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quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

(Duda Mendonça ) Caro amigo paraense


Autor(es): Roberto Pompeu de Toledo
Veja - 28/11/2011




No dia 11 de dezembro, você votará sim ou não à partição do Pará em três unidades. A proposta é que toda a metade oeste do atual estado se transforme no estado do Tapajós e a parte sudeste no de Carajás, continuando com o nome de Pará a região onde fica Belém e um pouco mais. Essa história de criação de novos estados, como você bem sabe, é controvertida. Chovem argumentos por todo lado, todos altamente especulativos e por isso altamente discutíveis. O que escapa à controvérsia é que se trata de ótimo negócio para os políticos, dada a orgia de novas instituições a criar, de novos cargos a preencher e de dinheiro a gastar. Tudo isso você sabe. O objetivo destas mal traçadas é falar de um personagem que depois de muitas peripécias, Brasil afora, agora apartou por aí, metido na campanha do plebiscito. O nome dele é Duda Mendonça. Gentilmente ele ofereceu seus serviços à causa separatista, ele que, se não vive no estado, pelo menos tem bois que vivem, na fazenda de sua propriedade no território candidato a virar Carajás. Oferta aceita, e ei-lo no comando da campanha do sim.
Todo mundo o conhece. Sabe de seus triunfos eleitorais, como mago do marketing, bem como do lado menos aprazível de réu no processo do mensalão. Já o que ele andou aprontando em eleições de São Paulo o amigo paraense não deve saber. Permita um breve relato. Na eleição de 1996 para a prefeitura de São Paulo, Duda Mendonça fez o marketing do candidato Celso Pitta. Quatro anos antes ele fizera o do mentor de Pitta, Paulo Maluf. Pitta era um político desconhecido. O marqueteiro julgou que a campanha necessitava de alguma pirotecnia. Saiu-se então com um trem voador, um mágico bólido que, suspenso em vias elevadas, catapultaria a cidade para um serviço de transporte até então só acessível à família Jetson. Nas animações para a propaganda na TV, ficou uma beleza. Para transformá-lo em realidade o custo seria assombroso, a logística complicada, a utilidade discutível, mas e daí? Importava ganhar a eleição. Celso Pitta ganhou.
E agora? Se ganhou embalado pelo trem, impunha-se fazê-lo. O novo prefeito começou a plantar vigorosos pilotis, altos, de 15 metros, ao longo do rio mais central da cidade, o Tamanduateí. Sobre eles seria construída a via ao longo da qual correria a engenhoca. Algumas centenas de milhões de reais foram investidos na obra, e ficou-se nisso. Pitta não passou dos pilotis iniciais. Lá ficaram eles, abobalhados e inúteis – um pressuposto de obra de engenharia tornado ruína no nascedouro. A sucessora de Pitta, Marta Suplicy, pensou no que fazer daquilo, pensou, pensou, e nada fez. O sucessor de Marta, José Serra, chegou a cogitar em destruir os pilotis. Depois pensou melhor, e resolveu aproveitar pelo menos os já existentes. A obra foi inaugurada, já na administração Gilberto Kassab, não mais como via de trens, mas como simples corredor suspenso de ônibus.
O amigo paraense não precisa conhecer todos os detalhes do sinistro episódio. A intenção é alertá-lo sobre o alcance que pode atingir uma marquetagem irresponsável – e a palavra “irresponsável” vai aqui no sentido puro de qualificar um agente que não responde por seus atos. O marqueteiro não foi eleito. Não tem função pública. Portanto, não lhe cabe responder por um ato da administração pública. E no entanto teve origem no capricho de um marqueteiro toda a sucessão de decisões e indecisões que resultou num corredor de ônibus suspenso: ao qual só se tem acesso subindo penosas escadas, desarticulado do geral do sistema de transportes urbanos, desestruturador da paisagem e na contramão do melhor urbanismo – que desaconselha as vias aéreas pelas cicatrizes que impingem às cidades e pela deterioração que produzem no entorno.
Duda Mendonça já foi de Paulo Maluf a Lula. Se um marqueteiro deve manter a coerência política, é algo que escapa a este missivista. É curioso, em todo caso, lembrar que nos anos 1980 ele esteve à frente da campanha que se opunha a um projeto de divisão do estado da Bahia. Um texto por ele composto, e que era lido por Maria Bethânia na TV, afirmava que dividir a Bahia era como separar o Jorge do Amado, o Dorival do Caymmi, o Rui do Barbosa, o Gilberto do Gil. Já separar a Fafá do Belém, o Paulo Henrique do Ganso, o Billy do Blanco e o Jayme do Ovalle, isso pode. Em São Paulo, ao arriscar-se no urbanismo, Duda Mendonça deixou sua marca indelével no ônibus pendurado à beira do rio. Agora se aventura na engenharia política e calca a mão pesada no mapa do Brasil. Leve isso em conta, amigo paraense.


