OI PESSOAL ESTA É A GIOVANA D 2 MESES D IDADE, FILHA DO MEU SOBRINHO JA FAZ 33 DIAS Q ELA ESTA INTERNADA E OS MÉDICOS NÃO CONSEGUEM DECIFRAR QUAL A DOENÇA Q ELA TEM JA FIZERAM VARIOS EXAMES E ATÉ AGORA ELES NÃO SABEM DIZER O QUE É, POR FAVOR C VC É MÉDICO OU CONHECE ALGUÉM Q POSSA AJUDAR DEIXE UMA MSG AQUI, PEÇO TBM Q VCS POSSAM ESTAR ORANDO POR ELA, COMPARTILHEM ESTA FOTO, E AJUDEM ESTA CRIANÇA Q ESTA COM TODO O CORPO SEM PELE, OBRIGADO DESDE JA.
20.12.2011
Um novo ano se aproxima, mas a situação do Hospital Geral de Fortaleza (HGF) continua crítica. A unidade ultrapassou em 87,7% a capacidade dos 98 leitos ofertados na emergência. Ontem pela manhã, 86 pacientes estavam instalados nos corredores. O fato já se tornou, inclusive, motivo de piada entre os usuários, que ironicamente batizaram o corredor de "piscinão".
O agricultor Francisco Rodrigues de Sales, 63, veio do município de Alto Santo, situado a 230 Km de Fortaleza, acompanhar a esposa que no início do mês sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Logo que chegaram à unidade foram bem atendidos, mas sempre numa maca no corredor, onde permanecem até o presente momento.
Desconforto
A agricultora Maria Joelma de Sousa, 42, se reveza com Francisco e conta que ficou com medo que transferissem sua amiga para outro hospital por causa da superlotação. "É muita gente. Quando penso que a emergência está ficando vaga, de repente ela lota". Outro problema que relata é com relação aos acompanhantes, que não têm onde ficar. Muitos passam a noite numa cadeira de plástico.
Situação semelhante vive a professora Eurenice dos Santos, 36, do município de Palhano, situado a 127 Km de Fortaleza. Na última sexta-feira, a sua mãe, de 77 anos, sofreu um AVC. Como o hospital da cidade não tinha médico, teve de ir para Russas, onde foi encaminhada para o HGF. Chegaram às 19h e realizaram todos os exames necessários, mas tudo numa maca no corredor.
Somente após sofrer novo AVC, no último domingo, conseguiu vaga em um leito. Eurenice afirma que medicamentos e exames não faltam e que o atendimento também é bom, o problema é o desconforto do doente em ficar no corredor. "A pessoa já está debilitada e ainda tem que ficar numa maca nesta situação. É muito ruim".
O motorista Osmundo Carlos Pedrosa, 45, lamenta que seja preciso chamar a imprensa para que o poder público atente para a situação. Ele defende que o número de leitos deveria aumentar, já que os existentes não estão dando conta. "A quantidade de gente que vem do Interior é enorme, por isso quando chegam ficam nessas condições pelos corredores. É triste".
Osmundo acrescenta que os médicos e enfermeiros até se compadecem, mas nada podem fazer, pois a iniciativa tem que partir da direção, que não toma nenhuma providência.
Deficiência
O coordenador geral da emergência do HGF, Romel Araújo, afirma que a emergência do setor terciário sofre pela falência da atenção primária e secundária, que não está fazendo o seu papel. O médico esclarece que os municípios com gestão plena têm obrigação de organizar o sistema de saúde na atenção primária, secundária e terciária. O problema é que eles não fazem e acabam sendo encaminhados para o HGF.
Segundo afirma, cinco hospitais são responsáveis por sustentar a saúde no Ceará: Hospital Geral de Fortaleza (HGF), Hospital São José, Instituto Dr. José Frota (IJF) e Hospital Infantil Albert Sabin (Hias). Araújo enfatiza que o número de leitos de clínica médica em Fortaleza é irrisório se levado em conta uma população de quase dois milhões e 600 mil habitantes. Além disso, não são resolutivos.
Essa semana, o governo estadual liberou R$ 13 milhões ao HGF, sendo R$ 11 milhões do tesouro do Estado e R$ 2 milhões oriundos do governo Federal. A verba é para pagar fornecedores, recursos humanos e compra de materiais de insumos para fechar o orçamento deste ano.
