Gilberto Carvalho diz que ex-tesoureiro do PT pagou “preço altíssimo” após queda como pivô do mensalão
À RedeTV! ministro falou em “veneração” de Dilma por Lula, com quem a presidente se encontra a cada 15 dias
DE SÃO PAULO
Fiel escudeiro do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria Geral da Presidência) defende a volta de Delúbio Soares ao PT.
Em entrevista ao programa “É Notícia”, da RedeTV!, que iria ao ar na madrugada de hoje, Carvalho afirmou que é direito do ex-tesoureiro petista requerer a volta ao partido e que ele terá seu apoio, caso peça a refiliação.
Pivô do escândalo do mensalão, Delúbio foi expulso do PT em 2005.
“Você não pode fazer uma punição eterna para ninguém. O Delúbio purgou, pagou um preço altíssimo, foi expulso do partido. Tem o direito de requerer sua volta e, havendo da parte dele o compromisso de um comportamento adequado, de se refiliar. Eu apoiaria a volta dele.”
O ministro afirmou, no entanto, que a possível volta do ex-tesoureiro não deve ser um tema central para o PT. “Não acho que isso tem que ser uma bandeira importante pra nós, mas não vejo porque expurgar uma pessoa eternamente da vida política.”
As declarações revelam uma inflexão de posicionamento, já que, em 2009, à época chefe de gabinete do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Carvalho trabalhou para evitar movimento semelhante de Delúbio.
Era ano pré-eleitoral e, entre os petistas, temia-se que a reintegração dele ao partido pudesse causar embaraços à candidatura de Dilma Rousseff à Presidência.
A declaração de Carvalho ocorre no momento em que, sob o comando de Lula, o PT trabalha para desconstruir o escândalo do mensalão.
Isso porque, no início do ano que vem, o processo deve começar a ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal.
Outros petistas já defenderam a volta do ex-tesoureiro ao partido, entre eles o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), e o secretário nacional de Comunicação, deputado André Vargas (PT-PR).
O pedido de refiliação de Delúbio deve ser discutido em reunião do diretório nacional do PT, em abril.
Na entrevista à Rede TV!, Carvalho afirmou que Dilma e Lula se encontram a cada 15 dias e que a presidente tem “veneração” pelo ex-chefe.
Felipe Vieira: Site do PFL (www.pfl.org.br), divulga trecho da entrevista de Roberto Jeferson (PTB) feita para o jornal Folha de São Paulo.
Felipe Vieira: O presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), considerou "estarrecedor" o conteúdo da entrevista do deputado federal Roberto Jefferson, presidente do PTB, publicada nesta segunda-feira pelo jornal "Folha de S. Paulo". Jefferson diz na entrevista que o tesoureiro do PT, Delúbio Soares, pagava uma mesada de R$ 30 mil a deputados federais da base aliada em troca de apoio no Congresso. "Não vamos fazer pré-julgamentos, mas estamos diante de uma entrevista de conteúdo estarrecedor onde o presidente da Republica é citado" – disse Bornhausen. "A instalação da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar e esclarecer todo o caso é imprescindível e inadiável", completou o senador. Na entrevista, Jefferson afirma que o presidente Luiz Inácio da Silva e os principais ministros do governo sabem da existência do "mensalão". Segundo Jefferson, ele mesmo contou tudo ao presidente Luís Inácio da Silva e aos ministros José Dirceu (Casa Civil), Antônio Palocci (Fazenda). O presidente ,Luiz Inácio da Silva, teria chorado ao tomar conhecimento da existência esquema do pagamento de propina. O presidente do PTB sustenta que a propina mensal começou a ser paga em 2003. Ele disse ter denunciado o caso a José Dirceu em 2004.
Felipe Vieira (14h30): Realizou uma entrevista com Cláudio Abraão, da ONG Transparência Brasil sobre as declarações de Roberto Jefferson e sobre a CPI dos correios.
Felipe Vieira: Prefeitura de Porto Alegre adia reintegração de pose no Morro do Osso.
