Dyelle Menezes Do Contas Abertas |
O
objetivo do governo federal de, até 2014, construir 800 espaços
integrados de esporte e cultura vai precisar de mais ritmo nos próximos
anos para ser concluído. No primeiro ano em que constam no orçamento, as
chamadas Praças do PAC não foram contempladas com recursos. Do total
de R$ 227 milhões previstos para 2011, nada foi executado. A única
movimentação orçamentária da ação foi o empenho de R$ 561,4 mil,
destinados a Caixa Econômica Federal (CEF).
O Contas Abertas teve
acesso ao empenho, que aconteceu no dia 26 de agosto deste ano. A
finalidade era atender as despesas de operacionalização administrativa
das atividades pertinentes ao repasse financeiro a Estados, Distrito
Federal e Municípios, desde a inscrição até a entrega de relatório de
realização. Ou seja, não incluíam os empreendimentos físicos. A meta
para 2011 era que 109 espaços fossem construídos.
O
problema pode estar no próprio cronograma de obras referentes à ação.
Os proponentes tinham até 16 de setembro para apresentarem os projetos
de engenharia adaptados às condições do terreno e às especificidades
locais e demais documentações técnicas, jurídicas e institucionais à
Caixa. No caso de nova proposta arquitetônica ou não cumprimento das
regras, ainda seria considerado o prazo final de 14 de outubro. A
contratação da operação deveria acontecer até 60 dias após a entrega do
projeto à Caixa e o início das obras com recurso de repasse até 180 dias
após a contratação.
Dessa forma, considerando
a hipótese otimista, projetos aprovados até 16 de setembro só seriam
iniciados em meados de 2012. Ainda nesta linha, o prazo de contratação
dos proponentes para os projetos acabou no último dia 16 de novembro,
mas até agora só o empenho destinado à própria Caixa foi efetuado. O
Contas Abertas entrou em contato com a assessoria da Caixa, mas até o
fechamento da matéria nenhuma resposta foi enviada.
Na época em que o
cronograma foi apresentado a ministra do Planejamento, Orçamento e
Gestão, Miriam Belchior, disse que com os recursos do PAC, o governo
iria garantir equipamentos de esporte e cultura para as áreas mais
carentes das grandes cidades brasileiras. “O objetivo é estabelecer uma
parceria com as prefeituras para o enfrentamento dos problemas urbanos
dessas cidades”, acrescentou.
As Praças do PAC são uma
das ações orçamentárias do programa Esporte e Lazer na Cidade, vinculado
ao Ministério dos Esportes. Os espaços integrados poderão ser compostos
por cineteatro, biblioteca, telecentro, salas multiuso, pista de skate,
pista de caminhada, kit básico esportivo, equipamentos de ginástica,
ginásio poliesportivo, espaço crianças, bicicletário, quadra de areia,
vestiário de ginásio, espaço terceira idade, dependendo dos terrenos
disponíveis.
A intenção é construir e
equipar espaço integrado para a melhoria da qualidade de vida da
população e a oferta de serviços públicos. A ação será implantada
mediante apresentação e avaliação de propostas por estados ou
municípios. A efetivação do financiamento vai transcorrer por intermédio
de termos de compromisso, contratos, convênios, acordos ou similares,
mediante transferência de recursos aos entes de federados selecionados.
Segundo o Balanço do PAC
2, apresentado no último dia 22, o governo afirmou que a primeira etapa
da seleção vai beneficiar 361 municípios em 27 unidades federadas. São
400 projetos selecionados que terão investimento de R$ 898 milhões.
Porém, é a única ação do eixo Comunidade Cidadã do PAC 2 que não
apresenta valores contratados.
Dentre os municípios já
selecionados, 341 são capitais e municípios com mais de 70 mil
habitantes no Norte, Nordeste e Centro-Oeste e acima de 100 mil
habitantes no Sul e Sudeste, para onde devem ir R$ 779,5 milhões em
investimentos. Os outros 59 municípios selecionados possuem entre 50 e
100 mil habitantes nas mesmas regiões do primeiro grupo e devem receber
R$ 119,2 milhões. Até 2014, a previsão é que R$ 1,6 bilhão será
investido.
