21/03/2011 - 22h54
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Colunas de fumaça branca subiam na manha desta terça-feira dos reatores 2 e 3 da central de Fukushima Daiichi, epicentro da crise nuclear provocada pelo tsunami que atingiu o nordeste do Japão há 11 dias, informou a agência de notícias Kyodo.
Os trabalhos de reparo no sistema de refrigeração dos reatores foram interrompidos, do mesmo modo que a operação para esfriar o sistema com a ajuda de canhões d'água, revelou a Kyodo.
O reator 3 é o mais danificado, após a explosão que destruiu o teto do prédio na semana passada devido ao acúmulo de hidrogênio.
É também o reator, dos seis existentes na central, que mais preocupa as autoridades, já que em seu interior há combustível MOX, uma mescla de óxidos de plutônio e urânio.
Fukushima Daiichi foi atingida por um tsunami de 14 metros que interrompeu o fornecimento de energia e provocou o colapso na refrigeração dos reatores, após a paralisação das bombas d'água. O sistema de emergência, que utiliza geradores a diesel, também caiu.
CONTAMINAÇÃO NA ÁGUA DO MAR
A Tepco, companhia operadora da usina nuclear de Fukushima, informou nesta segunda-feira que foram encontrados níveis mais altos do que o normal de elementos radioativos na água do mar de regiões próximas à usina japonesa.
Porta-vozes da empresa indicaram durante a madrugada ter detectado uma amostra de que os níveis de iodo 131 são 126,7 vezes superiores ao limite estabelecido, enquanto os de césio 134 estão 24,8 vezes mais elevados e os de césio 137 se multiplicam por 16,5 vezes.
Apesar de tudo, a companhia indicou que tais níveis não representam risco para a saúde humana, mas no entanto acrescentou que fará uma investigação sobre os frutos do mar desta região e seu consumo humano.
Acredita-se que o aumento pode estar relacionado com a chuva que caiu ao longo do dia na região e as operações de jogar água sobre os reatores danificados da usina nuclear de Fukushima.
OMS ALERTA SOBRE ALIMENTOS
A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse nesta segunda-feira que a contaminação por radiação nos alimentos no Japão é mais séria do que anteriormente imaginado.
O governo japonês já identificou níveis maiores de radiação do que o normal em espinafre e leite na região próxima à usina nuclear de Fukushima Daiichi, que sofre vazamento após danos causados pelo terremoto do último dia 11.
Há preocupação crescente de que partículas radioativas já liberadas na atmosfera tenham contaminado fontes de alimento e água.
"Está claro que a situação é séria", disse Peter Cordingley, porta-voz do escritório regional do Pacífico Oriental da OMS sediado em Manila, à Reuters em uma entrevista por telefone.
"É muito mais sério do que qualquer um pensava nos primeiros dias, quando achávamos que este tipo de problema pode estar limitado a 20 ou 30 quilômetros [...] é seguro supor que uma parcela de produtos contaminados tenha saído da zona de contaminação."
Ele disse entretanto não haver evidência de que alimentos contaminados oriundos de Fukushima tenham chegado a outros países.
O governo japonês ordenou nesta segunda-feira a suspensão da venda de leite e espinafre em quatro prefeituras próximas à usina nuclear. Segundo o secretário de Gabinete japonês, Yukio Edano, a medida é válida para as prefeituras de Fukushima, Ibaraki, Tochigi e Gunma.
O governo japonês já alertara no fim de semana que havia encontrado níveis acima do normal de radiação por iodo em leite e espinafre a até 120 km da usina, mas garantiu que os alimentos não chegaram ao mercado.
O Ministério de Saúde do Japão já havia pedido aos moradores próximos da usina nuclear que não bebessem água de torneira, contaminada com altos níveis de iodo radioativo.
Não há ainda relatos de comida contaminada na capital Tóquio, com cerca de 13 milhões de moradores. Autoridades municipais, contudo, identificaram níveis acima do normal de iodo radioativo em um crisântemo.
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