Autor(es): Roberto Pompeu de Toledo | |||||||
Veja - 28/11/2011 | |||||||
No dia 11 de dezembro, você votará sim ou não à partição do Pará em três unidades. A proposta é que toda a metade oeste do atual estado se transforme no estado do Tapajós e a parte sudeste no de Carajás, continuando com o nome de Pará a região onde fica Belém e um pouco mais. Essa história de criação de novos estados, como você bem sabe, é controvertida. Chovem argumentos por todo lado, todos altamente especulativos e por isso altamente discutíveis. O que escapa à controvérsia é que se trata de ótimo negócio para os políticos, dada a orgia de novas instituições a criar, de novos cargos a preencher e de dinheiro a gastar. Tudo isso você sabe. O objetivo destas mal traçadas é falar de um personagem que depois de muitas peripécias, Brasil afora, agora apartou por aí, metido na campanha do plebiscito. O nome dele é Duda Mendonça. Gentilmente ele ofereceu seus serviços à causa separatista, ele que, se não vive no estado, pelo menos tem bois que vivem, na fazenda de sua propriedade no território candidato a virar Carajás. Oferta aceita, e ei-lo no comando da campanha do sim. Todo mundo o conhece. Sabe de seus triunfos eleitorais, como mago do marketing, bem como do lado menos aprazível de réu no processo do mensalão. Já o que ele andou aprontando em eleições de São Paulo o amigo paraense não deve saber. Permita um breve relato. Na eleição de 1996 para a prefeitura de São Paulo, Duda Mendonça fez o marketing do candidato Celso Pitta. Quatro anos antes ele fizera o do mentor de Pitta, Paulo Maluf. Pitta era um político desconhecido. O marqueteiro julgou que a campanha necessitava de alguma pirotecnia. Saiu-se então com um trem voador, um mágico bólido que, suspenso em vias elevadas, catapultaria a cidade para um serviço de transporte até então só acessível à família Jetson. Nas animações para a propaganda na TV, ficou uma beleza. Para transformá-lo em realidade o custo seria assombroso, a logística complicada, a utilidade discutível, mas e daí? Importava ganhar a eleição. Celso Pitta ganhou. E agora? Se ganhou embalado pelo trem, impunha-se fazê-lo. O novo prefeito começou a plantar vigorosos pilotis, altos, de 15 metros, ao longo do rio mais central da cidade, o Tamanduateí. Sobre eles seria construída a via ao longo da qual correria a engenhoca. Algumas centenas de milhões de reais foram investidos na obra, e ficou-se nisso. Pitta não passou dos pilotis iniciais. Lá ficaram eles, abobalhados e inúteis – um pressuposto de obra de engenharia tornado ruína no nascedouro. A sucessora de Pitta, Marta Suplicy, pensou no que fazer daquilo, pensou, pensou, e nada fez. O sucessor de Marta, José Serra, chegou a cogitar em destruir os pilotis. Depois pensou melhor, e resolveu aproveitar pelo menos os já existentes. A obra foi inaugurada, já na administração Gilberto Kassab, não mais como via de trens, mas como simples corredor suspenso de ônibus. O amigo paraense não precisa conhecer todos os detalhes do sinistro episódio. A intenção é alertá-lo sobre o alcance que pode atingir uma marquetagem irresponsável – e a palavra “irresponsável” vai aqui no sentido puro de qualificar um agente que não responde por seus atos. O marqueteiro não foi eleito. Não tem função pública. Portanto, não lhe cabe responder por um ato da administração pública. E no entanto teve origem no capricho de um marqueteiro toda a sucessão de decisões e indecisões que resultou num corredor de ônibus suspenso: ao qual só se tem acesso subindo penosas escadas, desarticulado do geral do sistema de transportes urbanos, desestruturador da paisagem e na contramão do melhor urbanismo – que desaconselha as vias aéreas pelas cicatrizes que impingem às cidades e pela deterioração que produzem no entorno. Duda Mendonça já foi de Paulo Maluf a Lula. Se um marqueteiro deve manter a coerência política, é algo que escapa a este missivista. É curioso, em todo caso, lembrar que nos anos 1980 ele esteve à frente da campanha que se opunha a um projeto de divisão do estado da Bahia. Um texto por ele composto, e que era lido por Maria Bethânia na TV, afirmava que dividir a Bahia era como separar o Jorge do Amado, o Dorival do Caymmi, o Rui do Barbosa, o Gilberto do Gil. Já separar a Fafá do Belém, o Paulo Henrique do Ganso, o Billy do Blanco e o Jayme do Ovalle, isso pode. Em São Paulo, ao arriscar-se no urbanismo, Duda Mendonça deixou sua marca indelével no ônibus pendurado à beira do rio. Agora se aventura na engenharia política e calca a mão pesada no mapa do Brasil. Leve isso em conta, amigo paraense.