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Programa de Aceleração do Crescimento
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
O Programa de Aceleração do Crescimento (mais conhecido como PAC), lançado em 28 de janeiro de 2007,[1] é um programa do governo federal brasileiro que engloba um conjunto de políticas econômicas, planejadas para os quatro anos seguintes, e que tem como objetivo acelerar o crescimento econômico do Brasil,[2] prevendo investimentos totais de R$ 503,9 bilhões até 2010, sendo uma de suas prioridades o investimento em infra-estrutura, em áreas como saneamento, habitação, transporte, energia e recursos hídricos, entre outros.[3]Índice[esconder] |
[editar] Estrutura do programa
O PAC é composto por cinco blocos:- Medidas de infra-estrutura, incluindo a infra-estrutura social, como habitação, saneamento e transporte em massa (O principal bloco)
- Medidas para estimular crédito e financiamento
- Melhoria do marco regulatório na área ambiental
- Desoneração tributária
- Medidas fiscais de longo prazo
[editar] Estrutura do investimento
Entre os investimentos anunciados estão incluídos: a soma dos investimentos públicos diretos (R$ 67,8 bilhões em quatro anos), investimentos das estatais, financiamentos dos bancos oficiais e investimentos privados, para atingir o total previsto de R$ 503,9 bilhões no período do programa, entre 2007 e 2010. Foram selecionados mais de cem projetos de investimento prioritários em rodovias, hidrovias, ferrovias, portos, aeroportos, saneamento e recursos hídricos.Segundo o governo federal, haverá desoneração dos setores de bens de capital (máquinas e equipamentos), matérias-primas para a construção civil, equipamentos de transmissão digital, semicondutores e computadores. Nos casos de investimentos em infra-estrutura (energia, portos, saneamento, etc.), haverá isenção do recolhimento do PIS/Cofins.
Estima-se uma diminuição na arrecadação de R$ 6,6 bilhões em 2007. A mudança de data para recolhimento das contribuições ao INSS, que passará do dia 2 para o dia 10 de cada mês e do PIS/Cofins, do dia 15 para o dia 20, aumentarão o capital de giro das empresas.
[editar] Balanços do PAC
Em 7 de maio de 2007 foi publicado pelo comitê gestor do PAC o Primeiro Balanço do PAC, referente ao período de janeiro a abril de 2007,[5] um estudo detalhado de seus projetos em andamento.Em 20 de setembro de 2007 o comitê gestor apresentou o Segundo Balanço do PAC, notando que o programa ganhou velocidade e investimentos que já têm reflexos nas previsões do PIB, mas ainda é preciso acelerar a conversão de grande parte dos recursos ainda não gastos de 2007 em obras reais. Conforme o balanço, em abril o PAC tinha 1 646 ações registradas e passou a 2 014 entre maio e agosto. Em 31 de agosto de 2007, 60% dessas ações estavam no estágio de obra e 40% na fase de licenciamento, licitação ou projeto, indicando que o PAC apresentava rendimento satisfatório de 94,1% do valor investido e de 90,3% em ações.[6]
[editar] Origem do dinheiro
- R$ 219,20 bilhões deverá ser o volume de investimentos feitos por empresas estatais, sendo que, destes, R$ 148,7 bilhões serão investidos pela Petrobrás, uma empresa de economia mista;[7]
- R$ 67,80 bilhões deverão ser investidos com recursos do orçamento fiscal da União e da seguridade;
- R$ 216,9 bilhões deverão ser investidos pela iniciativa privada, induzidos pelos investimentos públicos já anunciados.
[editar] Destino do dinheiro
- R$ 274,8 bilhões deverão ser investidos em Energia (inclui petróleo), assim divididos:[7]
- R$ 65,9 bilhões para geração de energia elétrica
- R$ 12,5 bilhões para transmissão de energia elétrica
- R$ 179,0 bilhões para petróleo e gás natural
- R$ 17,4 bilhões para combustíveis renováveis.
- R$ 170,8 bilhões serão investidos em Infra-Estrutura Social e Urbana, assim divididos:
- R$ 8,7 bilhões para o projeto Luz Para Todos
- R$ 40,0 bilhões para projetos de saneamento básico
- R$ 106,3 bilhões para projetos de habitação
- R$ 3,1 bilhões para Metrôs
- R$ 12,7 bilhões para recursos hídricos.
- R$ 58,3 bilhões serão investidos em Logística, assim distribuídos:
- R$ 33,4 bilhões para rodovias
- R$ 7,9 bilhões para ferrovias
- R$ 2,7 bilhões para portos
- R$ 3,0 bilhões para aeroportos
- R$ 700 milhões para hidrovias
- R$ 10,6 bilhões para marinha mercante.
