[Valid Atom 1.0]

domingo, 13 de julho de 2008

Uma fábrica de muitos sonhos chamada Projac

Uma fábrica de muitos sonhos chamada Projac


PAULA BRITO
Ficção. Situado no Rio de Janeiro, Brasil, o Projac vive como se de um mundo à parte se tratasse. Ali tudo se fabrica, das casas mais modestas às mais ricas. Não fosse esta a maior fábrica de sonhos, que é mesmo que dizer novelas, da América Latina Rio de Janeiro, 08.00 da manhã. Qualquer cena de filme ou mesmo de novela que reproduza o dia mais agitado de um formigueiro ficará aquém da agitação que se avistava dentro do centro de produção da Rede Globo.

Era uma lufa-lufa de pessoas, roupas, material para os últimos retoques nos cenários, que durante a noite foram montados para as gravações do dia que agora começava, que passavam apressados em cima de carros movidos a electricidade. O DN apanhou boleia num desses carros ecológicos na tentativa de descobrir como funciona esta fábrica de sonhos. E não foi preciso andar muito para, guiado pelo cheiro da cola, madeira, verniz, confirmar que era ali num amplo galpão (grande pavilhão) que nascem as casas que visitamos todas as noites, através da nossa televisão. Escadas, paredes vermelhas, brancas e de todas as cores, cercas, telhados, lambris, varandas, camas, sofás, estantes, mesas... um imenso universo de adereços são construídos numa fábrica de meter inveja ao empresário mais empreendedor. Até a comida é fabricada, numa espécie de pasta que, depois de seca, é pintada em forma de bolinhos, chocolates, fruta. Apetitoso, ainda assim!

Construídos os cenários, há que lá colocar as personagens, vestidas de acordo com o seu perfil. Assim, a sensivelmente dez metros, outra fábrica vive inundada do cheiro a giz de alfaiate e a quente do ferro de engomar. Numa das paredes, centenas de carrinhos de linhas de mil cores alinham-se, enquanto uma centena de má- quinas de costura em fila indiana correm velozmente em cima de fazenda, ganga, popelina, algodão. A observá-las vários manequins de pano, em sentido, fazem as provas das roupas que irão vestir Edson Celulari, em Beleza Pura, Cláudia Raia e Patrícia Pillar, em A Favorita. Ou mais de época (São Paulo, 1958), Marcello Antony e Ana Paula Arósio, em Ciranda de Pedra. Estas e outras peças irão depois de terminada a novela regressar ao armazém onde "dormem" mais de 86 mil, entre actuais e de várias épocas. Sapatos , sapatilhas, sandálias, chapéus, fitas, fantasias várias estão noutra secção gigantesca. Tudo etiquetado e identificado. A ordem é um imperativo de um mundo imenso que sem ela viveria no caos.

É assim (uma ínfima amostra do que é ) o Projac (Projecto de Jacarepaguá). Inaugurado em 1995, é considerado o maior núcleo televisivo da América Latina. Produz novelas para os mais diversos mercados do mundo, de que é exemplo o Japão. Por cá, estão para ficar, na SIC.|

Sphere: Related Content
26/10/2008 free counters

Nenhum comentário: