20/12/2011 às 18:58:54 - Atualizado em 20/12/2011 às 19:08:54
AEN
A criança, de 3 anos, foi atendida no setor de pediatria por ter ingerido naftalina. Após lavagem gástrica, deveria ter sido administrado carvão ativado para neutralizar os efeitos da naftalina. No entanto, houve a troca do carvão pelo chumbinho. O paciente começou a apresentar sintomas de intoxicação e foi encaminhado ao Hospital Waldemar Monastier, onde foi adequadamente medicado e sobreviveu.
O caso gerou um processo de investigação sobre a origem do produto irregular. Foi confirmado por exame laboratorial que a substância administrada ao paciente no Centro Médico era aldicarbe, o que gerou uma inspeção no estabelecimento. Foram encontradas diversas irregularidades, culminando na interdição dos quatro setores.
Nesta terça-feira (20), as vigilâncias estadual e municipal, junto com a polícia civil (Nucrisa e delegacia do consumidor), fizeram uma blitz em estabelecimentos de venda de produtos agropecuários de Campo Largo para investigar o comércio irregular do "chumbinho". "Não foi encontrada a substância, porém foram constatadas diversas irregularidades, como venda de produtos alimentícios junto com venenos, inseticidas irregulares e produtos vencidos", informou Paulo Costa Santana, chefe da Vigilância Sanitária Estadual.
CHUMBINHO - O chumbinho possui como ingrediente ativo a substância tóxica chamada aldicarbe - um inseticida, acaricida e nematicida comercializado no País sob a forma exclusiva de agrotóxico. No Paraná, sua venda é proibida pela Secretaria de Agricultura. A substância é comercializada irregularmente para matar ratos. Existem relatos de graves intoxicações. A ingestão do produto pode até mesmo levar à morte.
Segundo dados do Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação do Ministério da Saúde), entre 2010 e 2011 foram registrados 245 casos de intoxicação por chumbinho em humanos no Paraná. Dez pessoas morreram. A maioria dos casos (129) ocorreu na Região Metropolitana de Curitiba.
A Vigilância Estadual vai intensificar a ação de fiscalização da venda irregular desse produto em conjunto com os municípios. Denúncias podem ser feitas nas vigilâncias municipais e na Ouvidoria Estadual do SUS - 0800 644 4414
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