Lula será bonzinho com o FMI, Barack é irreverente, Michelle tem lindos braços. Essa soma dá 1 trilhão de dólares e leva euforia às bolsas. Acredita nisso quem quiser.
Quem não quiser, verifica que no dia seguinte à salvação do mundo as bolsas recuam, “por causa do desemprego nos EUA”. Segunda-feira o mercado vai subir (ou cair), por causa de alguma outra coisa que ele vai escolher na hora.
Se a situação voltar a piorar, Michelle vai ter que malhar um pouco mais. Talvez Barack tenha que assistir a um jogo do Corinthians com Lula. Aí as bolsas se acalmam.
Esse cotidiano da crise deveria passar a ser ditado por Gilberto Braga e Benedito Ruy Barbosa. Chega de intermediários.
O G-20 vai combater a escassez de crédito com um cerco aos paraísos fiscais? Só rindo. O G-20 vai dar a receita de bolo para os bancos do mundo inteiro operarem com segurança? Ok, conta agora a do papagaio (com duplo sentido).
A circulação do dinheiro estava livre demais, com alavancas arriscadas demais. Irresponsabilidade e ganância, certamente. Mas ousadia também. Circulação de dinheiro gera riqueza, mesmo que parte dos ativos seja artificial – tão artificial quanto uma reunião do G-20.
Agora Paul Krugman e os bem pensantes gritam que a salvação do mundo está na intervenção estatal, esse neo-keynesianismo de padaria. De repente, essas máquinas burocráticas caindo de podre são o bálsamo da modernidade. Hugo Chávez para presidente do G-20!
Governos e bancos vão aumentar um pouco a regulação para limpar a barra dos rombos. E esse trilhão (seja lá o que ele for) sairá da poupança gerada pela bonança dos últimos dez anos. O preço da farra será pago pela farra.
Enquanto cospe no prato que comeu, o mundo civilizado se distrai falando mal dos bancos e bem dos braços de Michelle. Risco zero.
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