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quinta-feira, 7 de abril de 2011

Autor de massacre em escola do Rio deixou instruções para seu enterro


Rio de Janeiro, 7 abr (EFE).- O atirador que matou nesta quinta-feira 11 alunos de uma escola do Rio de Janeiro e depois se suicidou deixou uma carta com instruções para seu enterro na qual pede que seu corpo não seja tocado por "impuros" sem usar luvas e mostra um fanatismo religioso.

A carta foi encontrada pela Polícia em um dos bolsos de Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, que foi aluno da escola pública Tasso da Silveira, situada no bairro de Realengo (Zona Oeste do Rio de Janeiro) e transformada nesta quinta-feira em cenário de um massacre sem precedentes no Brasil.

Na carta divulgada pela Polícia, o assassino pede que um "fiel seguidor de Deus" visite sua sepultura pelo menos uma vez para que peça perdão pelo que ele fez e solicita que sua casa seja doada a alguma sociedade que cuide de animais abandonados.

Também dá instruções para que seu corpo seja lavado e preparado para o enterro, e para que não seja tocado por "impuros": "somente os castos ou os que perderam suas castidades após o casamento e não se envolveram em adultério poderão me tocar sem usar luvas".

Além disso, dá indícios da premeditação do crime ao avisar que quer ser enterrado envolvido em um lençol branco que ele mesmo deixou dentro de uma bolsa "na primeira sala do primeiro andar".

Apesar de porta-vozes oficiais dizerem inicialmente que Wellington tinha feito menções ao Islã e que estava infectado com o vírus HIV, a carta enviada à imprensa não mostra essas afirmações.

Uma irmã adotiva do assassino admitiu em declarações a uma rádio que o jovem costumava falar de "coisas de muçulmanos" e assegurou que era "muito reservado", ao ponto de viver sozinho e de sair pouco de sua casa, onde permanecia o tempo todo em frente ao computador.

A menção sobre a aids foi feita pelo subprefeito da zona oeste, Edmar Teixeira, em declarações concedidas a jornalistas após visitar a escola.

O atirador, órfão de pais adotivos e sem antecedentes criminais, entrou na escola na qual estudou de 1999 a 2002 se dizendo um palestrante que participaria de um seminário no centro educativo, onde nesse momento havia cerca de 400 alunos.

Depois subiu ao segundo andar e começou a disparar com dois revólveres calibre 38, que chegou a recarregar várias vezes.

Além das dez meninas e de um menino de idades entre 12 e 14 anos que morreram com tiros na cabeça e no tórax, outros 13 menores ficaram feridos, quatro com gravidade.

A tragédia não foi maior porque uma patrulha da Polícia Militar que estava próxima à escola e foi chamada por um dos adolescentes feridos chegou até o local antes que o assassino alcançasse ao terceiro andar.

Após pedir em vão que se rendesse, os policiais atiraram nas pernas para imobilizá-lo, mas o assassino se suicidou com um tiro na cabeça quando já estava caído.






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