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Os ataques de Israel contra alvos palestinos na madrugada desta sexta-feira, que deixaram ao menos dois palestinos mortos, foram a primeira ofensiva militar israelense contra a faixa de Gaza desde o ataque à "Frota da Liberdade", quando o Exército hebreu matou nove ativistas humanitários.

De acordo com médicos palestinos citados pela Reuters, o corpo de um homem foi resgatado de um túnel no sul da costa de Gaza e um segundo cadáver ainda está sob os escombros, após o ataque aéreo das Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês).

Segundo o governo israelense os ataques ocorreram em resposta a morteiros lançados pelos palestinos na quinta-feira (24), contra Israel.

Um primeiro bombardeio aéreo foi lançado contra dois túneis no sul de Gaza, e outro teve como alvo um armazém de armamentos no norte do território palestino, informou o Exército do Estado judeu.

Shalit

Ainda hoje centenas de israelenses foram às ruas para marcar o quarto aniversário do sequestro do soldado Gilad Shalit, capturado por militantes palestinos na região da fronteira com a faixa de Gaza. Cerca de 600 pessoas participaram de uma manifestação na cidade de Nahariyah, enquanto outras 250 protestaram em frente ao ministério da Defesa em Tel Aviv.


Nir Elias/Reuters
Israelenses vão às ruas para marcar 4º aniversário do sequestro de  soldado
Israelenses vão às ruas para marcar 4º aniversário do sequestro de soldado Gilad Shalit

De acordo com o jornal israelense "Haaretz", manifestantes soltaram 6.000 balões em Haifa para marcar a data do sequestro. Outro ato estava previsto para ocorrer em frente ao escritório do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) em Israel.

A família do soldado vai iniciar no domingo (27) uma marcha para Jerusalém, onde planejam protestar em frente ao escritório do premiê Binyamin Netanyahu.

"Dessa vez é diferente", disse Noam Shalit, pai de Gilad, citado pelo "Haaretz". "Dissemos que não permitiríamos passar mais um ano sem Gilad. Não iremos para casa sem ele".

A organização de direitos humanos Human Rights Watch (HRW) pediu nesta sexta-feira que o grupo radical islâmico Hamas permita que Shalit se comunique com sua família e possa receber visitas de representantes do CICV.

Shalit foi sequestrado em 25 de junho de 2006. O Hamas, que diz mantê-lo refém, divulgou três carta escritas por ele, uma gravação em áudio e um vídeo com imagens do soldado.

O grupo radical islâmico recusou os pedidos da Cruz Vermelha e do HRW para visitá-lo, dizendo que isso poderia revelar o local onde ele é mantido em cativeiro.

O Hamas exige a libertação de centenas de prisioneiros palestinos em troca de Shalit.Tentativas de um acordo para a troca de presos, mediadas pelo Egito e Alemanha, falharam.

Irã cancela navio

Um dos organizadores de um comboio de navios levando ajuda humanitária à faixa de Gaza disse na quinta-feira que a missão foi cancelada devido às "ameaças israelenses", informa o jornal "Haaretz".

A Rádio do Exército informou que um navio iraniano isolado, levando cerca de 60 ativistas, preparava-se para tentar furar o bloqueio marítimo que Israel impõe a Gaza, navegando pelo Mar Cáspio.

Na terça-feira (22), a agência de notícias Isna citou o dirigente do Crescente Vermelho iraniano, Abdolrauf Adibzadeh, dizendo que enviaria no domingo um navio carregado com 1.100 toneladas de ajuda humanitária a Gaza.

No início de junho, o Crescente Vermelho iraniano anunciou sua intenção de enviar um barco de ajuda humanitária e outro com trabalhadores humanitários voluntários a Gaza, em uma tentativa de romper o bloqueio imposto há quatro anos ao território palestino por Israel, inimigo jurado do Irã, que não reconhece o Estado hebreu.