Em reunião com deputados e senadores do PC do B, o presidente do
partido, Renato Rabelo, informou que o ministro Orlando Silva (Esporte)
decidiu pedir demissão do cargo, o que já foi comunicado em conversa
mais cedo ao ministro Gilberto Carvalho e será oficializado à presidente
Dilma Rousseff num encontro às 17h30.
A reunião dos parlamentares durou cerca de três horas. Ao final, Rabelo pediu à imprensa que aguardasse o encontro com a presidente Dilma, quando o partido espera ser informado se permanece com a pasta.
O partido decidiu na reunião que irá continuar defendendo o ministro das acusações de corrupção na pasta. Segundo um interlocutor da legenda, "a pessoa física" Orlando terá o apoio do partido.
"Vamos continuar na defesa dele, o que foi feito com ele é inaceitável", disse o líder na Câmara, Osmar Júnior (PC do B-PI). As denúncias que envolvem o ministro também atingem o partido. Dinheiro do programa Segundo Tempo, tocado pelo Esporte, teria sido desviado para o ministro e o caixa da legenda. Ambos negam.
Ontem, em reunião na casa do deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP), a bancada do partido na Câmara já havia chegado a conclusão de que a situação de Orlando se tornou insustentável depois do Supremo Tribunal Federal ter autorizado a abertura de investigação contra o ministro e de a Folha ter revelado que o ministro assinou documento beneficiando uma ONG acusada de desviar dinheiro da pasta.
Rebelo é um dos nomes cotados para assumir o ministério. "Eu não consegui nem ser ministro do TCU, que dirá ministro do governo", despistou. Recentemente, ele perdeu uma eleição para ministro do tribunal de contas. Outros cotados são: Flávio Dino (PC do B-SP) e Luciana Santos (PC do B-PE). Na reunião não se tratou de nomes, segundo participantes.
A decisão final de Orlando de deixar a pasta foi anunciada aos líderes do PC do B durante café da manhã nesta quarta-feira. Foi nessa ocasião que ele colocou sua posição e informou que escreveria uma carta se desligando do governo. O ministro postou em seu twitter que estava almoçando com sua mãe que faz aniversário nesta quarta.
Convênios
assinados pelo governo federal mostram que a família do ministro
Orlando Silva (Esporte) se valeu de uma rede de organizações não
governamentais (ONGs) e mobilizou militantes e simpatizantes do PCdoB
para facilitar o acesso aos cofres públicos. No rastro da posse de
Orlando Silva no Esporte, em abril de 2006, a mulher dele, Ana Cristina
Petta, também arrumou um cargo de confiança no Ministério da Cultura.
A nomeação de Ana Petta como gerente da Secretaria de Políticas Culturais foi publicada em maio de 2006. A mulher de Orlando Silva recebeu R$ 2.961,87 até junho, segundo o Portal da Transparência, que não registra outros pagamentos. Mas a passagem pelo governo federal azeitou os negócios públicos e privados e levou até a ONG Via BR, intermediária das relações com a família Orlando-Petta, a festejar. "Uma parceria de sucesso", saudou o então secretário de Esporte de Campinas (SP), Gustavo Petta, sobre o evento promovido com o Instituto Via BR no município em novembro de 2009, prestigiado pelo cunhado de Petta, Orlando Silva, ministro do Esporte. A festa foi apenas um capítulo na complexa rede de relações entre a família de Orlando Silva, o PCdoB e ONGs.
A ONG Via BR, criada pouco tempo antes por "jovens com a perspectiva socialista", seria contratada pelo Esporte menos de seis meses depois da festa da "Virada Esportiva", em Campinas. A Via BR teria 26 dias a partir da publicação do convênio no Diário Oficial para estimular a participação social na 3ª Conferência Nacional do Esporte. Pelo trabalho, recebeu R$ 272 mil.
Gustavo Petta, irmão de Ana Cristina Petta, havia sido convidado pelo ministro e cunhado a participar da organização dessa conferência. No mês seguinte à conferência que organizara, com a participação da Via BR, Gustavo Petta se lançaria candidato a deputado federal pelo PCdoB.
A Contra Regras, que prestou serviços gratuitos à campanha de Petta, acabara de receber R$ 83.400 de convênio da Via BR com o Ministério do Esporte. A "doação" à campanha, acima dos valores permitidos por lei, seria condenada depois pela Justiça eleitoral. A Contra Regras levou multa e ficará sem contratos com o poder público, apesar da defesa feita pela advogada da Via BR, Camila Saad.
