A tarefa de alcançar a semelhança entre os atores e os personagens reais da minissérie não foi fácil, mas a caracterizadora Anna Van Steen conseguiu realizar verdadeiras transformações. “O primeiro passo foi estudar detalhadamente cada personagem real. Também recorri a filmes biográficos para entender quais os fatores mais importantes numa caracterização como essa”, conta Anna. “Concluí que era importante respeitar as personalidades de cada personagem, e não imitar a realidade simplesmente”, completa.
As passagens de tempo durante a minissérie e o conseqüente envelhecimento dos personagens também foram mais um desafio a ser enfrentado. “O fundamental é conseguir situar o espectador dentro das fases da história”, explica Anna. Foram mais de oito grandes malas com aproximadamente 60 quilos de maquiagem. “A nossa empreitada foi difícil, mas muito gratificante”, diz.
Perucas, lentes verdes e próteses de látex
Como Dalva inicia a trama jovem e pobre, Anna e sua equipe optaram por cabelos longos e mal cuidados. Foi feito permanente nos fios de Adriana Esteves e sua pele foi trabalhada com produtos específicos. Já na fase madura, no auge da carreira da cantora, o desafio principal foi retratar o glamour. Por isso, uma peruca foi feita à mão, com cabelos crespos como o de Dalva. No envelhecimento, fase de decadência da intérprete, outra peruca foi utilizada, desta vez loira com raiz escura. Para este período, a equipe de caracterização trabalhou o rosto, mãos e pescoço da atriz com próteses de látex. A partir de 1965, uma terceira peruca é utilizada, já com coloração grisalha. Adriana Esteves usa também nesta época uma cicatriz no rosto, em decorrência do acidente de carro sofrido por Dalva. As lentes de contato verdes dão o toque final à caracterização.
Bigode de verdade
Para se transformar em Herivelto Martins, Fabio Assunção precisou tingir, cortar e ondular os cabelos. Os fios foram escurecidos na juventude e agrisalhados ao longo das décadas. O ator deixou o bigode crescer e o aparou constantemente da mesma forma que Herivelto fazia. Alguns pedaços de cabelo na testa do ator foram raspados, para dar credibilidade ao envelhecimento do personagem. Uma prótese também foi colada no pescoço e na barriga do ator, para realçar o ganho de peso do personagem nos anos 70, além de manchas de senilidade e rugas falsas.
Os outros grandes cantores da época, também retratados na minissérie, foram sendo desenhados de acordo com fotos e biografias. Para interpretar Grande Otelo, o ator Nando Cunha depilou a sobrancelha. Já Fafy Siqueira ficou loira para viver Dercy Gonçalves. Perucas também transformaram os rostos das atrizes que interpretam Emilinha Borba, Marlene, Dircinha e Linda Batista.
Não perca a estreia de “Dalva e Herivelto, uma canção de amor” na segunda-feira, dia 5!
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