A emergência do HGF realiza mensalmente de quatro a cinco mil atendimentos. Somente em novembro, mais de cinco mil pessoas foram atendidas. A maioria, destaca Araújo, não é do perfil do hospital, que só deveria atender pacientes de alta complexidade. "Temos mais leitos clínicos nos corredores dos hospitais terciários do que em hospitais secundários", dispara o coordenador geral da emergência do Hospital Geral.
Romel Araújo destaca que se os gestores municipais não se organizarem e tornarem o sistema de saúde resolutivo, daqui há dez anos estes mesmos problemas acontecerão.
Alerta87% acima da capacidade. Neste momento, o Hospital Geral de Fortaleza (HGF) ultrapassou o limite de atendimento dos seus 98 leitos da emergência
LUANA LIMAREPÓRTER
Grávida de trigêmeos passa 12 horas à espera de atendimento em MG
Motivo da demora foi a falta de UTI Neonatal em Araguari e região.
Médico informou que um já estaria morto, segundo a mãe da grávida.
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Segundo a mãe da grávida, o médico que deu início ao atendimento em Araguari teria dito que um dos bebês já estaria morto.
A secretária de Saúde de Araguari, Iolanda Coelho, informou que na Santa Casa são oito leitos de UTI Neonatal credenciados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e todos estão ocupados. Disse ainda que a grávida foi atendida por um obstetra que, ao verificar a necessidade do parto, acionou a Secretaria de Saúde que, por sua vez, acionou o SUS Fácil e a Central de Regulação.
Como em Uberlândia também não havia leitos, foram tentados outros municípios, até que houve a liberação em Patos de Minas.
A secretária disse também, que o médico responsável informou sobre a paciente e que os bebês teriam condições de aguardar pela transferência. Porém, Iolanda Coelho não soube o que teria levado um dos bebês à morte.
Pacientes esperam até 14 horas por atendimento na rede pública no DF
No HRT, reclamação também era pela falta de materiais médicos.
Em nota, Secretaria de Saúde negou demora no atendimento.
No Hospital Regional de Taguatinga (HRT), também durante a madrugada, havia pessoas que afirmaram estar aguardando desde as 8h desta terça-feira.
Ao questionar a demora de 14 horas, o lavador José Irineu disse que recebeu a informação de que o atendimento estava lento. “O que eles justificaram para todo mundo era que o médico estava devagar. Só isso”, contou. No quadro de escala havia dois clínicos de plantão.
O pintor Sebastião da Silva disse que chegou meia-noite ao Hospital do Guará. “Fiz a ficha da minha filha e vi as pessoas das 10h [de terça-feira] serem atendidas.” Idosos não receberam tratamento prioritário. “Fiquei mais de dez horas esperando”, informou uma senhora.
Por meio de nota, a Secretaria de Saúde informou que o HRGu contava com três clínicos de plantão na noite desta terça-feira (22) e afirmou que a ficha mais antiga estava com horário das 22h.
Na emergência do Hospital Regional de Taguatinga (HRT), depois de longa espera, algumas pessoas tiveram o procedimento interrompido por falta de material.
“O pessoal entrou para ser atendido com o pé quebrado e eles tiveram que sair para comprar gesso. Você paga hospital particular para ter isso. Agora ter que pagar o material no hospital do governo realmente é um absurdo”, opina a aposentada Adriana Alves.
Segundo a Secretaria de Saúde, foi feita solicitação de compra de gesso para abastecer toda a rede e o fornecedor tem 10 dias para entregar o material.
A dona de casa Silmair Oliveira acompanhava o marido com o pé sangrando. Ela contou que o paciente não recebeu nem curativo. “O médico está aqui, mas disse que não tem como fazer.”
A recepção do pronto-socorro também estava cheia. Ninguém informou quantos médicos estavam de plantão.
A dona de casa Irisnéia Ribeiro foi orientada pelo médico a ir para casa, mesmo grávida de nove meses, com a bolsa rompida e sangrando. “Me mandaram ir embora, mesmo eu estando desse jeito. Não vou, tenho que ficar, não tenho condições de ir.”
