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sexta-feira, 16 de maio de 2008

Protesto relembra mortos nos ataques de maio de 2006

Pequenos caixões colocados no Viaduto do Chá simbolizaram 493 vítimas.
475 delas eram jovens com idade entre 21 e 31 anos.
Marcelo Mora Do G1, em São

Foto: Marcelo Mora/G1
Marcelo Mora/G1
Pequenos caixões simbolizam cada um dos 493 mortos em maio de 2006 nos ataques da facção criminosa que age a partir dos presídios paulistas. Protesto ocorreu nesta sexta (16) no Viaduto do Chá, Centro (Foto: Marcelo Mora/G1)

Um protesto no Viaduto do Chá, Centro de São Paulo, na noite desta sexta-feira (16), usou pequenos caixões para representar cada um dos 493 mortos em maio de 2006 durante ataques da facção criminosa que age a partir dos presídios paulistas. Do total, 475 eram jovens de 21 a 31 anos. Por causa do trânsito ruim na cidade, a manifestação, prevista para as 19h, começou com mais de uma hora de atraso.

De acordo com Ariel de Castro Alves, secretário-geral Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe), apenas 20 destas mortes foram esclarecidas, sendo a maioria delas de agentes do estado, como policiais e bombeiros. Até junho de 2007, outros 36 tinham sido arquivados, segundo ele.

"Certamente existe um empenho maior em apurar as mortesdos agentes do estado. É compreensível. Mas queremos que os outros casos também sejam apurados. Estamos cobrando respostas", disse.

Algumas famílias, por exemplo, sequer conseguiram enterrar os corpos de seus familiares, que desapareceram no período dos ataques. É o caso do ambulante Paulo Alexandre Gomes, então com 23 anos na época. "Ele saiu de casa (em Itaquera) na noite do dia 16 de 2006 para ir à casa da namorada, que era perto. Nunca mais voltou", contou a irmã de Paulo, Francilene Gomes Fernandes.

Segundo ela, vizinhos testemunharam o rapaz ser abordado por policiais em uma viatura da Rota naquela noite."Demoraram quatro dias para registrar o boletim de ocorrência (no 103º DP, em Itaquera). A polícia falava para irmos ao IML. Lá, tivemos que ficar vendo aquelas fotos horríveis. Mortos com tiros na testa, na nuca. Foi o pior dia da minha vida. Mas nunca mais vi meu irmão. O inquérito está correndo, mas não falam nada, só fazem pesquisa cadavérica", contou.

O drama de Francilene é semelhante ao de Fernanda Cristina de Souza. No dia 13 de maio de 26, o marido dela, Ronaldo Procópio Alves, saiu de casa, em Parelheiros, para jogar bola e nunca mais voltou. "Testemunhas falaram que a polícia pegou o Ronaldo e o levou. No 25º DP (Parelheiros) tem um boletim que registrou que ele esteve lá. Nunca achei o corpo", relatou.

Depois de anos, Fernanda só tem um desejo. "A única coisa que eu quero é o corpo. Ele não era um indigente", reivindicou Fernanda.

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