Duda Mendonça
01/12/2011
às 14:00 \ Política & Cia
Roberto Pompeu de Toledo: Duda Mendonça entra na campanha do “sim” pela divisão do Pará. Amigos paraenses, vocês conhecem o personagem?
Torno a ter o privilégio de publicar um artigo, como sempre instigante e impecavelmente escrito, do jornalista Roberto Pompeu de Toledo.
O texto foi publicado na edição de VEJA que está nas bancas desta semana.
O título original é o de abaixo, em negrito.
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Caro amigo paraenseNo dia 11 de dezembro, você votará sim ou não à partição do Pará em três unidades. A proposta é que toda a metade oeste do atual Estado se transforme no Estado do Tapajós e a parte sudeste no de Carajás, continuando com o nome de Pará a região onde fica Belém e um pouco mais. Essa história de criação de novos estados, como você bem sabe, é controvertida. Chovem argumentos por todo lado, todos altamente especulativos e por isso altamente discutíveis. O que escapa à controvérsia é que se trata de ótimo negócio para os políticos, dada a orgia de novas instituições a criar, de novos cargos a preencher e de dinheiro a gastar. Tudo isso você sabe. O objetivo destas mal traçadas é falar de um personagem que depois de muitas peripécias, Brasil afora, agora aportou por aí, metido na campanha do plebiscito. O nome dele é Duda Mendonça. Gentilmente ele ofereceu seus serviços à causa separatista, ele que, se não vive no Estado, pelo menos tem bois que vivem, na fazenda de sua propriedade no território candidato a virar Carajás. Oferta aceita, e ei-lo no comando da campanha do sim. Todo mundo o conhece. Sabe de seus triunfos eleitorais, como mago do marketing, bem como do lado menos aprazível de réu no processo do mensalão. Já o que ele andou aprontando em eleições de São Paulo o amigo paraense não deve saber. Permita um breve relato. Na eleição de 1996 para a prefeitura de São Paulo, Duda Mendonça fez o marketing do candidato Celso Pitta. Quatro anos antes ele fizera o do mentor de Pitta, Paulo Maluf. Pitta era um político desconhecido. O marqueteiro julgou que a campanha necessitava de alguma pirotecnia. Saiu-se então com um trem voador, um mágico bólido que, suspenso em vias elevadas, catapultaria a cidade para um serviço de transporte até então só acessível à família Jetson. Nas animações para a propaganda na TV, ficou uma beleza. Para transformá-lo em realidade o custo seria assombroso, a logística complicada, a utilidade discutível, mas e daí? Importava ganhar a eleição. Celso Pitta ganhou. E agora? Se ganhou embalado pelo trem, impunha-se fazê-lo. O novo prefeito começou a plantar vigorosos pilotis, altos de 15 metros, ao longo do rio mais central da cidade, o Tamanduateí. Sobre eles seria construída a via ao longo da qual correria a engenhoca. Algumas centenas de milhões de reais foram investidos na obra, e ficou-se nisso. Pitta não passou dos pilotis iniciais. Lá ficaram eles, abobalhados e inúteis — um pressuposto de obra de engenharia tornado ruína no nascedouro. A sucessora de Pitta, Marta Suplicy, pensou no que fazer daquilo, pensou, pensou, e nada fez. O sucessor de Marta, José Serra, chegou a cogitar em destruir os pilotis. Depois pensou melhor, e resolveu aproveitar pelo menos os já existentes. A obra foi inaugurada, já na administração Gilberto Kassab, não mais como via de trens, mas como simples corredor suspenso de ônibus. O amigo paraense não precisa conhecer todos os detalhes do sinistro episódio. A intenção é alertá-lo sobre o alcance que pode atingir uma marquetagem irresponsável — e a palavra “irresponsável” vai aqui no sentido puro de qualificar um agente que não responde por seus atos. O marqueteiro não foi eleito. Não tem função pública. Portanto, não lhe cabe responder por um ato da administração pública. E no entanto teve origem no capricho de um marqueteiro toda a sucessão de decisões e indecisões que resultou num corredor de ônibus suspenso, ao qual só se tem acesso subindo penosas escadas, desarticulado do geral