Repórter Jimmy Azevedo: A pedido do prefeito José Fogaça e do Secretário Estadual de Justiça e Segurança, José Otávio Germano, o secretário estadual do meio ambiente, Beto Moesch, aguarda uma nova data para fazer a retirada dos índios que vivem há um ano, no parque natural. Sábado Beto Moesch foi agredido quando vistoriava a construção irregular de duas casas dentro do parque. Ele garante que por pouco não foi morto, já os índios afirmam que foi Beto Moesch que provocou a situação e que ele estava bêbado. A Brigada Militar assim como a Guarda Municipal tentam impedir que os índios construam novas casas. Ainda não foi definida a data que as 20 famílias de índios Caigangues serão retiradas do Morro do Osso e recolocadas numa área de seis equitares na Lomba do Pinheiro. Beto Moesch registrou ocorrência por tentativa de homicídio.
Felipe Vieira: Produtores de Arroz realizam novos bloqueios em rodovias no interior do Rio Grande do Sul.
Repórter Wilson Rosa: Depois de bloquearem vários trechos de estradas essa manhã. Os arrozeiros fazem novos protestos daqui a pouco ás 15h00. Foram registrados bloqueios de uma hora em Barra do Ribeiro, Camaquã, Tapes, Pelotas, Santa Vitória do Palmar, Arroio Grande e São Borja. Produtores também estão concentrados na BR-392, em Bagé. Os produtores reivindicam fim das importações do Mercosul, a prorrogação das dívidas e a compra do arroz excedente do mercado. Na quarta-feira está marcada uma audiência da Confederação da Agricultura com o presidente, Luiz Inácio da Silva, sobre o assunto. Segundo o presidente da Federarroz, Valter Pötter, os protestos vão aumentar amanhã nas principais rodovias gaúchas.
Felipe Vieira: Realizou uma entrevista com Davi Estival, presidente estadual do PT e com o deputado federal, Fernando Gabeira (PV-RJ), onde repercutiu as declarações de Roberto Jefferson (PTB) ao jornal Folha de São Paulo.
Felipe Vieira: Comissão da Assembléia Legislativa discute relações de custos e benefícios para usuários de rodovias concedidas.
Repórter Carolina Aguaidas: A comissão especial das rodovias concedidas presidida pelo deputado estadual, Márcio Biolchi (PMDB), está reunida com representantes da agência estadual de regulação dos serviços públicos e delegados, para um debate sobre os projetos de implementação de pedágios e contrato de qualidade dos serviços. O Objetivo dessa terceira reunião da comissão, que já teve a presença do secretário estadual de transportes e da associação gaúcha de concessionárias e rodovias é de melhorar os benefícios concedidos aos usuários dessas estradas. Visando manter tarifas e regularizações já antes estabelecidas.
Felipe Vieira: Conversou com várias pessoas ligadas à política, repórteres e ouvintes do programa sobre a entrevista realizada com o deputado Roberto Jeferson do PTB abaixo a entrevista realizada ao jornal Folha de São Paulo. Fonte site da Folha de São Paulo, disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/
Entrevista deputado, Roberto Jeferson (PTB), ao Jornal Folha de São Paulo
Folha - Na tribuna da Câmara, o sr. disse ter sido procurado por pessoas que lhe pediam para resolver pendências nos Correios, que teria se recusado a traficar influência e que interesses contrariados estariam na origem da denúncia da revista "Veja". Por que o sr. não denunciou essas pessoas?
Roberto Jefferson - Não se faz isso. Se você for denunciar todo lobista que se aproxima de você, vai viver denunciando lobista.
Folha - O consultor Arlindo Molina, uma das pessoas que o procuraram para tratar dos Correios, afirma que, ao contrário do que o sr. disse no pronunciamento, o conhece há anos. Essa versão procede?
Jefferson - A entrevista dele está completamente equivocada, até nas datas. Eu o conheci em março de 2005. Não é verdade que nos conhecíamos antes disso.
Folha - O sr. fala em guerra comercial. Mas não está em curso nos Correios, também, uma guerra por espaço entre os partidos?
