1972 recebeu um Prêmio Moliére especial por "O interrogatório", 1972. Em 1973, ele e Fernanda foram impedidos pela ditadura militar de encenar a peça "Calabar", com a produção toda pronta.

No cinema ele atuou em "Em busca do tesouro" e "Jerry, a grande parada" (1967), "Golias contra o homem das bolinhas" (1969) e "A penúltima donzela" (1969). Nos anos 70 participou de "Os inconfidentes" (1972), de Joaquim Pedro de Andrade e, nos anos 80 de "O beijo da mulher-aranha" (1984), de Hector Babenco. Na década de 90, fez um dos episódios de "Veja esta canção" (1994), de Carlos Diegues, e "A ostra e o vento" (1997), de Walter Lima Jr. Suas últimas participações no cinema foram "Ação entre amigos" (1998) e "Redentor" (2004), filme de estréia de seu filho Cláudio Torres.

Na TV, atuou em "Laços de família" (2000) - sua última aparição no vídeo -; "Zazá" (1997); "Amor com amor se paga" (1984); "Louco amor" (1983); "Sétimo sentido" (1982); "Terras do sem-fim" (1981); "Baila comigo" (1981) e "Simplesmente Maria".

Em 14 de novembro do ano passado completou 80 anos de idade e 60 de carreira. Ele recebeu de presente da família uma exposição comemorativa no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro


Artistas lamentam a morte de Fernando Torres

Publicada em 04/09/2008 às 18h37m

O Globo Online, O Globo, Diário de S. Paulo e Extra Fernando Torres com Sérgio Britto e Fernanda Montenegro/ Arquivo - O Globo

"Ele era tão amigo, nós éramos tão ligados.... O Fernando sempre foi muito apaixonado pelo teatro e, com certeza, o teatro deu muitas alegrias a ele. Trabalhamos juntos muitos anos, fundamos o Teatro dos 7, ele dirigia uma peça por mês, não cansava. Não tenho mais o que dizer, é só amor, só amor. Tínhamos uma união muito positiva". Ator e diretor de teatro Sérgio Britto

"Fernando estava entre meus melhores amigos. Entre os mais amados, já que o que sentíamos - nós e um pequeno grupo - era amor. Nos conhecemos em 1954, em São Paulo, e mantivemos uma estreita relação de convívio pessoal e profissional. Ele fez minha primeira novela das 8, na Globo, que foi 'Baila comigo', em 1981, formando um inesquecível par com a minha primeira Helena, que foi Lilian Lemmertz. E seu último trabalho foi também numa novela escrita por mim, "Laços de família", em 2000. Era um homem de teatro completo. Uma pessoa exemplar, generosa, ética, corajosa e - mais do que tudo - uma pessoa boa, de coração amplo, que abrigava os melhores sentimentos que um ser humano pode ter. Estou triste e já muito saudoso do Fernando". Autor e diretor Manoel Carlos

"Ele era uma figura maravilhosa. Tenho uma admiração por ele... Trabalhamos duas vezes (em 'Inocência' e 'A ostra e o vento'). Independente disso, acompanhei Fernando no teatro. Ele era um grande diretor de teatro com o grupo dos 7. Tenho tudo na memória. Tive o privilégio de dirigi-lo em 'A ostra e o vento' e ali ele está genial, excepcional. Um ator maravilhoso com técnica, instinto e, sobretudo, emoção a flor da pele, sensibilidade extraordinária e um humor sensacional. Um cara que sabe quem é e não se leva tão a sério, a ponto de se envaidecer. Muito honesto e conselheiro. Uma pena". Diretor Walter Lima Jr.

"Pensar em Fernando Torres é pensar em: generosidade, talento e superação. Foi uma honra ter tido a oportunidade de trabalhar com um mestre como ele. Era uma pessoa maravilhosa". Atriz Deborah Secco, que trabalhou com Torres em "Laços de família".

"A imagem que vai ficar dele em mim é a do talento, do amor ao teatro e à família. A alegria de viver com um humor inteligente, sarcástico. Era um ator inspirado, talentoso. De uma cidadania muito intensa". Atriz Eva Wilma

"Eu quero lembrar desse Fernando divertido, de seu humor inteligente, de seu silêncio na observação, de uma cultura ímpar". Ator Tony Ramos

"Ele me ajudou muito a descobrir o meu talento. Vou me lembrar para sempre dele como uma pessoa extremamente culta, inteligente, amante do teatro, de sua família teatral. Ele era sempre muito curioso. Fernando trabalhou em todos os veículos, mas deixa um legado forte para o teatro. Foi um homem que dedicou sua vida ao teatro. É de uma tristeza imensa um homem desse valor ir embora. O Brasil vai ficar mais pobre". O ator e diretor Miguel Falabella

"O Fernando foi uma das pessoas mais especiais que recebi em minha carreira, foi um amigo. Foi um ator que me ajudou a compreender a profissão. Por um lado, acho que ele estava sofrendo, por outro, o Brasil perdeu um dos nomes mais importantes da nossa cultura, um verdadeiro mestre. Ele foi o melhor marido que tive, o mais sábio (ele foi marido da atriz na novela 'Laços de família'). Aquele choro na cena da novela em que ele morria, só foi possível porque era ele, não conseguiria isso com outro ator". Atriz Lilia Cabral

"Ele foi uma grande pessoa, um grande homem, além de ator talentosíssimo. Ele foi um grande companheiro para todos os seus colegas. Fernando era uma pessoa extremamente inteligente e vai fazer falta para a cultura brasileira". Atriz Rosamaria Murtinho

"Estou muito triste pela querida Fernanda, pelos seus filhos. Ele foi muito importante para o teatro, foi um homem dedicado à profissão". Atriz Arlete Salles (ela fez a esposa dele em "Louco amor", de 1983, e em "Amor com amor se paga", de 1984)

"Conhecia o Fernando desde o 'Grande Teatro Tupi', programa que ele dirigiu em 1965 e 1966, no qual trabalhamos juntos. As minhas lembranças do Fernando são as melhores possíveis. Ele fazia parte de uma estirpe de pessoas de teatro que está em extinção. Fernando era um homem culto, vivia do teatro e respeitando muito o fazer teatro. Tenho recordações bonitas dele, de seu senso de humor aguçado, próprio dos inteligentes. Sei também de sua ligação com sua família linda, que eles sempre foram muito unidos. Para mim é uma perda grande para o teatro brasileiro. Nunca vou esquecer também seu olhar precioso para o jovem ator, de observar seu trabalho e incentivar novos talentos". Atriz Irene Ravache

"Só nos restra lamentar. Foi um homem importantíssimo para o teatro brasileiro, onde teve uma história brilhante. Foi organizador do Teatro dos 7 no Rio de Janeiro e era uma das pessoas mais cultas e inteligentes que conheci. Era meu amigo, saíamos juntos em São Paulo. Ele dirigiu a mim e Dina Sfat em 1974 na peça 'O colecionador'. Era um líder da classe teatral sobretudo na época da censura. Era o homem que dialogava com os censores sempre com muita personalidade". Ator Juca de Oliveira

*Colaboraram Giovani Lettiere, Olívia Mendonça, Janaína Nunes, Bianca Kleinpaul e Carla Bittencourt

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