do sistema de transportes urbanos, desestruturador da paisagem e na contramão do melhor urbanismo — que desaconselha as vias aéreas pelas cicatrizes que impingem às cidades e pela deterioração que produzem no entorno. Duda Mendonça já foi de Paulo Maluf a Lula. Se um marqueteiro deve manter a coerência política, é algo que escapa a este missivista. É curioso, em todo caso, lembrar que nos anos 1980 ele esteve à frente da campanha que se opunha a um projeto de divisão do Estado da Bahia. Um texto por ele composto, e que era lido por Maria Bethânia na TV, afirmava que dividir a Bahia era como separar o Jorge do Amado, o Dorival do Caymmi, o Rui do Barbosa, o Gilberto do Gil. Já separar a Fafá do Belém, o Paulo Henrique do Ganso, o Billy do Blanco e o Jayme do Ovalle, isso pode. Em São Paulo, ao arriscar-se no urbanismo, Duda Mendonça deixou sua marca indelével no ônibus pendurado à beira do rio. Agora se aventura na engenharia política e calca a mão pesada no mapa do Brasil. Leve isso em conta, amigo paraense. Duda Mendonça diz que pode ter recebido caixa dois do PT
Mendonça em foto de 2003, no lançamento de campanha criada por ele para o Fome Zero
Segundo o jornal “O Globo”, o publicitário Duda Mendonça afirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF), nas alegações finais do processo do mensalão, que pode ter recebido caixa dois do PT. A versão foi corroborada pelo também marqueteiro Zilmar Fernandes. A dupla de publicitários é acusada de lavagem de dinheiro e de evasão de divisas, por manterem conta não declarada no exterior. O texto ao qual o jornal teve acesso, assinado pelos advogados dos réus, diz que “aos acusados sempre pareceu que os valores recebidos por seu lícito trabalho eram oriundos, na pior das hipóteses, de infração prevista na legislação eleitoral (caixa dois mantido no Brasil e no exterior)”. O documento complementa que Mendonça e Fernandes mantinham negócios com o PT desde 2001, e que todos os pagamentos eram autorizados por Delúbio Soares, o tesoureiro que foi expulso do partido na época do escândalo e anistiado neste ano. Em 2005, em depoimento à CPI dos Correios, Mendonça já havia admitido a possibilidade de ter recebido caixa dois. |
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Pará
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
- Nota: Para outros significados, veja Pará (desambiguação).
Estado do Pará | |
Hino: Hino do Pará | |
Gentílico: paraense | |
Localização | |
- Região | Norte |
- Estados limítrofes | Amazonas, Mato Grosso, Tocantins, Maranhão, Amapá e Roraima |
- Mesorregiões | 6 |
- Microrregiões | 22 |
- Municípios | 144 |
Capital | Belém |
Governo | 2011 a 2015 |
- Governador(a) | Simão Jatene (PSDB) |
- Vice-governador(a) | Helenilson Pontes (PPS) |
- Deputados federais | 17 |
- Deputados estaduais | 41 |
- Senadores | Marinor Brito (PSOL) Flexa Ribeiro (PSDB) Mário Couto (PSDB) |
Área | |
- Total | 1 247 689,515 km² (2º) [1] |
População | 2010 |
- Estimativa | 7 588 078 hab. (9º)[2] |
- Densidade | 6,08 hab./km² (21º) |
Economia | 2008 |
- PIB | R$58.519.000 (13º) |
- PIB per capita | R$7.007 (22º) |
Indicadores | 2008[3] |
- Esper. de vida | 72,2 anos (13º) |
- Mort. infantil | 23,7‰ nasc. (15º) |
- Analfabetismo | 11,9% (16º) |
- IDH (2005) | 0,755 (16º) – médio[4] |
Fuso horário | UTC-3 |
Clima | equatorial Am |
Cód. ISO 3166-2 | BR-PA |
Site governamental | www.pa.gov.br |
É o mais rico e mais populoso estado da região norte, contando com uma população de 7.321.493 habitantes. Sua capital, Belém, reúne em sua região metropolitana cerca de 2,1 milhões habitantes, sendo a segunda maior população metropolitana da região Norte.[5] Outras cidades importantes do estado são, Abaetetuba, Altamira, Ananindeua, Barcarena, Cametá, Castanhal, Itaituba, Marituba, Marabá, Paragominas, Parauapebas, Redenção, Santarém e Tucuruí. O relevo é baixo e plano; 58% do território se encontra abaixo dos 200 metros. As altitudes superiores a 500 metros estão nas serras de Carajás, Caximbo e Acari.