Sergio Marques/ O Globo
Reprodução
Arquivo Ed Globo

Duda Mendonça

01/12/2011
às 14:00 \ Política & Cia

Roberto Pompeu de Toledo: Duda Mendonça entra na campanha do “sim” pela divisão do Pará. Amigos paraenses, vocês conhecem o personagem?

Torno a ter o privilégio de publicar um artigo, como sempre instigante e impecavelmente escrito, do jornalista Roberto Pompeu de Toledo.
O texto foi publicado na edição de VEJA que está nas bancas desta semana.
O título original é o de abaixo, em negrito.

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Caro amigo paraense
Roberto Pompeu de ToledoNo dia 11 de dezembro, você votará sim ou não à partição do Pará em três unidades. A proposta é que toda a metade oeste do atual Estado se transforme no Estado do Tapajós e a parte sudeste no de Carajás, continuando com o nome de Pará a região onde fica Belém e um pouco mais.
Essa história de criação de novos estados, como você bem sabe, é controvertida.
Chovem argumentos por todo lado, todos altamente especulativos e por isso altamente discutíveis. O que escapa à controvérsia é que se trata de ótimo negócio para os políticos, dada a orgia de novas instituições a criar, de novos cargos a preencher e de dinheiro a gastar. Tudo isso você sabe.
O objetivo destas mal traçadas é falar de um personagem que depois de muitas peripécias, Brasil afora, agora aportou por aí, metido na campanha do plebiscito.
O nome dele é Duda Mendonça. Gentilmente ele ofereceu seus serviços à causa separatista, ele que, se não vive no Estado, pelo menos tem bois que vivem, na fazenda de sua propriedade no território candidato a virar Carajás. Oferta aceita, e ei-lo no comando da campanha do sim.
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O Pará poderá ficar assim, a depender do resultado do plebiscito
Todo mundo o conhece. Sabe de seus triunfos eleitorais, como mago do marketing, bem como do lado menos aprazível de réu no processo do mensalão.
Já o que ele andou aprontando em eleições de São Paulo o amigo paraense não deve saber. Permita um breve relato. Na eleição de 1996 para a prefeitura de São Paulo, Duda Mendonça fez o marketing do candidato Celso Pitta. Quatro anos antes ele fizera o do mentor de Pitta, Paulo Maluf.
Pitta era um político desconhecido. O marqueteiro julgou que a campanha necessitava de alguma pirotecnia. Saiu-se então com um trem voador, um mágico bólido que, suspenso em vias elevadas, catapultaria a cidade para um serviço de transporte até então só acessível à família Jetson.
Nas animações para a propaganda na TV, ficou uma beleza. Para transformá-lo em realidade o custo seria assombroso, a logística complicada, a utilidade discutível, mas e daí? Importava ganhar a eleição.
Celso Pitta ganhou.
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Duda Mendonça em campanha de Paulo Maluf
E agora? Se ganhou embalado pelo trem, impunha-se fazê-lo. O novo prefeito começou a plantar vigorosos pilotis, altos de 15 metros, ao longo do rio mais central da cidade, o Tamanduateí. Sobre eles seria construída a via ao longo da qual correria a engenhoca. Algumas centenas de  milhões de reais foram investidos na obra, e ficou-se nisso.
Pitta não passou dos pilotis iniciais. Lá ficaram eles, abobalhados e inúteis — um pressuposto de obra de engenharia tornado ruína no nascedouro.
A sucessora de Pitta, Marta Suplicy, pensou no que fazer daquilo, pensou, pensou, e nada fez. O sucessor de Marta, José Serra, chegou a cogitar em destruir os pilotis. Depois pensou melhor, e resolveu aproveitar pelo menos os já existentes. A obra foi inaugurada, já na administração Gilberto Kassab, não mais como via de trens, mas como simples corredor suspenso de ônibus.
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Herança de Pitta: pilotis para via de ônibus suspensa, às margens do Tamanduateí
O amigo paraense não precisa conhecer todos os detalhes do sinistro episódio. A intenção é alertá-lo sobre o alcance que pode atingir uma marquetagem irresponsável — e a palavra “irresponsável” vai aqui no sentido puro de qualificar um agente que não responde por seus atos.
O marqueteiro não foi eleito. Não tem função pública. Portanto, não lhe cabe responder por um ato da administração pública. E no entanto teve origem no capricho de um marqueteiro toda a sucessão de decisões e indecisões que resultou num corredor de ônibus suspenso, ao qual só se tem acesso subindo penosas escadas, desarticulado do geral do sistema de transportes urbanos, desestruturador da paisagem e na contramão do melhor urbanismo — que desaconselha as vias aéreas pelas cicatrizes que impingem às cidades e pela deterioração que produzem no entorno.
Duda Mendonça já foi de Paulo Maluf a Lula. Se um marqueteiro deve manter a coerência política, é algo que escapa a este missivista. É curioso, em todo caso, lembrar que nos anos 1980 ele esteve à frente da campanha que se opunha a um projeto de divisão do Estado da Bahia. Um texto por ele composto, e que era lido por Maria Bethânia na TV, afirmava que dividir a Bahia era como separar o Jorge do Amado, o Dorival do Caymmi, o Rui do Barbosa, o Gilberto do Gil.
Já separar a Fafá do Belém, o Paulo Henrique do Ganso, o Billy do Blanco e o Jayme do Ovalle, isso pode.
Em São Paulo, ao arriscar-se no urbanismo, Duda Mendonça deixou sua marca indelével no ônibus pendurado à beira do rio. Agora se aventura na engenharia política e calca a mão pesada no mapa do Brasil. Leve isso em conta, amigo paraense.