A Secretaria de Saúde informou que o bebê da dona de casa nasceu às 10h23 desta quarta, de parto normal e que mãe e filho passam bem. De acordo com a assessoria, durante toda a noite foram realizados cinco partos normais, uma cesariana e duas curetagens no Hospital Regional de Taguatinga. Três ginecologistas estavam escalados no plantão das 19h às 7h da manhã.
BRASÍLIA
- Ao fazer um balanço das votações da Câmara em 2011, o presidente da
Casa, deputado Marco Maia (PT-RS), reconheceu a necessidade de reajuste
salarial aos servidores da Casa, justificando que eles estão há cerca de
cinco anos sem aumento. Ele defendeu uma política automática de
reposição das perdas inflacionárias. Ao mesmo tempo, ressaltou que há
uma crise internacional e que, por isso, a presidente Dilma Rousseff
disse ser contra qualquer reajuste nesse momento.
- Os funcionários de gabinete da Câmara dos deputados são funcionários e trabalhadores como qualquer outro servidor da Câmara. Estão na sua grande maioria há cinco anos sem nenhum reajuste salarial e são aqueles servidores que tem um salário menor. Esses nós vamos tratar de forma especial para tentar, em algum momento, garantir que haja uma recomposição miníma desses salários. Mas essa questão não esta tomada ainda, é uma questão que nós temos que tomar à luz do orçamento, à luz do que será a política de reajustes do governo Federal para o próximo ano e dialogando com esta realidade - disse Marco Maia.
Os parlamentares reclamam que, sem esse aumento, não podem elevar a remuneração dos seus chefes de gabinete, por exemplo. Mas ele explicou que depende de uma brecha no Orçamento para viabilizar a mudança, o que não foi feito pelo relator-geral da pela orçamentária, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP).
Prioridades nas votações em 2012
Marco Maia prometeu votar no primeiro semestre de 2012 as propostas polêmicas que não foram votadas esse ano. Ele prometeu que, em fevereiro, será cumprido o acordo de votar o projeto que cria a Previdência Complementar do Servidor Público. Além disso, ele garantiu que em março a Câmara quer votar a questão dos royalties, argumentando que a Câmara não deve demorar demais para analisar o assunto.
O presidente destacou ter sido um ano muito positivo com cerca de 650 projetos aprovados na Casa, somando projetos votados em plenário e nas sessões deliberativas das comissões.
Entre as prioridades de 2012, Maia ainda disse que o Código Florestal terá sua votação final também em março.
-O novo Código Florestal é sem dúvidas uma das grandes conquistas da sociedade brasileira durante esse ano de 2011 e que terá uma finalização já no início de 2012 - disse o deputado.
Para 2012, Maia ainda quer rediscutir a proposta que acaba com o fim do fator previdenciário como mecanismo de cálculo das aposentadorias. Ele jpa queria ter votado o fim do fator no segundo semestre de 2011, mas isso não ocorreu.
A reforma política é também um dos temas que o deputado pretende solucionar logo no início do ano, devido as eleições municipais que ocorrem nos estados no segundo semestre.
- Esse é um tema que tem muito a ver com o futuro dos nossos municípios e com o futuro dos estados. Nós vamos buscar ainda no primeiro semestre, no mês de fevereiro os acordos e os ajustes necessários para votar essa matéria o mais rapidamente possível. Eu não trabalho com a perspectiva de deixar essa matéria para ser votada no final do ano.
Trabalho das comissões
Dentre as comissões gerais reunidas para discussão de assuntos importantes, o deputado destacou a discussão sobre o salário minimo, violência no campo, crise internacional, o regime e criação da Fundação de Previdência Complementar para os servidores públicos federais (FUNPRESP) e a a regulamentação da emenda 29, que segundo ele a partir dessa discussão saiu percebeu-se a necessidade de regulamentação da emenda.
- Foi uma oportunidade impar, onde pudemos ouvir as opiniões do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e ao mesm tempo as contribuições da sociedade em relação ao tema da saúde no Brasil. A comissão geral deu a certeza da necessidade de regulamentar a emenda constitucional.
