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sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Promotor do caso Abdelmassih considera prisão 'extremamente necessária'



Luiz Henrique Dal Poz diz que vítimas podem ser prejudicadas pela soltura.
Médico deixou prisão em SP na quinta após STF conceder habeas corpus.

Do G1, em São Paulo, com informações da EPTV


O promotor Luiz Henrique Dal Poz, responsável pelo caso do médico Roger Abdelmassih, vê com preocupação a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de libertar o médico acusado de 56 crimes sexuais a clientes de sua clínica, em São Paulo, e considera a continuidade da prisão do médico “extremamente necessária”.

Roger Abdelmassih deixou o 40º Distrito Policial, na Vila Santa Maria, na Zona Norte de São Paulo, no fim da manhã quinta-feira (24), após habeas corpus concedido pelo STF revogando a prisão preventiva do médico. Preso desde agosto, ele deixou a delegacia sem falar com a imprensa.

Segundo o promotor, os motivos para manter o médico preso foram apresentados pelo Ministério Público há quatro meses e que Abdelmassih apresenta risco eminente às vítimas e testemunhas. “Tanto que algumas só se apresentaram à Justiça após a sua segregação, porque se sentiam minimamente seguras”, alegou.



O promotor também afirmou que há risco de fuga do acusado e acredita que, se o STF tivesse acesso a todas as informações do processo, e não só as apresentadas pela defesa, a decisão de libertar o médico não teria ocorrido. “Nos autos há outras informações que apresentam a periculosidade do réu, os riscos às pessoas do processo e o risco eminente de fuga”, disse ele.

Poz garante que a libertação Abdelmassih não tem nenhum reflexo em relação ao andamento do processo-crime. O Ministério Público pede indenização às vítimas e que a clínica de reprodução do médico cumpra as medidas de proteção ao consumidor.

O promotor vai aguardar a decisão final do Supremo Tribunal Federal, com o julgamento do mérito do habeas corpus, que deve ocorrer em fevereiro.

Defesa

Os advogados de Abdelmassih alegaram à Justiça que não há indícios concretos de que a liberdade dele seja uma ameaça à ordem pública. Segundo a defesa, o médico é réu primário, tem bons antecedentes e residência fixa, além de ser um profissional renomado e de reputação ilibada.

De acordo com o advogado José Luís Oliveira Lima, que defende o médico, Abdelmassih iria passar o Natal e o fim de ano com seus familiares em sua casa em São Paulo. O advogado disse que o objetivo é que ele responda ao processo em liberdade.

Acusações

Apesar de responder a 56 acusações de crimes sexuais, a delegada titular da 1ª Delegacia de Defesa da Mulher, Celi Paulino Carlota, disse que 65 mulheres procuraram a Polícia Civil afirmando terem sido vítimas de Roger Abdelmassih. Segundo a delegada, após a prisão de Abdelmassih, mais quatro mulheres procuraram a polícia afirmando terem sido vítimas do médico. O advogado José Luís de Oliveira Lima nega todas as acusações contra o médico.

O médico também é investigado por suposta manipulação genética. Ele foi indiciado em junho pela Polícia Civil, sob suspeita de estupro e atentado violento ao pudor.

Roger Abdelmassih teve o registro da profissão suspenso por tempo indeterminado em setembro. A medida foi tomada pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) após reunião com os integrantes do órgão. O Cremesp abriu 51 processos ético-profissionais contra o profissional.





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