Os laços que unem a Via BR e a Contra Regras vão além dos negócios em Campinas e dos convênios selados com a União em 2010, um dos quais teve subcontratada a Hermana, empresa de Anna Petta. A ONG e a empresa dividem o mesmo endereço na rua Áurea, no bairro da Vila Mariana, em São Paulo, em prédio vizinho ao da Hermana.
Mais do que isso, seus dirigentes foram companheiros de Gustavo Petta na União Nacional dos Estudantes (UNE). Quando Orlando Silva assumiu o comando do Ministério do Esporte, em abril de 2006, Gustavo Petta presidia a UNE. No posto, criou o Centro Universitário de Cultura e Arte da entidade (Cuca), dos quais Vanessa Stropp e Tiago Alves eram coordenadores. Stropp também participou da União da Juventude Socialista (PCdoB). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
No exercício da Prefeitura de Campinas (SP) desde o último dia 21,
o presidente da Câmara Municipal, Pedro Serafim Júnior (PDT) exonerou
nesta segunda-feira o secretário municipal de Esportes, Gustavo Petta
(PC do B), cunhado do ministro do Esporte, Orlando Silva (PC do B). A
exoneração foi publicada hoje no Diário Oficial.
Além de Petta, outros secretários também foram exonerados na troca de comando da administração municipal. O chefe de gabinete Nilson Lucílio e o secretário de Comunicação, Otávio Antunes, também foram exonerados. Todos os secretários do PT e do PC do B colocaram seus cargos à disposição.
Ex-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Gustavo Petta é irmão da mulher do ministro, Anna Petta. No início do ano, Petta chegou a ser cotado para assumir a secretaria oferecida pelo prefeito de São Paulo, Gilbeto Kassab (PSD), para cuidar das questões relacionadas à Copa de 2014 na cidade. Petta era secretário de Esportes dos prefeitos de Campinas afastados do cargo por irregularidades, Hélio de Oliveira Santos (PDT) e Demétrio Vilagra (PT).
Vereadores da cidade protocolaram na última semana um pedido de esclarecimento à secretaria comandada por Petta sobre recursos do programa Segundo Tempo. O programa tem sido principal alvo de denúncias de corrupção no Minsitério do Esporte.
Nota de Orlando Silva
Em nota, o ministro Orlando Silva rebateu as acusações de que estaria facilitando o repasse de verbas federais para o município de Campinas.
"Campinas está recebendo R$ 5,5 milhões para reforma do ginásio
de esportes (com contrapartida de R$ 1,5 milhão da prefeitura). A cidade
também foi escolhida para ser a sede de um Centro Esportivo de Alto
Rendimento, com repasse de R$ 15 milhões do governo federal. Campinas
também foi a cidade que mais recebeu recursos para modernização de
infraestrutura para Esportes. Em 2009, ano em que o secretário assumiu,
firmou um convênio de R$ 7 milhões.
ESCLARECIMENTO: Campinas tem porte econômico. A região de Campinas é uma das mais importantes do País. Pólo tecnológico de destaque. São 2,7 milhões de habitantes distribuídos por 19 municípios que compõem a região (dados do IBGE). Apesar de sua reconhecida importância, não contava com nenhum centro esportivo de alto rendimento, o que inviabilizava a entrada no circuito de treinamento e formação de esportes de alto rendimento e a participação em eventos esportivos. A opção por Campinas resulta de protocolo assinado, em 2005, entre o prefeito da cidade Hélio de Oliveira Santos e o então ministro do Esporte Agnelo Queiroz. Gustavo Petta assumiu a Secretaria de Esporte apenas em 2009."
Com a decisão da presidente Dilma Rousseff, os comunistas agora tentam emplacar no cargo outro filiado, o deputado federal Aldo Rebelo, que já foi ministro de Relações Governamentais do governo Lula e atualmente relata o Código Florestal no Congresso, criando polêmica com ambientalistas.
Até agora, já deixaram o primeiro escalão do governo Dilma Antonio Palocci (Casa Civil), Alfredo Nascimento (Transportes), Nelson Jobim (Defesa), Pedro Novais (Turismo) e Wagner Rossi (Agricultura).
Nuzman afirma que relação com R.Teixeira e Orlando Silva é "muito boa"
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A reunião dos parlamentares durou cerca de três horas. Ao final, Rabelo pediu à imprensa que aguardasse o encontro com a presidente Dilma, quando o partido espera ser informado se permanece com a pasta.