[editar] O PAC das Crianças
Em 11 de outubro de 2007, na véspera do Dia das Crianças, foi lançado o "PAC das Crianças"[9] um sub-programa do PAC que se constitui num pacote para enfrentar a violência contra crianças e adolescentes, prevendo gastos de R$ 2,9 bilhões até 2010, que virão de 14 ministérios e de empresas estatais.O "PAC das Crianças" inclui projetos para adolescentes internados que consumirão R$ 534 milhões entre 2008 e 2010. Segundo a Secretaria Nacional de Direitos Humanos, entre 1996 e 2006 quase quadruplicou o número de adolescentes internados por prática de violência. O pacote prevê gastos de R$ 199 milhões na reforma e construção de 49 unidades de internação e prevê a criação de um financiamento para municípios com mais de 50 mil habitantes para implementar medidas socioeducativas fazendo com que os internos prestem serviços à comunidade.
O "PAC das Crianças", por meio do Ministério do Esporte, destinará R$ 37,6 milhões para a construção de quadras esportivas em unidades de internação—elas ainda terão bibliotecas, oficinas e ambulatórios.[9]
Foi criado um incentivo, que repassa R$ 1 500, num único pagamento, às famílias que acolherem de volta crianças levadas para abrigos por causa da pobreza, a partir de 2008, e outro que transfere jovens com mais de 18 anos dos abrigos para moradias coletivas oferecendo a eles estágios em bancos estatais; e o último repassa R$ 70 milhões a 445 municípios para reforma dos abrigos.[9]
Uma verba de R$ 1,4 bilhão será destinada ao auxílio a crianças e adolescentes que sofrerem violência e para criar, até 2009, um cadastro nacional de adoção.
[editar] PAC Cidades Históricas
O Programa de Aceleração do Crescimento das Cidades Históricas foi lançado em 2009, em colaboração com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). A linha especial do PAC foi oferecida a 173 cidades tombadas ou em processo de tombamento.Até abril de 2011, foram investidos R$ 133,1 milhões em ações de preservação, que incluíram revitalização de praças, restauro de monumentos e aterramento de fiação elétrica[10][11].
[editar] PAC 2
O PAC 2 foi lançado em 29 de março de 2010 que prevê recursos da ordem de R$ 1,59 trilhão em uma série de segmentos, tais como transportes, energia, cultura, meio ambiente, saúde, área social e habitação.[12][13] São 6 as áreas de investimentos do PAC 2: Cidade Melhor, Comunidade Cidadã, Minha Casa, Minha Vida, Água e Luz para todos, Transportes e Energia.[14]PAC Cidade Melhor: Enfrentar os principais desafios dos grandes centros urbanos para melhorar a qualidade de vida das pessoas.
PAC Comunidade Cidadã: Aumentar a oferta de serviços básicos à população de bairros populares e garantir a presença do Estado.
PAC Minha Casa, Minha Vida: Reduzir o déficit habitacional, dinamizar o setor de construção civil e gerar trabalho e renda.
PAC Água e Luz para Todos: Universalizar o acesso à água e à energia elétrica no país.
PAC Transportes: Consolidar e ampliar a rede logística, interligando diversos modais (rodoviário, ferroviário e hidroviário) para garantir qualidade e segurança.
PAC Energia: Garantir a segurança do suprimento a partir de uma matriz energética baseada em fontes renováveis e limpas. Desenvolver as descobertas no Pré-Sal, ampliando a produção de petróleo no país.