Os rios principais são, rio Amazonas, rio Tapajós, rio Tocantins, rio Xingu, rio Jari e rio Pará.
O topônimo "Pará" é de origem tupi e significa "mar".[6]
Índice[esconder] |
[editar] História
No século XVII, a região, integrada à capitania do Maranhão, conheceu a prosperidade com a lavoura e a pecuária. Em 1751, com a expansão para o oeste, cria-se o estado do Grão-Pará, que abrigará também a capitania de São José do Rio Negro (hoje o estado do Amazonas).
Em 1821, a Revolução Constitucionalista do Porto (Portugal) foi apoiada pelos paraenses, mas o levante acabou reprimido. Em 1823, o Pará decidiu unir-se ao Brasil independente, do qual estivera separado no período colonial, reportando-se diretamente a Lisboa. No entanto, as lutas políticas continuaram. A mais importante delas, a Cabanagem (1835), chegou a decretar a independência da província do Pará. Este foi, juntamente com a Revolução Farroupilha, no Rio Grande do Sul, o único levante do período regencial onde o poder foi tomado, sendo que a Cabanagem foi a única revolta liderada pelas camadas populares.
A economia cresceu rapidamente no século XIX e início do século XX com a exploração da borracha, pela extração do látex, época esta que ficou conhecida como Belle Époque, marcada pelos traços artísticos da Art Nouveau. Nesse período a Amazônia experimentou dois ciclos econômicos distintos com a exploração da mesma borracha.
Estes dois ciclos (principalmente o primeiro) deram não só a Belém, mas também a Manaus (Amazonas), um momento áureo no que diz respeito à urbanização e embelezamento destas cidades. A construção do Teatro da Paz (Belém) e do Teatro Amazonas (Manaus) são exemplos da riqueza que esse período marcou na história da Amazônia.
O então intendente Antônio Lemos foi o principal personagem da transformação urbanística que Belém sofreu, onde chegou a ser conhecida como Paris N'América (como referência à influência da urbanização que Paris sofrera na época, que serviu de inspiração para Antônio Lemos). Nesse período, por exemplo, o centro da cidade foi intensamente arborizado por mangueiras trazidas da Índia. Daí o apelido que até hoje estas árvores (já centenárias) dão à capital paraense.
Com o declínio dos dois ciclos da borracha, veio uma angustiante estagnação, da qual o Pará só saiu na década de 1960, com o desenvolvimento de atividades agrícolas no sul do Estado. A partir da década de 1960, mas principalmente na década de 1970, o crescimento foi acelerando com a exploração de minérios (principalmente na região sudeste do estado), como o ferro na Serra dos Carajás e do ouro em Serra Pelada.
[editar] Divisão do estado
Outro projeto, que também divide o estado do Pará foi aprovado pelo plenário da Câmara dos Deputados. O projeto que prevê a criação do estado de Tapajós, contudo, ainda precisa passar pela aprovação do Senado antes de ser promulgado. Se os dois plebiscitos forem realizados, a área atual do estado do Pará poderá ser divida em três estados. Pela proposta, o estado de Carajás, de autoria do ex-senador Leomar Quintanilha, estaria localizado a sul e sudeste do Pará, e prevê como capital a cidade de Marabá. Ao todo, o novo estado teria 39 municípios, com área equivalente a 25% do atual território do paraense.