O partido decidiu na reunião que irá continuar defendendo o ministro das acusações de corrupção na pasta. Segundo um interlocutor da legenda, "a pessoa física" Orlando terá o apoio do partido.
"Vamos continuar na defesa dele, o que foi feito com ele é inaceitável", disse o líder na Câmara, Osmar Júnior (PC do B-PI). As denúncias que envolvem o ministro também atingem o partido. Dinheiro do programa Segundo Tempo, tocado pelo Esporte, teria sido desviado para o ministro e o caixa da legenda. Ambos negam.
Ontem, em reunião na casa do deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP), a bancada do partido na Câmara já havia chegado a conclusão de que a situação de Orlando se tornou insustentável depois do Supremo Tribunal Federal ter autorizado a abertura de investigação contra o ministro e de a Folha ter revelado que o ministro assinou documento beneficiando uma ONG acusada de desviar dinheiro da pasta.
Rebelo é um dos nomes cotados para assumir o ministério. "Eu não consegui nem ser ministro do TCU, que dirá ministro do governo", despistou. Recentemente, ele perdeu uma eleição para ministro do tribunal de contas. Outros cotados são: Flávio Dino (PC do B-SP) e Luciana Santos (PC do B-PE). Na reunião não se tratou de nomes, segundo participantes.
A decisão final de Orlando de deixar a pasta foi anunciada aos líderes do PC do B durante café da manhã nesta quarta-feira. Foi nessa ocasião que ele colocou sua posição e informou que escreveria uma carta se desligando do governo. O ministro postou em seu twitter que estava almoçando com sua mãe que faz aniversário nesta quarta.
quarta-feira, 26 de outubro de 2011 8:30
Verbas públicas beneficiam familiares de Orlando
A nomeação de Ana Petta como gerente da Secretaria de Políticas Culturais foi publicada em maio de 2006. A mulher de Orlando Silva recebeu R$ 2.961,87 até junho, segundo o Portal da Transparência, que não registra outros pagamentos. Mas a passagem pelo governo federal azeitou os negócios públicos e privados e levou até a ONG Via BR, intermediária das relações com a família Orlando-Petta, a festejar. "Uma parceria de sucesso", saudou o então secretário de Esporte de Campinas (SP), Gustavo Petta, sobre o evento promovido com o Instituto Via BR no município em novembro de 2009, prestigiado pelo cunhado de Petta, Orlando Silva, ministro do Esporte. A festa foi apenas um capítulo na complexa rede de relações entre a família de Orlando Silva, o PCdoB e ONGs.
A ONG Via BR, criada pouco tempo antes por "jovens com a perspectiva socialista", seria contratada pelo Esporte menos de seis meses depois da festa da "Virada Esportiva", em Campinas. A Via BR teria 26 dias a partir da publicação do convênio no Diário Oficial para estimular a participação social na 3ª Conferência Nacional do Esporte. Pelo trabalho, recebeu R$ 272 mil.
Gustavo Petta, irmão de Ana Cristina Petta, havia sido convidado pelo ministro e cunhado a participar da organização dessa conferência. No mês seguinte à conferência que organizara, com a participação da Via BR, Gustavo Petta se lançaria candidato a deputado federal pelo PCdoB.
A Contra Regras, que prestou serviços gratuitos à campanha de Petta, acabara de receber R$ 83.400 de convênio da Via BR com o Ministério do Esporte. A "doação" à campanha, acima dos valores permitidos por lei, seria condenada depois pela Justiça eleitoral. A Contra Regras levou multa e ficará sem contratos com o poder público, apesar da defesa feita pela advogada da Via BR, Camila Saad.
Os laços que unem a Via BR e a Contra Regras vão além dos negócios em Campinas e dos convênios selados com a União em 2010, um dos quais teve subcontratada a Hermana, empresa de Anna Petta. A ONG e a empresa dividem o mesmo endereço na rua Áurea, no bairro da Vila Mariana, em São Paulo, em prédio vizinho ao da Hermana.