[editar] Controvérsias
O PAC é alvo das inúmeras controvérsias, denúncias e irregularidades. Entre elas estão:[editar] Tribunal das Contas da União
Em 2009, o Tribunal de Contas da União apontou irregularidades em 30 das 99 obras do PAC fiscalizadas, das quais foi recomendada a paralisação de 13.[15] O Governo Federal, preocupado com a possibilidade de não poder fazer propagandas do PAC, enviou advogados para acompanharem os processos com o objetivo de fazer a defesa na execução das obras.[16][editar] Uso eleitoral
O PAC é criticado por ter sido criado com fins eleitorais, unindo todos os gastos e investimentos comuns e obrigatórios do Governo Federal sob uma nomenclatura propagandística, para facilitar a divulgação. Ao mesmo tempo a pré-candidata governista à presidência, Dilma Rousseff, Ministra-Chefe da Casa Civil, teria seu nome associado a ele.[17][18] Foi protocolado requerimento para que o Tribunal Superior Eleitoral apurasse se o comportamento do presidente, e da pré-candidata, ao vistoriar obras pessoalmente, caracterizaria campanha eleitoral antecipada.[19] Políticos e o presidente do STF, Gilmar Mendes, acusam Lula de usar inaugurações de obras como forma de promoção da pré-candidata do PT.[20][21][editar] Decretos do Governo Federal
Algumas obras do PAC foram realizadas sob decreto, a fim de burlar a legislação eleitoral que proíbe repasses de recursos federais para novas obras nos três meses que antecedem a escolha dos prefeitos.[22] A legislação eleitoral também proíbe o uso da máquina governamental para fazer o que foi considerada, segundo o ministro Gilmar Mendes e outros críticos, uma campanha eleitoral antecipada por Dilma, acompanhada de Lula em todas as inaugurações do referido programa [19][20][21]Segundo a ONG Contas Abertas, até o final de 2009, só 9,8% das obras do PAC foram concluídas e 62% não saíram do papel.[23]
[editar] Capitais brasileiras beneficiadas são aliados do Governo Lula
Outra crítica deve-se ao fato de as capitais governadas por aliados do PT serem as que mais recebem recursos do PAC.[24][25]Referências
- ↑ Saiba o que muda na sua vida com o lançamento do PAC
- ↑ Veja alguns pontos do PAC divulgados pelos ministros. Economia: pacote econômico. Globo.com, 22 de janeiro de 2007, 11h24m, atualizado em 22 de janeiro de 2007, 12h57m
- ↑ Confira as principais medidas do Programa de Aceleração do Crescimento. Economia. São Paulo: da Redação, UOL Economia, 22 de janeiro de 2007, 13h57
- ↑ FREIRE, Gustavo e MARQUES, Gerusa. Com PAC, governo quer investir 503,9 bilhões de reais em cinco blocos. Economia. Estadao.com.br, 22 de janeiro de 2007 às 13:47
- ↑ Primeiro Balanço do PAC, Comitê Gestor do PAC, 7/5/2007
- ↑ Comitê gestor apresenta segundo balanço do PAC.Notícias/Destaques, Federação Nacional dos Engenheiros. 21/9/2007
- ↑ a b Em Busca do Crescimento. Economia e Negócios. O Estado de S. Paulo, pp. B1 - B10, 24/1/2007
- ↑ Valor das obras concluídas no PAC é de 15,1% do previsto. Brasília: Estadão Online, 3 de junho de 2009, 12:20
- ↑ a b c RODRIGUES, Lorenna. Lula lança PAC das Crianças; projetos consumirão R$ 2,9 bi até 2010. Brasília: Folha de S.Paulo, Folha Online 11 de outubro de 2007, 10h49
- ↑ Um balanço do PAC Cidades Históricas. História Viva, 13 de abril de 2011
- ↑ IPHAN. PAC Cidades Históricas: Patrimônio, Desenvolvimento e Cidadania. Brasil, 2009
- ↑ O Documento. "PAC 2 prevê investimentos em rodovias, ferrovias e hidrelétricas em MT". . (página da notícia visitada em 29/03/2010)
- ↑ UOL. "Governo lança PAC 2 para investir R$ 1,59 trilhão". . (página da notícia visitada em 29/03/2010)
- ↑ R7. "Saiba as diferenças entre o PAC 1 e o PAC 2". . (página da notícia visitada em 30/03/2010)
- ↑ TCU recomenda paralisação de 41 obras, sendo 13 do PAC
- ↑ Governo pressiona TCU para liberar obras do PAC
- ↑ Aécio Neves Critica PAC para uso político e diz que que açoẽs são tímidas
- ↑ Povo diz que PAC é eleitoreiro
- ↑ a b Oposição protocola representação contra Lula e Dilma no TSE por campanha antecipada
- ↑ a b Marina critica uso da máquina pública
- ↑ a b Lula diz que não está em campanha para Dilma
- ↑ Lula nega que PAC seja eleitoreiro
- ↑ Menos de 10% das obras do PAC foram concluídas, diz ONG Contas Abertas
- ↑ Divisão de verbas do PAC privilegia capitais do PT
- ↑ Dilma nega que PAC pertença à política do "é dando que se recebe" e rebate caráter "eleitoreiro"
[editar] Ligações externas
- INFOGRÁFICO: a execução orçamentária do PAC em 2007 online.