Já o projeto que prevê o plebiscito para o estado de Tapajós é de autoria do senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR). O novo estado estaria localizado a oeste do Pará, ocupando cerca de 58% da área total do estado. A capital do novo estado seria Santarém. Ao todo, 27 municípios estão previstos para o estado de Tapajós. O projeto que prevê o plebiscito ainda precisa ser aprovado pelo Senado Federal.
[editar] Possível polêmica
O tema da divisão do Estado do Pará para a criação de novas unidades federativas é um tema altamente polêmico e que tem afastado políticos da discussão, principalmente ocupantes de cargos majoritários. Porém, um menor percentual da classe política tem-se posicionado a favor ou contra tais projetos emancipacionistas. Há que se ressaltar o fato de fazerem mais de duas décadas as articulações políticas em torno das possíveis novas unidades. Já os políticos unionistas foram tomados, em tese, "de surpresa" - uma vez que sua organização em torno do projeto unificador não estava há tanto tempo dentro das pautas internas quanto os projetos separatistas para aqueles.Os motivos alegados pelos defensores das reformas territoriais e as consequências, para os possíveis novos estados e para o estado residual, são de inúmeras ordens: desde culturais até geoestratégicas, merecendo aí três de destaque: políticas, econômicas e orçamentárias.
A aprovação da criação dos estados de Carajás e Tapajós, causaria um saldo negativo anual de cerca de R$ 2 bilhões à União, o estado de Tocantins por exemplo da União R$ 500 milhões, de repasse voluntário, cinco anos depois de criado, sendo R$ 100 milhões por ano[7].
[editar] Sobrerrepresentação
Politicamente, haveria o nascimento de dois estados com populações comparáveis às dos estados de Tocantins e Rondônia, fazendo proporcionalmente jus a uma bancada de apenas quatro deputados federais e de fração de um senador — uma vez que não atinge a proporção de 8/513 (cerca de 1,56%) da população nacional. Entretanto, por motivos constitucionais, é obrigatório respeitar o piso de oito deputados federais e o fixo de três senadores por unidade federativa: o que produziria uma sobrerrepresentação na Câmara dos Deputados e uma superrepresentação no Senado Federal, vindo assim a facilitar substancialmente o acesso a cargos eletivos por parte da classe política desses possíveis estados.Lei Kandir: O atual território correspondente ao Estado do Pará é um dos maiores responsáveis pela pauta exportadora nacional, costumando ficar entre quinto ou sexto maior exportador nos últimos anos — aproximadamente 87% de suas exportações são de minérios diversos, destinados sobretudo à China. Contudo, a legislação brasileira, através da Lei Kandir, isenta de ICMS as empresas exportadoras, justamente as principais responsáveis por maior parte da geração de riquezas no estado paraense. As reservas minerais em exploração estão localizadas quase todas na região do Sudeste Paraense, pretenso Estado de Carajás. Expressa-se assim que os grande projetos mineroenergéticos pouco colaboram de maneira direta para a arrecadação das esferas públicas no Pará. Neste cenário, de grandes perdas tributárias para a esfera estadual, percebe-se a fragilidade de um modelo assentado nas exportações, no sentido de viabilizar recursos para a administração satisfatória de um estado, independente de seu tamanho ou demografia.
[editar] Economia
A mineração é atividade preponderante na região sudeste do estado, sendo Parauapebas a principal cidade que a isso se dedica. As atividades agrícolas são mais intensas na região nordeste do estado, onde destaca-se o município de Castanhal; a agricultura também se faz presente, desde a década de 1960, ao longo da malfadada Rodovia Transamazônica (BR-230). O Pará é o maior produtor de pimenta do reino do Brasil e está entre os primeiros na produção de coco da Bahia e banana. São Félix do Xingu é o município com maior produção de banana do país. A pecuária é mais presente no sudeste do estado, que possui um rebanho calculado em mais de 14 milhões de cabeças de bovinos. A indústria do estado concentra-se mais na região metropolitana de Belém, com os distritos industriais de Icoaraci e Ananindeua, e também vem se consolidando em municípios como Barcarena e Marabá através de investimentos na vesticalização dos minérios extraídos, como bauxita e ferro, que ao serem beneficiados, agregam valor ao se transformarem em alumínio e aço no próprio Estado. Pela característica natural da região, destacam-se também como fortes ramos da economia as indústrias madeireira e moveleira, tendo um polo moveleiro instalado no município de Paragominas.