Jefferson - Não. Mas eu entendo o Fernando Bezerra [senador pelo PTB e líder do governo no Congresso] porque, na primeira matéria da "Veja", está dito que ele indicou o Ezequiel Ferreira para a diretoria de Tecnologia dos Correios. Mas o Ezequiel nunca assumiu. Por que não mostraram quem está no cargo, se 60% daquela fita [a que registra a cobrança de propina] se refere às operações da diretoria de Tecnologia? Esconderam o atual, indicado pelo Silvio Pereira [secretário-geral do PT]. O Policarpo [Júnior, repórter de "Veja"] protegeu o PT.
Folha - Na contramão do que declarou à PF, o ex-presidente do IRB Lídio Duarte diz em gravação [divulgada pela "Veja"] que, enquanto esteve no cargo, foi pressionado a destinar mesada de R$ 400 mil ao PTB. O que o sr. tem a dizer?
Jefferson - É algo que ele terá de esclarecer à PF. Eu tenho dele uma carta em que ele nega ter dado a entrevista. Em carta à "Veja", disse que não disse. Na PF, sob juramento, disse que não disse. Quem tem de decidir é a Justiça.
Conheci o doutor Lídio no princípio de 2003, na casa do José Carlos Martinez [presidente do PTB morto em outubro daquele ano em acidente aéreo]. Sabendo que o PTB indicaria o presidente do IRB, ele veio para se apresentar. Tive excelente impressão.
Depois da morte do Martinez ele se distanciou completamente do PTB. Por volta de agosto de 2004, eu o chamei ao meu escritório no Rio e disse: quero que você me ajude, procurando essas empresas que trabalham com o IRB, para fazerem doações ao partido nesta eleição, porque estamos em situação muito difícil. Ele ficou de tentar. Em setembro, ele voltou a mim e disse: deputado, não consegui que as doações sejam "por dentro", com recibo; querem dar por fora, e isso eu não quero fazer. Eu falei: então não faça.
Na conversa, o Lídio avisou que estava perto de se aposentar. Eu então avisei que iniciaria um processo para substituí-lo. Levei aos ministros José Dirceu [Casa Civil] e Antonio Palocci [Fazenda] o nome do doutor Murilo Barbosa Lima, diretor técnico do IRB. O nome ficou meses em aberto. A imprensa começou a dizer que havia dossiê contra ele. E o doutor Lídio, que dissera que iria se aposentar, se agarra com o doutor Luiz Eduardo de Lucena, que é o diretor comercial indicado pelo José Janene [líder do PP na Câmara], para ficar na presidência.
Aí se instala uma queda-de-braço entre o PTB e o PP. O Palocci conversa comigo e diz o seguinte: Roberto, vamos fazer uma saída por cima. Nós temos o diretor administrativo, um homem de altíssimo gabarito, o Appolonio Neto, sobrinho do Delfim Netto, fez um dos melhores trabalhos de modernização do IRB. A gente passa o Appolonio como sendo do PTB, e ele sendo sobrinho do Delfim, que é do PP, e a gente resolve a situação. Eu falei: não sou problema, está dada a solução. O doutor Appolonio foi uma indicação salomônica do ministro Palocci.
Folha - O sr. considera correta, legítima, essa forma de partilha dos cargos do governo?
Jefferson - Você entrega aos administradores dos partidos que compõem o governo a administração do governo. O PT tem participação muito maior que a dos outros partidos da base. Tem 20% da base e 80% dos cargos.
Mesmo o IRB: o PTB tem a presidência, mas todos os cargos abaixo são do PT. A Eletronorte: o presidente, doutor Roberto Salmeron, é um dos melhores quadros do PTB. Mas, de novo, toda estrutura abaixo é do PT. O diretor mais importante, o de Engenharia, é o irmão do ministro Palocci. O doutor Salmeron é uma espécie de rainha da Inglaterra. A ministra [Dilma Rousseff, das Minas e Energia] despacha com o irmão do Palocci. Tudo isso foi construído lá atrás, com o Silvio Pereira, o negociador do governo.
Folha - Qual é a sua relação com Henrique Brandão, da corretora de seguros Assurê?