Duda Mendonça diz que pode ter recebido caixa dois do PT


ABrMendonça em foto de 2003, no lançamento de campanha criada por ele para o Fome Zero
Segundo o jornal “O Globo”, o publicitário Duda Mendonça afirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF), nas alegações finais do processo do mensalão, que pode ter recebido caixa dois do PT. A versão foi corroborada pelo também marqueteiro Zilmar Fernandes.

A dupla de publicitários é acusada de lavagem de dinheiro e de evasão de divisas, por manterem conta não declarada no exterior. O texto ao qual o jornal teve acesso, assinado pelos advogados dos réus, diz que “aos acusados sempre pareceu que os valores recebidos por seu lícito trabalho eram oriundos, na pior das hipóteses, de infração prevista na legislação eleitoral (caixa dois mantido no Brasil e no exterior)”.

O documento complementa que Mendonça e Fernandes mantinham negócios com o PT desde 2001, e que todos os pagamentos eram autorizados por Delúbio Soares, o tesoureiro que foi expulso do partido na época do escândalo e anistiado neste ano.

Em 2005, em depoimento à CPI dos Correios, Mendonça já havia admitido a possibilidade de ter recebido caixa dois.



Exibir mapa ampliado

Pará

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Estado do Pará
Bandeira do Pará
Brasão do Pará
(Bandeira) (Brasão)
Hino: Hino do Pará
Gentílico: paraense

Localização do Pará no Brasil
Localização
 - Região Norte
 - Estados limítrofes Amazonas, Mato Grosso, Tocantins, Maranhão, Amapá e Roraima
 - Mesorregiões 6
 - Microrregiões 22
 - Municípios 144
Capital Belém
Governo 2011 a 2015
 - Governador(a) Simão Jatene (PSDB)
 - Vice-governador(a) Helenilson Pontes (PPS)
 - Deputados federais 17
 - Deputados estaduais 41
 - Senadores Marinor Brito (PSOL)
Flexa Ribeiro (PSDB)
Mário Couto (PSDB)
Área
 - Total 1 247 689,515 km² () [1]
População 2010
 - Estimativa 7 588 078 hab. ()[2]
 - Densidade 6,08 hab./km² (21º)
Economia 2008
 - PIB R$58.519.000 (13º)
 - PIB per capita R$7.007 (22º)
Indicadores 2008[3]
 - Esper. de vida 72,2 anos (13º)
 - Mort. infantil 23,7‰ nasc. (15º)
 - Analfabetismo 11,9% (16º)
 - IDH (2005) 0,755 (16º) – médio[4]
Fuso horário UTC-3
Clima equatorial Am
Cód. ISO 3166-2 BR-PA
Site governamental www.pa.gov.br

Mapa do Pará
O Pará é uma das 27 unidades federativas do Brasil. É o segundo maior estado do país com uma extensão de 1.247.689,515 km², pouco maior que Angola, dividido em 144 municípios (com a criação de Mojuí dos Campos), está situado no centro da região norte e tem como limites o Suriname e o Amapá a norte, o oceano Atlântico a nordeste, o Maranhão a leste, Tocantins a sudeste, Mato Grosso a sul, o Amazonas a oeste e Roraima e a Guiana a noroeste.
É o mais rico e mais populoso estado da região norte, contando com uma população de 7.321.493 habitantes. Sua capital, Belém, reúne em sua região metropolitana cerca de 2,1 milhões habitantes, sendo a segunda maior população metropolitana da região Norte.[5] Outras cidades importantes do estado são, Abaetetuba, Altamira, Ananindeua, Barcarena, Cametá, Castanhal, Itaituba, Marituba, Marabá, Paragominas, Parauapebas, Redenção, Santarém e Tucuruí. O relevo é baixo e plano; 58% do território se encontra abaixo dos 200 metros. As altitudes superiores a 500 metros estão nas serras de Carajás, Caximbo e Acari.