Entre as principais matérias apreciadas em Plenário o presidente citou a prorrogação da chamada DRU (Desvinculação das Receitas da União), a PEC da Música e a regulamentação da Emenda 29, entre outras. No caso das medidas provisórias, que são enviadas pelo executivo, o presidente destacou que 33 viraram lei, e dessas, 27 foram transformadas em projetos de lei de conversão (PLV), ou seja, sofreram alguma alteração na Câmara.
- Os funcionários de gabinete da Câmara dos deputados são funcionários e trabalhadores como qualquer outro servidor da Câmara. Estão na sua grande maioria há cinco anos sem nenhum reajuste salarial e são aqueles servidores que tem um salário menor. Esses nós vamos tratar de forma especial para tentar, em algum momento, garantir que haja uma recomposição miníma desses salários. Mas essa questão não esta tomada ainda, é uma questão que nós temos que tomar à luz do orçamento, à luz do que será a política de reajustes do governo Federal para o próximo ano e dialogando com esta realidade - disse Marco Maia.
Os parlamentares reclamam que, sem esse aumento, não podem elevar a remuneração dos seus chefes de gabinete, por exemplo. Mas ele explicou que depende de uma brecha no Orçamento para viabilizar a mudança, o que não foi feito pelo relator-geral da pela orçamentária, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP).
Prioridades nas votações em 2012
Marco Maia prometeu votar no primeiro semestre de 2012 as propostas polêmicas que não foram votadas esse ano. Ele prometeu que, em fevereiro, será cumprido o acordo de votar o projeto que cria a Previdência Complementar do Servidor Público. Além disso, ele garantiu que em março a Câmara quer votar a questão dos royalties, argumentando que a Câmara não deve demorar demais para analisar o assunto.
O presidente destacou ter sido um ano muito positivo com cerca de 650 projetos aprovados na Casa, somando projetos votados em plenário e nas sessões deliberativas das comissões.
Entre as prioridades de 2012, Maia ainda disse que o Código Florestal terá sua votação final também em março.
-O novo Código Florestal é sem dúvidas uma das grandes conquistas da sociedade brasileira durante esse ano de 2011 e que terá uma finalização já no início de 2012 - disse o deputado.
Para 2012, Maia ainda quer rediscutir a proposta que acaba com o fim do fator previdenciário como mecanismo de cálculo das aposentadorias. Ele jpa queria ter votado o fim do fator no segundo semestre de 2011, mas isso não ocorreu.
A reforma política é também um dos temas que o deputado pretende solucionar logo no início do ano, devido as eleições municipais que ocorrem nos estados no segundo semestre.
- Esse é um tema que tem muito a ver com o futuro dos nossos municípios e com o futuro dos estados. Nós vamos buscar ainda no primeiro semestre, no mês de fevereiro os acordos e os ajustes necessários para votar essa matéria o mais rapidamente possível. Eu não trabalho com a perspectiva de deixar essa matéria para ser votada no final do ano.
Trabalho das comissões
Dentre as comissões gerais reunidas para discussão de assuntos importantes, o deputado destacou a discussão sobre o salário minimo, violência no campo, crise internacional, o regime e criação da Fundação de Previdência Complementar para os servidores públicos federais (FUNPRESP) e a a regulamentação da emenda 29, que segundo ele a partir dessa discussão saiu percebeu-se a necessidade de regulamentação da emenda.
- Foi uma oportunidade impar, onde pudemos ouvir as opiniões do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e ao mesm tempo as contribuições da sociedade em relação ao tema da saúde no Brasil. A comissão geral deu a certeza da necessidade de regulamentar a emenda constitucional.
Entre as principais matérias apreciadas em Plenário o presidente citou a prorrogação da chamada DRU (Desvinculação das Receitas da União), a PEC da Música e a regulamentação da Emenda 29, entre outras. No caso das medidas provisórias, que são enviadas pelo executivo, o presidente destacou que 33 viraram lei, e dessas, 27 foram transformadas em projetos de lei de conversão (PLV), ou seja, sofreram alguma alteração na Câmara.