Mais do que isso, seus dirigentes foram companheiros de Gustavo Petta na União Nacional dos Estudantes (UNE). Quando Orlando Silva assumiu o comando do Ministério do Esporte, em abril de 2006, Gustavo Petta presidia a UNE. No posto, criou o Centro Universitário de Cultura e Arte da entidade (Cuca), dos quais Vanessa Stropp e Tiago Alves eram coordenadores. Stropp também participou da União da Juventude Socialista (PCdoB). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Cunhado de Orlando Silva é exonerado em Campinas
Silva: 'A opção por Campinas resulta de protocolo assinado, em 2005. Gustavo Petta assumiu a Secretaria de Esporte apenas em 2009'
Foto: Arquivo
Gustavo Petta, quando presidente da UNE, em foto de arquivo
Além de Petta, outros secretários também foram exonerados na troca de comando da administração municipal. O chefe de gabinete Nilson Lucílio e o secretário de Comunicação, Otávio Antunes, também foram exonerados. Todos os secretários do PT e do PC do B colocaram seus cargos à disposição.
Ex-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Gustavo Petta é irmão da mulher do ministro, Anna Petta. No início do ano, Petta chegou a ser cotado para assumir a secretaria oferecida pelo prefeito de São Paulo, Gilbeto Kassab (PSD), para cuidar das questões relacionadas à Copa de 2014 na cidade. Petta era secretário de Esportes dos prefeitos de Campinas afastados do cargo por irregularidades, Hélio de Oliveira Santos (PDT) e Demétrio Vilagra (PT).
Vereadores da cidade protocolaram na última semana um pedido de esclarecimento à secretaria comandada por Petta sobre recursos do programa Segundo Tempo. O programa tem sido principal alvo de denúncias de corrupção no Minsitério do Esporte.
Nota de Orlando Silva
Em nota, o ministro Orlando Silva rebateu as acusações de que estaria facilitando o repasse de verbas federais para o município de Campinas.
Mais sobre a crise no Esporte:
- Ministro recebeu propina, diz revista
- Dilma decide tirar poder do ministro do Esporte
- Ministro nega acusação e diz que fica no cargo
- PCdoB mobiliza aliados para defender ministro
- Delator diz ter gravação de encontro com Silva
- Fifa vê Orlando Sulva fora do ministério
- Pelé é citado como possível substituto
ESCLARECIMENTO: Campinas tem porte econômico. A região de Campinas é uma das mais importantes do País. Pólo tecnológico de destaque. São 2,7 milhões de habitantes distribuídos por 19 municípios que compõem a região (dados do IBGE). Apesar de sua reconhecida importância, não contava com nenhum centro esportivo de alto rendimento, o que inviabilizava a entrada no circuito de treinamento e formação de esportes de alto rendimento e a participação em eventos esportivos. A opção por Campinas resulta de protocolo assinado, em 2005, entre o prefeito da cidade Hélio de Oliveira Santos e o então ministro do Esporte Agnelo Queiroz. Gustavo Petta assumiu a Secretaria de Esporte apenas em 2009."
Orlando deve deixar Esporte; Aldo é cotado
Alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) para apurar sua suposta ligação com acusações de desvio de verbas e outras irregularidades no Ministério dos Esportes, Orlando Silva deve deixar o comando da pasta hoje. Seu partido, o PC do B, já teria sido avisado pelo Palácio do Planalto sobre a substituição.Com a decisão da presidente Dilma Rousseff, os comunistas agora tentam emplacar no cargo outro filiado, o deputado federal Aldo Rebelo, que já foi ministro de Relações Governamentais do governo Lula e atualmente relata o Código Florestal no Congresso, criando polêmica com ambientalistas.
Até agora, já deixaram o primeiro escalão do governo Dilma Antonio Palocci (Casa Civil), Alfredo Nascimento (Transportes), Nelson Jobim (Defesa), Pedro Novais (Turismo) e Wagner Rossi (Agricultura).
Nuzman afirma que relação com R.Teixeira e Orlando Silva é "muito boa"
26 de outubro de 2011 • 16h34
• atualizado às 16h41
Nuzman (ao centro) reiterou a boa relação que mantém com Ricardo Teixeira e Orlando Silva
Foto: Reinaldo Marques/Terra
Foto: Reinaldo Marques/Terra
Depois de diversos desentendimentos, a relação entre a
Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e o Comitê Olímpico Brasileiro
(COB) é boa, afirmou o presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, durante
entrevista realizada nos estúdios do Terra em Guadalajara. Nesta
quarta-feira, Nuzman reiterou também o trabalho realizado e a boa
convivência com o Ministério do Esporte, conduzido até então por Orlando
Silva.
26 de Outubro de 2011
08:30
25 de Outubro de 2011
24 de Outubro de 2011
22 de Outubro de 2011
21 de Outubro de 2011
20 de Outubro de 2011
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