Jefferson - Pessoal. Meu amigo fraterno há 30 anos. Era um homem pobre. Por seu mérito, transformou-se no maior corretor privado do Brasil. O Henrique é grande há muito tempo. Está em Furnas há 12, 15 anos.
Folha - De volta à gravação, o sr. rejeita a afirmação de que Henrique Brandão pedia contribuições em seu nome no IRB?
Jefferson - Nunca foi feito tal pedido. Volto a dizer: a única coisa que houve foi um pedido, feito por mim ao Lídio, de ajuda para o PTB na eleição. E eu compreendi as razões de ele não poder ajudar.
Eu quero contar um episódio. Na véspera de eu fazer meu discurso no plenário da Câmara, havia uma apreensão muito grande dos partidos da base, em especial o PL e o PP, e do próprio governo.
Dez minutos antes de eu sair para falar chega aqui, esbaforido, Pedro Corrêa (PE), presidente do PP: "Bob, cuidado com o que você vai falar. O governo interceptou uma fita de você exigindo do Lídio dinheiro para o PTB". Eu dei um sorriso e disse: "Pedrinho, se era essa a sua preocupação, pode ficar tranqüilo, essa conversa nunca existiu. Não sou assim, nem o doutor Lídio é assim". Aí ele rebateu: "Mas pode ter sido seu genro [Marcus Vinícius Ferreira]". Eu falei: "Meu genro é um homem de bem. E eu vejo, Pedrinho, que você não tem convicção de fita nenhuma. Fica calmo que eu não vou contar nada do que eu sei a respeito de "mensalão'".
Folha - E o que o sr. sabe?
Jefferson - Um pouco antes de o Martinez morrer, ele me procurou e disse: "Roberto, o Delúbio [Soares, tesoureiro do PT] está fazendo um esquema de mesada, um "mensalão", para os parlamentares da base. O PP, o PL, e quer que o PTB também receba. R$ 30 mil para cada deputado. O que você me diz disso?". Eu digo: "Sou contra. Isso é coisa de Câmara de Vereadores de quinta categoria. Vai nos escravizar e vai nos desmoralizar". O Martinez decidiu não aceitar essa mesada que, segundo ele, o doutor Delúbio já passava ao PP e ao PL.
Morto o Martinez, o PTB elege como líder na Câmara o deputado José Múcio (PE). Final de dezembro, início de janeiro, o doutor Delúbio o procura: "O Roberto é um homem difícil. Eu quero falar com você. O PP e o PL têm uma participação, uma mesada, eu queria ver se vocês aceitam isso". O Múcio respondeu que não poderia tomar atitude sem falar com o presidente do partido.
Aí reúnem-se os deputados Bispo Rodrigues (PL-RJ), Valdemar Costa Neto [SP, presidente do PL] e Pedro Henry (PP-MT) para pressionar o Múcio: "Que que é isso? Vocês não vão receber? Que conversa é essa? Vão dar uma de melhores que a gente?". Aí o Múcio voltou a mim. Eu respondi: "Isso desmoraliza. Tenho 22 anos de mandato e nunca vi isso acontecer no Congresso Nacional".
Folha - O sr. deu ciência dessas conversas ao governo?
Jefferson - No princípio de 2004, liguei para o ministro Walfrido [Mares Guia, Turismo, PTB] e disse que precisava relatar algo grave. Conversamos num vôo para Belo Horizonte. "Walfrido, está havendo essa história de "mensalão"." Contei desde o Martinez até as últimas conversas. "Em hipótese alguma. Eu não terei coragem de olhar nos olhos do presidente Lula. Nós não vamos aceitar."
E eu passei a viver uma brutal pressão. Porque deputados do meu partido sabiam que os deputados do PL e do PP recebiam.
As informações que eu tenho são que o PMDB estava fora. Não teve "mensalão" no PMDB.
Fui ao ministro Zé Dirceu, ainda no início de 2004, e contei: "Está havendo essa história de mensalão. Alguns deputados do PTB estão me cobrando. E eu não vou pegar. Não tem jeito". O Zé deu um soco na mesa: "O Delúbio está errado. Isso não pode acontecer. Eu falei para não fazer". Eu pensei: vai acabar. Mas continuou.
