De tão grande, Maria Bonita não conseguiu entrar em casa pela porta. Em 2009, quando chegou, foram necessários malabarismos para acomodá-la na sala. Hoje, porém, ocupa majestosa o centro da biblioteca de Guita e José Mindlin. Ela é o robô da Brasiliana USP, um projeto que pretende digitalizar os livros e documentos raros da universidade e dispô-los na internet.
Os trabalhos começaram pelo acervo do bibliófilo, mas obras de outras bibliotecas, como a da Faculdade de Direito e da Politécnica, já passaram pela máquina e hoje estão disponíveis para consulta na página www.brasiliana.usp.br. Quem acessar o site, já pode apreciar cerca de 1.400 títulos, entre eles álbuns ilustrados de Debret, periódicos do século 19 e uma primeira edição de Marília de Dirceu.
Bem-sucedido, o projeto começa agora a exportar tecnologia para outras instituições, como a Biblioteca Nacional e a Universidade Federal de Pernambuco. "Nossa intenção sempre foi disseminar a nossa experiência", diz Pedro Puntoni, coordenador da Brasiliana USP.
Atualmente, esclarece o professor, o robô consegue digitalizar de 10 a 12 livros por dia. Ainda que tenha capacidade para fotografar e tratar cerca de 2.800 páginas por hora, a máquina trabalha em ritmo mais lento por conta da idade e da fragilidade das edições raras.
Para acelerar os trabalhos, a USP deve ganhar em breve outros cinco robôs semelhantes a Maria Bonita e pretende alcançar a marca de 100 livros digitalizados por dia.http://www.brasiliana.usp.br/
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