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domingo, 3 de agosto de 2008

Álbum de luxo relança Batman desenhado por Neal Adams





Obra reedita em ordem cronológica histórias do homem morcego feitas por Adams

Quando os 69 anos de histórias de Batman são vistos em perspectiva, há um grupo seleto de autores que se destaca por este ou aquele motivo.

Neal Adams é um deles. É tido como um dos principais desenhistas do homem-morcego.

O olhar dele sobre o personagem -inovador à época- foi reunido num álbum de luxo.

A obra começou a ser vendida nesta semana nas lojas especializadas em quadrinhos (Panini, 244 págs, R$ 56).

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O álbum reedita, em ordem cronológia, as histórias e capas do homem-morcego desenhadas por ele entre os anos de 1967 e 1969.

São nove aventuras produzidas originalmente para as revistas "Detective Comics", "The Brave and the Bold", "Batman" e "World´s Finest Comics".

Todas traziam parte como protagonista.

Na época, havia uma natural exploração da imagem do herói por conta do seriado de televisão homônimo, exibido no final dos anos 1960.

A série trazia o ator Adam West na roupa do homem-morcego.

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Essa fase mostra histórias um pouco mais ingênuas de Batman, escritas por Leo Dorfman e Bob Haney, ambos já falecidos.

Apesar disso, o teor das narrativas já começava a contrastar com o traço mais realista de Adams. Realista e intencionalmente inovador.

Ele fazia layouts e ângulos diferenciados em relação aos quadrinhos de super-heróis produzidos à época nos Estados Unidos.

Foi o que o diferenciou e o que levou às sucessivas reedições de suas histórias.

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Na introdução do álbum, Adams revela que via a DC Comics -editora que publica Batman- parada no tempo, sem inovações.

Ao contrário do que ocorria na concorrente Marvel -de Quarteto Fantástico, Hulk e Homem-Aranha-, que desde 1961 deu novo ânimo e humanização ao gênero.

"O que eu poderia fazer para empurrar esse monstro?", o desenhista se pergunta, no texto introdutório, assinado em 2003.

"Não havia muita opção - eu tinha me apaixonado pelos quadrinhos... então as HQs iriam mudar para me agradar."

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O estilo mais realista e esteticamente diferenciado -que influenciou muitos desenhistas nos anos seguintes- teve início nessa fase mais ingênua, mostrada no álbum.

Mas se seguiu com histórias bem mais reais, inclusive de Batman, na primeira metade da década seguinte.

Muito disso se deve à parceria com o escritor Denny O´Neil.

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Dono de um texto que dialoga com temas sociais, O´Neil deu um olhar até inédito não só a Batman, mas também a Arqueiro Verde e Lanterna Verde.

As histórias dos heróis esmeraldas -produzidas pela dupla- foram relançadas mais de uma vez no Brasil.

A última foi pela Panini, em 2006, em dois volumes da coleção "Grandes Clássicos DC".

No caso específico de Batman, havia o cuidado editorial de, nesse segundo momento, afastá-lo da imagem estereotipada do seriado de TV, tão explorada até então.

Robin se separou dele para ir à faculdade e iniciou-se um ensaio de um homem-morcego mais sombrio, próximo ao visto recentemente nos cinemas.

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A parceria de Adams e O´Neil não aparece nesta primeira coletânea de histórias.

Ela vai ficar para os próximos volumes (a capa anuncia que este é apenas o primeiro).

Mas, de volta ao olhar em perspectiva das histórias do herói, pode-se ver nessas aventuras mais ingênuas desenhadas por Adams uma tentativa de fugir das amarras estilísticas que a DC produzia na época.

Foi uma espécie de transição para as histórias mais reais da DC que surgiriam nos anos e nas décadas seguintes, e não só de Batman

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