Me lembro de uma ocasião em que o Pedro Henry tentou cooptar dois deputados do PTB oferecendo a eles "mensalão", que ele recebia de repasse do doutor Delúbio. E eu pedi ao deputado Iris Simões (PTB-PR) que dissesse a ele: se fizer, eu vou para a tribuna e denuncio. Morreu o assunto.
Lá para junho eu fui ao Ciro Gomes. Falei: "Ciro, vai dar uma zebra neste governo. Tem um "mensalão". Hoje eu sei que são R$ 3 mi, R$ 1,5 mi de mensal para o PL e para o PP. Isso vai explodir". O Ciro falou: "Roberto, é muito dinheiro, eu não acredito nisso".
Aí fui ao ministro Miro Teixeira, nas Comunicações. Levei comigo os deputados João Lyra (PTB-AL) e José Múcio. Falei: "Conte ao presidente Lula que está havendo o "mensalão'". Nessa época o presidente não nos recebia. Falei isso ao Aldo Rebelo, que então era líder do governo na Câmara.
Folha - A quem mais no governo o sr. denunciou a situação?
Jefferson - Disse ao ministro Palocci: "Tem isso e é uma bomba". Fui informando a todos do governo a respeito do "mensalão". Me recordo inclusive de que, quando o Miro Teixeira, depois de ser ministro, deixou a liderança do governo na Câmara, ele me chamou e falou: "Roberto, eu vou denunciar o "mensalão". Você me dá estofo?". Eu falei: "Não posso fazer isso. Vamos abortar esse negócio sem jogar o governo no meio da rua. Vamos falar com o presidente Lula que está havendo isso". Me recordo até que o Miro deu uma entrevista ao "Jornal do Brasil" denunciando o "mensalão" e depois voltou atrás.
No princípio deste ano, em duas conversas com o presidente Lula, na presença do ministro Walfrido, do líder Arlindo Chinaglia, do ministro Aldo Rebelo, do ministro José Dirceu, eu disse ao presidente: "Presidente, o Delúbio vai botar uma dinamite na sua cadeira. Ele continua dando "mensalão" aos deputados". "Que "mensalão'?, perguntou o presidente. Aí eu expliquei ao presidente.
Folha - Qual foi a reação dele?
Jefferson - O presidente Lula chorou. Falou: "Não é possível isso". E chorou. Eu falei: É possível sim, presidente. Estava presente ainda o Gilberto Carvalho [chefe-de-gabinete do presidente].
Toda a pressão que recebi neste governo, como presidente do PTB, por dinheiro, foi em função desse "mensalão", que contaminou a base parlamentar. Tudo o que você está vendo aí nessa queda-de-braço é que o "mensalão" tem que passar para R$ 50 mil, R$ 60 mil. Essa paralisia resulta da maldição que é o "mensalão".
Folha - Isso não existia também no governo passado?
Jefferson - Nunca aconteceu. Eu tenho 23 anos de mandato. Nunca antes ouvi dizer que houvesse repasse mensal para deputados federais por parte de membros do partido do governo.
Folha - O que, em sua opinião, levou a essa situação?
Jefferson - É mais barato pagar o exército mercenário do que dividir o poder. É mais fácil alugar um deputado do que discutir um projeto de governo. É por isso. Quem é pago não pensa.
Folha - O que fez o presidente Lula diante de seu relato?
Jefferson - Depois disso [da conversa] parou. Tenho certeza de que parou, por isso está essa insatisfação aí [na base parlamentar]. Ele meteu o pé no breque. Eu vi ele muito indignado.
Pressão, pressão, pressão, pressão. Dinheiro, dinheiro, dinheiro, dinheiro, todo mundo tem, todo mundo tem. Acho que foi o maior erro que o Delúbio cometeu.
E o presidente agora, desde janeiro, quando soube, eu garanto a você [que o "mensalão" foi suspenso]. A insatisfação está brutal porque a mesada acabou.
Serenamente eu já tenho o caminho traçado: não me preocupa mais o mandato, não vou brigar por ele. Só não vou sair disso como um canalha, porque não sou.
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