O extrativismo mineral vem desenvolvendo uma indústria metalúrgica cada vez mais significativa. No município de Barcarena é beneficiada boa parte da bauxita extraída no município de Paragominas e na região do Tapajós em Oriximiná. No momento Barcarena é um grande produtor de alumínio, e sedia uma das maiores fábricas desse produto no mundo, boa parte dele é exportado o que contribui para o município abrigar também a principal atividade portuária do Pará, no distrito de Vila do Conde. Ao longo da Estrada de Ferro Carajás, que vai da região sudeste do Pará até São Luís do Maranhão, é possível atestar a presença crescente de siderúrgicas. O governo federal implementou em Marabá um pólo siderúrgico e metalúrgico, além das companhias já presentes na cidade. O polo siderúrgico de Marabá utilizava intensamente o carvão vegetal para aquecer os fornos que produzem o ferro gusa, contribuindo assim, para a devastação mais rápida das florestas nativas da região, mas recentemente este cenário vem mudando, as indústrias estão investindo no reflorestamento de áreas devastadas e na produção de carvão do coco da palmeira Babaçu, que não devasta áreas da floresta nativa porque consiste somente na queima do coco e não do coqueiro, este é produzido principalmente no município de Bom Jesus do Tocantins.
Nos últimos anos, com a expansão da cultura da soja por todo o território nacional, e também pela falta de áreas livres a se expandir nas regiões sul, sudeste e até mesmo no centro-oeste (nas quais a soja se faz mais presente), as regiões sudeste e sudoeste do Pará tornaram-se uma nova área para essa atividade agrícola. Pela rodovia Santarém-Cuiabá (BR-163) é escoada boa parte da produção sojeira do Mato Grosso, que segue até o porto de Santarém, aquecendo a economia da cidade tanto pela exportação do grão como pela franca expansão de seu plantio: a produção local já representa 5% do total de grãos exportados.
[editar] Etnias
O Pará teve um elevado número de imigrantes portugueses, espanhóis e japoneses. Estes povos têm suas trajetórias contadas em um espaço permanente, a “Sala Vicente Salles” do “Memorial dos Povos”, situado em Belém. Os lusitanos foram seguidos pelos espanhóis, que chegaram à capital quase que exclusivamente por questões políticas, graças às disputas pela Península Ibérica. Em seguida vieram os italianos e seu poder desbravador marítimo. Após deixar sua contribuição para o surgimento da cidade de Belém, os japoneses estabeleceram-se no interior agrário, fixando-se em municípios como Tomé-açu. A maioria da população é parda, devido à grande herança genética indígena e, em menor parcela, africana.Cor/Raça | Porcentagem |
---|---|
Pardos | 73,0% |
Brancos | 23,0% |
Negros | 3,5% |
Amarelos ou Indígenas | 0,6% |
[editar] Imigrantes
- Portugueses
- Japoneses
Os japoneses foram responsáveis pela introdução de culturas como a juta e a pimenta-do-reino na década de 1930; de mamão hawai e do melão na década de 1970. A terceira maior colônia japonesa no Brasil está no Pará, com cerca de 13 mil habitantes, perdendo apenas para os estados de São Paulo e Paraná. Eles vivem principalmente nos municípios de Tomé-Açu, Santa Izabel do Pará e Castanhal. Sabendo-se que Tomé-Açu foi o primeiro local do Norte do país a receber imigrantes japoneses, por volta de 1929.[9]
- Italianos
Eles fincaram raízes familiares em Belém, Breves, Abaetetuba, Óbidos, Oriximiná, Santarém e Alenquer. A presença na região oeste do Pará era tão acentuada, que havia uma representação do consulado da Itália em Óbidos, considerada a cidade mais italiana do Estado. O consulado ficava em Recife, Pernambuco.