DEPUTADO FEDERAL MARCO MAIA - PT/RS
www.marcomaia.com.br/
Marco Maia recebe convite para participar da 29ª Festa Nacional da Uva ... Marco Maia prestigia a posse da nova ministra do STF Rosa Weber. A solenidade ...Emenda 29 impede 'maquiagem' em contas do SUS
Valor destinado à Saúde atualmente não seria o suficiente para melhorar problemas no país
Hospitais públicos ainda necessitam de verbas
Pedro França/Agência Senado
O SUS (Sistema Único de Saúde) é descrito pelo governo como a maior rede pública de saúde do mundo. Ao instituí-lo, a Constituição de 1988 foi, de fato, audaciosa. Determinou que cada brasileiro teria todas as suas necessidades de saúde atendidas gratuitamente - de uma mera aspirina a um complexo transplante de coração.
Para tentar cumprir a lei, o governo federal, os estados e as prefeituras destinaram à saúde R$ 110,5 bilhões em 2008. Com tal montante, seria possível construir e equipar mais de 2.200 hospitais de médio porte.
A saúde no Brasil
Apesar da grandeza, esse valor não é suficiente. Faltam remédios nos hospitais; a espera por consulta chega a meses; por cirurgia, a anos; médicos recebem salários irrisórios; faltam profissionais no interior do país e na periferia das cidades grandes; aparelhos médicos passam semanas parados por falta de conserto; epidemias de dengue causam mortes todo verão; doentes brigam nos tribunais para serem tratados.
No ano 2000, para garantir os recursos do SUS, a Constituição recebeu uma emenda - a Emenda 29 - fixando o mínimo que cada esfera do poder público deveria aplicar. A União precisaria investir em saúde o valor do ano anterior mais o crescimento do PIB (produto interno bruto). Os Estados, 12% de seus impostos. E as prefeituras, 15%.
Brecha na lei
A Emenda 29, porém, nunca conseguiu acabar com as mazelas do SUS. A razão: não foi regulamentada até hoje. A Constituição ficou com uma brecha por não dizer o que são gastos em saúde pública. Assim, os governantes usam subterfúgios para atingir os mínimos constitucionais. Usam os cofres do SUS para pagar a despoluição de rios, a varrição das cidades, a merenda das escolas e até o plano de saúde dos funcionários públicos. Sem a regulamentação da emenda 29, os governantes interpretam que tudo isso tem impacto na saúde e pode ser pago pelo SUS.
Em 2008, o Rio Grande do Sul informou ter aplicado em saúde 12,39% das receitas. Uma auditoria do SUS descobriu que, cumprida a Emenda 29 ao pé da letra, aplicou apenas 4,37%. Pelas últimas contas do Ministério da Saúde, a rede pública perdeu R$ 9 bilhões anuais com subterfúgios desse tipo nas três esferas de governo.
O projeto que regulamenta a Emenda 29 chegou ao Congresso em 2003. O texto diz, claramente, o que é saúde pública e o que não é. Limpeza urbana, merenda e plano de saúde não são. Após anos de tramitação arrastada no Senado e na Câmara e de promessas eleitorais, a regulamentação finalmente acaba de ter a votação derradeira. Os senadores a aprovaram duas semanas atrás. Para valer, depende apenas do aval da presidente Dilma Rousseff.
O texto desagradou aos defensores da saúde pública. Apesar de reconhecerem que as "maquiagens" acabarão, eles se queixam de que o SUS não terá um reforço financeiro tão grande quanto o exigido pelas dificuldades do dia a dia. Os R$ 9 bilhões hoje perdidos nas "maquiagens" não chegam perto dos R$ 45 bilhões extras anuais que o Ministério da Saúde calcula como o necessário para dar qualidade ao SUS.
No Congresso, o projeto chegou a ganhar dois dispositivos que dariam mais musculatura ao SUS. O primeiro previa a criação de um imposto para a saúde - nos moldes da extinta CPMF, que até 2007 respondeu por 35% do orçamento do Ministério da Saúde. O segundo dispositivo determinava que a União também teria uma porcentagem a aplicar no SUS - 10% das receitas. Hoje, destina o equivalente a 7%. Nenhum dos dois dispositivos vingou.
“É decepcionante. O subfinanciamento do SUS vai continuar”, diz Luiz Augusto Facchini, presidente da Abrasco (Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva).
Faltou pressão da sociedade. Segundo Facchini, as classes média e alta veem o SUS como um sistema de pobres. Esquecem que a vacinação, o programa de Aids, os transplantes, o controle de epidemias e a fiscalização de alimentos e remédios são feitos pelo SUS.
