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quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Ministério Público do Rio recorre da soltura de Cacciola



Ex-banqueiro deixou a prisão hoje à tarde. Promotoria quer também que benefício de liberdade condicional seja suspenso

iG Rio de Janeiro | 25/08/2011 18:55

Foto: Fabio Rossi/Agência O Globo

Cacciola deixa o complexo prisional de Bangu. Ele terá que se apresentar regularmente à Justiça

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro ingressou no fim da tarde desta quinta-feira (25) com um mandado de segurança no Tribunal de Justiça fluminense (TJ-RJ) pedindo, liminarmente, o efeito de suspensão da decisão de soltura do banqueiro Salvatore Cacciola, de 65 anos, que deixou a prisão há poucas horas.

A Promotoria também impetrou recurso na Vara de Execuções Penais (VEP) do TJ-RJ para suspender o benefício de liberdade condicional que foi concedido a Cacciola. Segundo o Ministério Público, o ex-banqueiro não pode gozar deste direito sem antes reparar o dano que causou à União.

Cacciola deixou esta tarde o Instituto Penal Plácido Sá Carvalho, no complexo prisional de Bangu, na zona oeste do Rio. Na última terça-feira (23), ele recebeu o benefício de liberdade condicional.

O ex-dono do Banco Marka cumprirá o restante de sua pena em uma residência fixa no Rio. Cacciola vai precisar, no entanto, seguir algumas regras do sistema de liberdade condicional. Para sair do Estado, por exemplo, ele precisará de uma autorização da Justiça. O ex-banqueiro também terá que se apresentar regularmente ao TJ-RJ.

Relembre o caso

Propriedade de Cacciola, o Banco Marka foi socorrido pelo Banco Central em 1999, quando o governo substitui o sistema de câmbio fixo por flutuante. A instituição amargou perdas por apostar na estabilidade do câmbio e não se preparou para a desvalorização do Real que aconteceu em seguida, como fizeram outros bancos.

Quando chegou extraditado ao Brasil, Cacciola sorriu e disse que não era um foragido

A operação de socorro culminou em prejuízo bilionário ao governo e em um processo judicial pelo qual foram condenados também diretores do BC envolvidos na operação e outros banqueiros.

Cacciola foi preso em 2000, e, beneficiado por habeas corpus algumas semanas depois, viajou para a Itália, onde pôde viver livremente graças à cidadania italiana que possui. Em 2005, ele foi condenado a 13 anos de prisão por crimes de gestão fraudulenta e desvio de dinheiro público

Com a condenação, o ex-banqueiro foi considerado foragido pelas autoridades brasileiras até ser preso pela Interpol, a polícia internacional, no Principado de Mônaco, em 2007. Na ocasião, ele visitava a namorada.

Somente dez meses após sua prisão, Cacciola foi extraditado para o Brasil. Ele foi levado para o presídio Ary Franco, no bairrro de Água Santa, zona norte do Rio, e, depois, para o Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na zona oeste, onde cumpre pena desde julho de 2008.

Em janeiro de 2011, o TJ-RJ concedeu ao ex-banqueiro o benefício de progressão de pena para regime semiaberto. Com esse benefício, ele poderia trabalhar e visitar a família durante o dia, mas teria que retornar ao presídio à noite.

Em julho deste ano, a Justiça reduziu em um quarto a sua pena de 13 anos. Em seu despacho, a juíza Roberta Barrouin Carvalho argumentou que tomou sua decisão com base no decreto presidencial 7.420, publicado em dezembro de 2010, que reduz em um quarto a pena de condenados com mais de 60 anos que não tenham praticado crimes hediondos.






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