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sexta-feira, 16 de maio de 2008

Motoristas de ônibus de SP rejeitam proposta e confirmam greve na próxima 2ª

da Folha Online

O sindicato dos motoristas de ônibus do transporte público municipal de São Paulo definem na tarde desta sexta-feira detalhes a respeito da paralisação da categoria marcada para a 0h da próxima segunda-feira (19). Se efetivada, será a terceira manifestação deste ano e o sindicato dos motoristas está sujeito a uma multa diária de R$ 200.000.

A reunião da tarde de hoje definirá como os motoristas e cobradores se mobilizarão para cruzar os braços. A decisão pela greve foi feita na terça (13) durante uma assembléia ocorrida no centro da cidade, após uma audiência de conciliação dos dirigentes sindicais com o SPUrbanuss --sindicato que representa as empresas de ônibus-- no TRT (Tribunal Regional do Trabalho).

Na tarde da última quinta-feira (15), representantes do Sindmotoristas (sindicatos dos motoristas) e do SPUrbanuss (sindicato que representa as empresas de ônibus) estiveram reunidos em uma audiência de conciliação no TRT da 2ª Região. O encontro discutiu as propostas oferecidas pelas duas partes e tentou selar um acordo para evitar a greve, o que acabou não ocorrendo.

Os trabalhadores reivindicavam o que consideram perdas salariais, um reajuste de 5,54% e mais 5% de aumento real. A categoria também pede, segundo o Sindmotoristas (sindicato dos motoristas), plano de saúde com qualidade, pagamento de participação nos lucros e resultados das empresas, fim da jornada flexível e folga dupla para aqueles que atuam no setor de manutenção dos veículos. O sindicato patronal oferece 4,69% de aumento, o que a categoria não aceita.

Ficou acordado inicialmente na reunião um reajuste de 7% a partir do mês de maio e o pagamento a título de PLR (Participação nos Lucros e Resultados) de R$ 400 para os motoristas e de R$ 250 para os cobradores, a ser efetivado em 31 de agosto. As chamadas cláusulas sociais --entre elas o fim da jornada flexível-- seriam debatidas dentro de um prazo de 60 dias. Até lá, as atuais ficariam vigentes.

De acordo com o TRT, a proposta havia sido aceita pelos sindicatos na reunião, entretanto, ela foi reconsiderada posteriormente pelo presidente do Sindmotoritas, Hisao Hosogi. A nota emitida pelo TRT avalia que a atitude do sindicalista prejudicou o acordo. Ante a isso, foi marcado julgamento do dissídio da categoria. O relator sorteado foi o desembargador Marcelo Freire Gonçalves.

O Sindmotoristas informa que ocorreram "frustrações durante as negociações" e que a divergência foi motivada por uma indefinição a respeito de uma cláusula social, a que determina o fim da jornada flexível de trabalho.

Anteontem a vice-presidente judicial do TRT (Tribunal Regional do Trabalho), desembargadora Wilma Nogueira de Araújo Vaz da Silva, afirmou que não havia justificativa para uma nova paralisação dos motoristas e cobradores de ônibus na cidade de São Paulo.

Na quarta-feira (14), o prefeito Gilberto Kassab (DEM), pediu bom senso e prometeu punir quem não respeitar limites em greve de ônibus.

Multa

Uma liminar expedida pelo próprio TRT estabelece que mesmo em caso de paralisação, as empresas deverão manter em circulação 90% dos veículos em horários de pico (das 6h às 10h e das 17h às 20h) e 80% nos demais horários.

Em caso de desrespeito, tanto os representantes dos empregados ou dos empregadores podem ser obrigados a pagar multa diária no valor de R$ 200.000 revertida aos hospitais universitários da cidade de São Paulo.

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