Da Agência Senado
noticias@band.com.br
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O SUS (Sistema Único de Saúde) é descrito pelo governo como a maior rede pública de saúde do mundo. Ao instituí-lo, a Constituição de 1988 foi, de fato, audaciosa. Determinou que cada brasileiro teria todas as suas necessidades de saúde atendidas gratuitamente - de uma mera aspirina a um complexo transplante de coração.
Para tentar cumprir a lei, o governo federal, os estados e as prefeituras destinaram à saúde R$ 110,5 bilhões em 2008. Com tal montante, seria possível construir e equipar mais de 2.200 hospitais de médio porte.
A saúde no Brasil
Apesar da grandeza, esse valor não é suficiente. Faltam remédios nos hospitais; a espera por consulta chega a meses; por cirurgia, a anos; médicos recebem salários irrisórios; faltam profissionais no interior do país e na periferia das cidades grandes; aparelhos médicos passam semanas parados por falta de conserto; epidemias de dengue causam mortes todo verão; doentes brigam nos tribunais para serem tratados.
No ano 2000, para garantir os recursos do SUS, a Constituição recebeu uma emenda - a Emenda 29 - fixando o mínimo que cada esfera do poder público deveria aplicar. A União precisaria investir em saúde o valor do ano anterior mais o crescimento do PIB (produto interno bruto). Os Estados, 12% de seus impostos. E as prefeituras, 15%.
Brecha na lei
A Emenda 29, porém, nunca conseguiu acabar com as mazelas do SUS. A razão: não foi regulamentada até hoje. A Constituição ficou com uma brecha por não dizer o que são gastos em saúde pública. Assim, os governantes usam subterfúgios para atingir os mínimos constitucionais. Usam os cofres do SUS para pagar a despoluição de rios, a varrição das cidades, a merenda das escolas e até o plano de saúde dos funcionários públicos. Sem a regulamentação da emenda 29, os governantes interpretam que tudo isso tem impacto na saúde e pode ser pago pelo SUS.
Em 2008, o Rio Grande do Sul informou ter aplicado em saúde 12,39% das receitas. Uma auditoria do SUS descobriu que, cumprida a Emenda 29 ao pé da letra, aplicou apenas 4,37%. Pelas últimas contas do Ministério da Saúde, a rede pública perdeu R$ 9 bilhões anuais com subterfúgios desse tipo nas três esferas de governo.
O projeto que regulamenta a Emenda 29 chegou ao Congresso em 2003. O texto diz, claramente, o que é saúde pública e o que não é. Limpeza urbana, merenda e plano de saúde não são. Após anos de tramitação arrastada no Senado e na Câmara e de promessas eleitorais, a regulamentação finalmente acaba de ter a votação derradeira. Os senadores a aprovaram duas semanas atrás. Para valer, depende apenas do aval da presidente Dilma Rousseff.
O texto desagradou aos defensores da saúde pública. Apesar de reconhecerem que as "maquiagens" acabarão, eles se queixam de que o SUS não terá um reforço financeiro tão grande quanto o exigido pelas dificuldades do dia a dia. Os R$ 9 bilhões hoje perdidos nas "maquiagens" não chegam perto dos R$ 45 bilhões extras anuais que o Ministério da Saúde calcula como o necessário para dar qualidade ao SUS.
No Congresso, o projeto chegou a ganhar dois dispositivos que dariam mais musculatura ao SUS. O primeiro previa a criação de um imposto para a saúde - nos moldes da extinta CPMF, que até 2007 respondeu por 35% do orçamento do Ministério da Saúde. O segundo dispositivo determinava que a União também teria uma porcentagem a aplicar no SUS - 10% das receitas. Hoje, destina o equivalente a 7%. Nenhum dos dois dispositivos vingou.
“É decepcionante. O subfinanciamento do SUS vai continuar”, diz Luiz Augusto Facchini, presidente da Abrasco (Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva).
Faltou pressão da sociedade. Segundo Facchini, as classes média e alta veem o SUS como um sistema de pobres. Esquecem que a vacinação, o programa de Aids, os transplantes, o controle de epidemias e a fiscalização de alimentos e remédios são feitos pelo SUS.
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