- Primeiro Balanço do PAC
- Lula lança PAC e diz que desafio é crescer corretamente. Economia. Estadao.com.br, 22/1/2007 às 11:03
- PARIZ, Tiago e MARTELLO, Alexandro. Do G1, em Brasília: Lula pede apoio do Congresso e de governadores ao programa. Globo.com, 22/01/2007 às 11h54m, atualizado em 22 de janeiro 2007 às 12h23m.
- A íntegra do Projeto de Crescimento Econômico - PAC
Gastos da União com aluguéis mais que dobraram desde 2002 |
Equipe de jornalismo Do Contas Abertas |
Segundo
dados levantados pelo Contas Abertas, os gastos da União com locação de
prédios no Brasil e no exterior, para abrigar servidores do Executivo,
Legislativo e Judiciário, saltaram 114,3% de 2006 a novembro de 2011 —
de R$ 304,6 milhões para R$ 652,8 milhões. A maior parte desse montante
foi para o bolso de proprietários de prédios no Distrito Federal, cerca
de R$ 185,9 milhões ou 28,5%. O Ministério do Planejamento informou que
somente as despesas do Executivo com aluguéis passaram de R$ 244,6
milhões em 2006 para R$ 548,6 milhões neste ano, 124% mais, bem acima
dos 36% do índice que corrige os contratos. Em 2002, o montante era bem
menor, R$ 216,2 milhões — menos da metade da cifra atual.
Historicamente, o
Ministério das Relações Exteriores (MRE) é o que mais gasta com locação
de imóveis, por causa das representações diplomáticas no exterior. De
janeiro a 23 de novembro deste ano, a despesa do órgão chegou a R$ 102,4
milhões, um pouco acima dos R$ 100,8 milhões destinados ao programa de
Gestão da Política da Educação no mesmo período. Depois do Itamaraty, a
pasta que mais paga aluguel é o Ministério da Fazenda, com R$ 75,2
milhões, seguido da Presidência da República (R$ 73,3 milhões) e do
Ministério da Educação (R$ 43,1 milhões).
O
dinheiro utilizado com aluguéis de janeiro a novembro deste ano é quase
igual ao investido no Programa Nacional de Inclusão de Jovens
(ProJovem), que recebeu R$ 696,6 milhões, e bem maior que o destinado ao
Brasil Alfabetizado e Educação de Jovens e Adultos, para o qual foram
repassados R$ 508,2 milhões. Para o de Educação na Primeira Infância, o
governo executou R$ 525 mil.
De janeiro a novembro,
por exemplo, a União destinou R$ 490,4 milhões ao programa de Controle
Interno, Prevenção e Combate à Corrupção, prática nociva que desvia dos
cofres do governo federal ao menos R$ 6 bilhões por ano. O dinheiro
gasto com os aluguéis é mais que o dobro do investido para erradicação
do trabalho infantil e 84 vezes maior que o do programa para acabar com o
trabalho escravo no Brasil, país que ainda abriga 20 mil empregados em
condições degradantes.
Segundo o jornal Correio
Braziliense, da capital federal, nos últimos nove anos, foram
incorporados 221 mil novos servidores ativos na máquina federal dos três
poderes em todo o país — um contingente equivalente à população de
Presidente Prudente, em São Paulo, ou de Taguatinga, cidade satélite de
Brasília. Do total, 21,7 mil foram lotados em Brasília. A fatura do
inchaço está explicada na folha de pessoal ativo atual de R$ 118
bilhões, 172% maior do que a de 2002, e na conta astronômica com
aluguéis de imóveis, para acomodar tanta gente.
A notícia afirma que,
apesar das torneiras dos cofres abertas, a máquina pública continua cara
e ineficiente. Com carga tributária de primeiro mundo, equivalente a
37% do PIB, o brasileiro padece com a qualidade sofrível dos serviços
públicos que recebe. “O Brasil arrecada como um país escandinavo,
semelhante à Suécia, mas presta um serviço um pouquinho pior”, ironizou
André Esteves, presidente do Banco BTG Pactual, durante a comemoração
dos 60 anos da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Com base nos números o
jornal Correio Brasiliense, da capital federal, revelou que a Esplanada
dos Ministérios ficou pequena para tanta burocracia. O setor idealizado
por Lúcio Costa não acomoda mais sequer os assessores diretos da
presidente Dilma Rousseff. De 2002 para cá, o número de ministros saltou
de 26 para 38. Sem espaço, ao menos oito deles precisam despachar fora
do coração de Brasília.