Em Belém, os italianos se dividiram entre a atividade comercial e os pequenos serviços. Ao mesmo tempo em que trabalharam, foram importantes no início do processo de industrialização da capital (1895). Segundo o censo de 1920, existia no Pará cerca de mil italianos. Ao final da Segunda Guerra, registrou-se um refluxo causado pela perseguição a alemães, japoneses e italianos. Os italianos, assim como os franceses, não permaneceram em território paraense.
[10]
- Libaneses
- Franceses
- Maranhenses
[editar] Dialetos
O Pará tem pelo menos dois dialetos de destaque: o dialeto paraense tradicional, usado na capital Belém, no nordeste do Pará, Oeste do estado, e em boa parte do território estadual; enquanto outro sotaque é utilizado na região sudeste do Pará (Região de Carajás): um dialeto derivado de misturas de nordestino, mineiro, capixaba, goiano e gaúcho.Dialeto paraense tradicional: tem como característica mais distintiva o raro uso do pronome de tratamento "você", sobretudo nas intimidades, substituindo "você" por "tu": "tu fizeste", "tu és", "tu chegaste", muitas vezes chegando a omitir o pronome "tu", verbalizando expressões apenas como: "chegaste bem?", "já almoçaste?". O "r" e o "s" são pronunciados de maneira semelhante à do Rio de Janeiro. Tal dialeto é considerado brando (à exceção da letra "s") e possuidor de menos vícios de linguagens, comparado aos outros do Brasil, e decorre da forte influência portuguesa na linguagem. Também é conhecido como Amazofonia.
- Em uma visita a Belém, o renomado professor de língua portuguesa, Pasquale Cipro Neto, afirmou que considera o dialeto de Belém semelhante em muitos aspectos ao de Lisboa, Portugal.
- verbo chamar: ele chama tem apenas o sentido de ele chamou o elevador ou ele chamou uma criança (sujeito ativo). Caso refira-se ao seu nome próprio, é ele se chama Alberto, a pergunta seria qual é o nome dele?.
- verbo formar: ele formou tem apenas o sentido de ele formou uma quadrilha, ele formou uma empresa (sujeito ativo). Se não for nesse sentido, a maneira utilizada é ele se formou em engenharia ou a coligação se formou ano passado.
- eu te avisei (informal) x eu lhe avisei (formal)
- Ramo ré (informal) x vamos ver (formal)
- vem ver, é para ti (informal) x venha ver, é para você (formal)
- compra um açaí (informal) x compre um açaí (formal)
- atende o telefone que é para ti (informal) x atenda o telefone que é para você (formal)
- que isso? ao invés de que que isso?
- quanto isso custa? no lugar de quanto que isso custa?
- qual é o nome disso? ao invés de como que isso chama? (sic)
- como vai ser? substituindo como que vai ser?
- ele vai "pro" cinema ao invés de ele vai ao cinema
- eu vou "pra" feira no lugar de eu vou à feira
- ela foi "pro" shopping em detrimento de ela foi ao shopping
- apesar de soar como sotaque carioca para muitos paulistas, é nitidamente distinguível o sotaque paraense do carioca, já que o paraense tem bem menos "gingado" e conjuga mais verbos como em Lisboa, como "foste", "chegaste" etc.
- apesar de muitos brasileiros esperarem um sotaque nordestino quando se fala em Pará[carece de fontes], é ainda maior a diferença entre o sotaque do Pará e os da região Nordeste
Mal-estar cultural: Essas diferenças culturais geraram mal estar entre os habitantes da região colonizada e do resto do estado (entre os "tradicionais paraenses" e os "novos paraenses"). Hoje em dia, a diferença cultural é um dos motivos dessa região manifestar interesse de ser um estado autônomo. A região também registra o maior número de conflitos e mortes no campo, derivados de disputas por terras em um sistema fundiário caótico da região.