Os rios principais são, rio Amazonas, rio Tapajós, rio Tocantins, rio Xingu, rio Jari e rio Pará.
O topônimo "Pará" é de origem tupi e significa "mar".[6]

Índice

 [esconder

[editar] História

O Forte do Presépio, fundado em 1616 pelos portugueses, deu origem a Belém, mas a ocupação do território foi desde cedo marcada por incursões de Neerlandeses e Ingleses em busca de especiarias. Daí a necessidade dos portugueses de fortificar a área.
No século XVII, a região, integrada à capitania do Maranhão, conheceu a prosperidade com a lavoura e a pecuária. Em 1751, com a expansão para o oeste, cria-se o estado do Grão-Pará, que abrigará também a capitania de São José do Rio Negro (hoje o estado do Amazonas).
Em 1821, a Revolução Constitucionalista do Porto (Portugal) foi apoiada pelos paraenses, mas o levante acabou reprimido. Em 1823, o Pará decidiu unir-se ao Brasil independente, do qual estivera separado no período colonial, reportando-se diretamente a Lisboa. No entanto, as lutas políticas continuaram. A mais importante delas, a Cabanagem (1835), chegou a decretar a independência da província do Pará. Este foi, juntamente com a Revolução Farroupilha, no Rio Grande do Sul, o único levante do período regencial onde o poder foi tomado, sendo que a Cabanagem foi a única revolta liderada pelas camadas populares.
A economia cresceu rapidamente no século XIX e início do século XX com a exploração da borracha, pela extração do látex, época esta que ficou conhecida como Belle Époque, marcada pelos traços artísticos da Art Nouveau. Nesse período a Amazônia experimentou dois ciclos econômicos distintos com a exploração da mesma borracha.
Estes dois ciclos (principalmente o primeiro) deram não só a Belém, mas também a Manaus (Amazonas), um momento áureo no que diz respeito à urbanização e embelezamento destas cidades. A construção do Teatro da Paz (Belém) e do Teatro Amazonas (Manaus) são exemplos da riqueza que esse período marcou na história da Amazônia.
O então intendente Antônio Lemos foi o principal personagem da transformação urbanística que Belém sofreu, onde chegou a ser conhecida como Paris N'América (como referência à influência da urbanização que Paris sofrera na época, que serviu de inspiração para Antônio Lemos). Nesse período, por exemplo, o centro da cidade foi intensamente arborizado por mangueiras trazidas da Índia. Daí o apelido que até hoje estas árvores (já centenárias) dão à capital paraense.
Com o declínio dos dois ciclos da borracha, veio uma angustiante estagnação, da qual o Pará só saiu na década de 1960, com o desenvolvimento de atividades agrícolas no sul do Estado. A partir da década de 1960, mas principalmente na década de 1970, o crescimento foi acelerando com a exploração de minérios (principalmente na região sudeste do estado), como o ferro na Serra dos Carajás e do ouro em Serra Pelada.