O aumento de Pastas
começou no governo Lula, que recebeu a máquina com apenas 26 ministros.
Logo em 2003, criou-se o Ministério do Combate à Fome, depois
transformado em Desenvolvimento Social. No mesmo ano, ele desmembrou o
Ministério do Esporte e Turismo em dois e deu status de ministro aos
chefes das secretarias de Direitos Humanos, Políticas para as Mulheres e
Igualdade Racial.
Em 2004, o ex-presidente
criou o Ministério do Desenvolvimento Social, que passou a coordenar os
programas sociais do governo, e deu status de ministro ao presidente do
Banco Central. Em 2007, o Palácio do Planalto tirou a gestão dos portos
marítimos do Ministério dos Transportes e criou a Secretaria de Portos,
além da de Assuntos Estratégicos. A Secretaria de Pesca, cujo
comandante já tinha status de ministro, virou Ministério da Pesca em
2009.
Não bastassem os novos
órgãos, neste ano, a presidente Dilma criou a Secretaria de Aviação
Civil, o 38º ministério, mais que o dobro dos que existem nos Estados
Unidos. Agora, o projeto de lei que institui a Secretaria de Micro e
Pequena Empresa aguarda aprovação no Congresso.
Diante da necessidade de
cortar gastos, o Palácio do Planalto já cogita unificar as secretarias
de Direitos Humanos, Igualdade Racial e Políticas para Mulheres na
reforma ministerial a ser promovida no início de 2012. Outra mudança em
estudo é a reincorporação da Secretaria de Portos pela Pasta dos
Transportes.
*Com informações do jornal Correio Braziliense
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Carrinho de Compras: Senado gasta R$ 48,9 mil em luminárias | |||
Dyelle Menezes Do Contas Abertas |
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Muito
longe dos medos de apagões de energia que assolaram o Brasil em anos
anteriores, o Senado Federal não pretende ficar às escuras. A Casa
comprou 115 luminárias ao custo total de R$ 48,9 mil. As aquisições
foram feitas em dois empenhos emitidos na última quarta-feira (23).
Primeiramente, foram adquiridas 50 luminárias do tipo painel redondo de
embutir, pelo custo unitário de R$ 425,26. Os 65 abajures restantes,
redondos e com acabamento branco, custaram R$ 425,20.
Esta semana, o órgão que
acolhe os senadores da República também fez a contratação de empresa
especializada no fornecimento parcela do leite. O Senado comprou 4,7 mil
unidades de leite pasteurizado tipo “C” que custaram R$ 6,7 mil ao
todo.
Enquanto isso, ali perto,
a Câmara dos Deputados se modernizava tecnologicamente. Isso por que a
Casa comprou 42 novos Tablet’s, ao custo total de R$ 78,7 mil. Os novos
“brinquedinhos” possuem tela de 9,7 polegadas de LED, com Wi-Fi e 3G.
Apesar dos equipamentos
não possuírem entrada USB, o deputados e funcionários da Câmara também
compraram, pelo valor de quase R$ 1,5 mil, 50 pen-drives com capacidade
mínima de 2 gigabytes, que serão distribuídos no II Encontro
Interparlamentar de Quadros de Documentação, Informação e Arquivo de
Países de Língua Portuguesa, que vai acontecer entre os dias 28 de
novembro e 2 de dezembro de 2011. Para o último dia do evento, às 20h, a
Casa reservou em orçamento R$ 5,2 mil para fornecimento de refeição em
restaurante ou churrascaria, em Brasília.
Esta semana, o Supremo
Tribunal Federal (STF) gastou R$ 250 na aquisição de 100 caixas de
lenços faciais de folha dupla. Cada caixa conta com 50 unidades. Caso
ocorra atraso injustificado na entrega do pedido, o contratado deverá
pagar multa de 0,3% ao dia, até o limite de 30 dias, quando o empenho
vai poder ser cancelado com aplicação de penalidade de 10%.
Ainda no Judiciário, a
Secretaria do Superior Tribunal de Justiça gastou R$ 1,8 mil para a
compra de 90 protetores para pés. Do total, 60 unidades são de algodão
cru, e o restante são em 100% algodão com tema infantil.
Confira aqui as notas de empenho da semana
|
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