[editar] Principais cidades
Cidades mais populosas do Pará (estimativa de 2009 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)[2] |
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Posição | Cidade | Mesorregião | Pop. | Posição | Cidade | Mesorregião | Pop. | Belém Ananindeua |
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1 | Belém | Metropolitana | 1 437 600 | 11 | Marituba | Metropolitana | 101 158 | ||||
2 | Ananindeua | Metropolitana | 505 512 | 12 | Breves | Marajó | 101 094 | ||||
3 | Santarém | Baixo Amazonas | 276 665 | 13 | Altamira | Sudoeste | 98 750 | ||||
4 | Marabá | Sudeste | 203 049 | 14 | Paragominas | Sudeste | 97 350 | ||||
5 | Castanhal | Metropolitana | 161 497 | 15 | Tucuruí | Sudeste | 96 010 | ||||
6 | Parauapebas | Sudeste | 152 777 | 16 | Barcarena | Metropolitana | 92 567 | ||||
7 | Abaetetuba | Nordeste | 139 819 | 17 | Redenção | Sudeste | 75 583 | ||||
8 | Itaituba | Sudoeste | 127 848 | 18 | Tailândia | Nordeste | 72 720 | ||||
9 | Cametá | Nordeste | 117 099 | 19 | Moju | Nordeste | 68 600 | ||||
10 | Bragança | Nordeste | 107 060 | 20 | São Félix do Xingu | Nordeste | 67 208 | ||||
Fonte: IBGE, estimativa populacional 2009[12] Ananindeua, Belém e Marituba fazem parte da Região Metropolitana de Belém. |
[editar] Educação
Ano | Português | Redação |
---|---|---|
2006[13] Média |
33,13 (19º) 36,90 |
49,78 (17º) 52,08 |
2007[14] Média |
46,02 (19º) 51,52 |
54,97 (15º) 55,99 |
2008[15] Média |
36,90 (17º) 41,69 |
59,20 (8º) 59,35 |
[editar] Cultura
[editar] Culinária
- Outros pratos típicos da região são
A seguir, algumas das frutas nativas paraenses:
- Açaí
- Bacuri
- Cupuaçu
- Graviola
- Pupunha
- Taperebá
- Castanha-do-pará
- Muruci
- Piquiá
- Tucumã
- Bacaba
- Camu-camu
- Uxi
- Ingá
- Sapotilha
- Abricó
- Abiu
- Ajirú
- Anajá
[editar] Ver também
- Lista de governadores do Pará
- Lista de municípios do estado do Pará
- Lista de municípios do Estado do Pará por população
- Lista de mesorregiões do Pará
- Lista de microrregiões do Pará
- Lista de rios do Pará
- Hino do Pará
- Brasão do Pará
- Música paraense
- Região Metropolitana de Belém
- Universidade da Amazônia
- Universidade Federal Rural da Amazônia
- Universidade do Estado do Pará
- Universidade Federal do Pará
- Fundação da Criança e do Adolescente do Pará
- Turismo no Pará
Referências
- ↑ IBGE (10 de outubro de 2002). Área territorial oficial. Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Página visitada em 22 de julho 2010.
- ↑ a b Estimativas do IBGE para 1º de julho de 2009. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (14 de agosto de 2009).
- ↑ Síntese dos Inidicadores Sociais 2009. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Página visitada em 22 de outubro de 2009.
- ↑ Ranking do IDH dos estados do Brasil em 2005. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) (15 de setembro de 2008). Página visitada em 17 de setembro de 2008.
- ↑ região metropolitana da Amazônia. Cidade com cerca de 1.424.124 de habitantes, (IBGE/2008).
- ↑ http://www.fflch.usp.br/dlcv/tupi/vocabulario.htm
- ↑ Portal R7. [http://noticias.r7.com/brasil/noticias/novos-estados-de-carajas-e-tapajos-devem-gerar-rombo-anual-de-r-2-bilhoes-a-uniao-20110620.html?question=0 Novos Estados de Carajás e Tapajós devem gerar rombo anual de R$ 2 bilhões à União]. Página visitada em 30 de outubro de 2011.
- ↑ Demografia
- ↑ [1]
- ↑ [2]
- ↑ [3]
- ↑ População residente no Brasil em 2009: Publicação completa. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (29 de agosto de 2008). Página visitada em 14 de agosto de 2008.
- ↑ http://download.globo.com/vestibular/enem2006_desempenhoregiaouf.doc
- ↑ http://download.uol.com.br/educacao/enem2007_mediasredacao.xls
- ↑ http://www.inep.gov.br/download/enem/2008/Enem2008_tabelas_01a101.xls
[editar] Ligações externas
- Governo do Pará (em português)
- Tribunal de Justiça do Estado do Pará (em português)
- Emancipação de Tapajós gera debate em Santarém (em português)
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