[editar] Divisão do estado

Princípio da imparcialidade
Este artigo ou secção possui passagens que não respeitam o princípio da imparcialidade.
Tenha algum cuidado ao ler as informações contidas nele. Se puder, tente tornar o artigo mais imparcial.
(Justifique o uso desta marca na discussão do artigo)

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou na manhã do dia 5 de maio de 2011, um decreto legislativo que autoriza a realização de um plebiscito que vai decidir pela criação do estado de Carajás, que seria uma divisão do estado do Pará. O decreto foi promulgado pelo presidente do Congresso Nacional, José Sarney (PMDB-AP). Depois de promulgado, o plebiscito poderá ser realizado em até seis meses, de acordo com a organização da Justiça Eleitoral.
Outro projeto, que também divide o estado do Pará foi aprovado pelo plenário da Câmara dos Deputados. O projeto que prevê a criação do estado de Tapajós, contudo, ainda precisa passar pela aprovação do Senado antes de ser promulgado. Se os dois plebiscitos forem realizados, a área atual do estado do Pará poderá ser divida em três estados. Pela proposta, o estado de Carajás, de autoria do ex-senador Leomar Quintanilha, estaria localizado a sul e sudeste do Pará, e prevê como capital a cidade de Marabá. Ao todo, o novo estado teria 39 municípios, com área equivalente a 25% do atual território do paraense.
Já o projeto que prevê o plebiscito para o estado de Tapajós é de autoria do senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR). O novo estado estaria localizado a oeste do Pará, ocupando cerca de 58% da área total do estado. A capital do novo estado seria Santarém. Ao todo, 27 municípios estão previstos para o estado de Tapajós. O projeto que prevê o plebiscito ainda precisa ser aprovado pelo Senado Federal.

[editar] Possível polêmica

O tema da divisão do Estado do Pará para a criação de novas unidades federativas é um tema altamente polêmico e que tem afastado políticos da discussão, principalmente ocupantes de cargos majoritários. Porém, um menor percentual da classe política tem-se posicionado a favor ou contra tais projetos emancipacionistas. Há que se ressaltar o fato de fazerem mais de duas décadas as articulações políticas em torno das possíveis novas unidades. Já os políticos unionistas foram tomados, em tese, "de surpresa" - uma vez que sua organização em torno do projeto unificador não estava há tanto tempo dentro das pautas internas quanto os projetos separatistas para aqueles.
Os motivos alegados pelos defensores das reformas territoriais e as consequências, para os possíveis novos estados e para o estado residual, são de inúmeras ordens: desde culturais até geoestratégicas, merecendo aí três de destaque: políticas, econômicas e orçamentárias.
A aprovação da criação dos estados de Carajás e Tapajós, causaria um saldo negativo anual de cerca de R$ 2 bilhões à União, o estado de Tocantins por exemplo da União R$ 500 milhões, de repasse voluntário, cinco anos depois de criado, sendo R$ 100 milhões por ano[7].

[editar] Sobrerrepresentação

Politicamente, haveria o nascimento de dois estados com populações comparáveis às dos estados de Tocantins e Rondônia, fazendo proporcionalmente jus a uma bancada de apenas quatro deputados federais e de fração de um senador — uma vez que não atinge a proporção de 8/513 (cerca de 1,56%) da população nacional. Entretanto, por motivos constitucionais, é obrigatório respeitar o piso de oito deputados federais e o fixo de três senadores por unidade federativa: o que produziria uma sobrerrepresentação na Câmara dos Deputados e uma superrepresentação no Senado Federal, vindo assim a facilitar substancialmente o acesso a cargos eletivos por parte da classe política desses possíveis estados.
Lei Kandir: O atual território correspondente ao Estado do Pará é um dos maiores responsáveis pela pauta exportadora nacional, costumando ficar entre quinto ou sexto maior exportador nos últimos anos — aproximadamente 87% de suas exportações são de minérios diversos, destinados sobretudo à China. Contudo, a legislação brasileira, através da Lei Kandir, isenta de ICMS as empresas exportadoras, justamente as principais responsáveis por maior parte da geração de riquezas no estado paraense. As reservas minerais em exploração estão localizadas quase todas na região do Sudeste Paraense, pretenso Estado de Carajás. Expressa-se assim que os grande projetos mineroenergéticos pouco colaboram de maneira direta para a arrecadação das esferas públicas no Pará. Neste cenário, de grandes perdas tributárias para a esfera estadual, percebe-se a fragilidade de um modelo assentado nas exportações, no sentido de viabilizar recursos para a administração satisfatória de um estado, independente de seu tamanho ou demografia.

[editar] Economia

A economia se baseia no extrativismo mineral (ferro, bauxita, manganês, calcário, ouro, estanho), vegetal (madeira), na agricultura, pecuária, indústria e no turismo.
A mineração é atividade preponderante na região sudeste do estado, sendo Parauapebas a principal cidade que a isso se dedica. As atividades agrícolas são mais intensas na região nordeste do estado, onde destaca-se o município de Castanhal; a agricultura também se faz presente, desde a década de 1960, ao longo da malfadada Rodovia Transamazônica (BR-230). O Pará é o maior produtor de pimenta do reino do Brasil e está entre os primeiros na produção de coco da Bahia e banana. São Félix do Xingu é o município com maior produção de banana do país. A pecuária é mais presente no sudeste do estado, que possui um rebanho calculado em mais de 14 milhões de cabeças de bovinos. A indústria do estado concentra-se mais na região metropolitana de Belém, com os distritos industriais de Icoaraci e Ananindeua, e também vem se consolidando em municípios como Barcarena e Marabá através de investimentos na vesticalização dos minérios extraídos, como bauxita e ferro, que ao serem beneficiados, agregam valor ao se transformarem em alumínio e aço no próprio Estado. Pela característica natural da região, destacam-se também como fortes ramos da economia as indústrias madeireira e moveleira, tendo um polo moveleiro instalado no município de Paragominas.
O extrativismo mineral vem desenvolvendo uma indústria metalúrgica cada vez mais significativa. No município de Barcarena é beneficiada boa parte da bauxita extraída no município de Paragominas e na região do Tapajós em Oriximiná. No momento Barcarena é um grande produtor de alumínio, e sedia uma das maiores fábricas desse produto no mundo, boa parte dele é exportado o que contribui para o município abrigar também a principal atividade portuária do Pará, no distrito de Vila do Conde. Ao longo da Estrada de Ferro Carajás, que vai da região sudeste do Pará até São Luís do Maranhão, é possível atestar a presença crescente de siderúrgicas. O governo federal implementou em Marabá um pólo siderúrgico e metalúrgico, além das companhias já presentes na cidade. O polo siderúrgico de Marabá utilizava intensamente o carvão vegetal para aquecer os fornos que produzem o ferro gusa, contribuindo assim, para a devastação mais rápida das florestas nativas da região, mas recentemente este cenário vem mudando, as indústrias estão investindo no reflorestamento de áreas devastadas e na produção de carvão do coco da palmeira Babaçu, que não devasta áreas da floresta nativa porque consiste somente na queima do coco e não do coqueiro, este é produzido principalmente no município de Bom Jesus do Tocantins.
Nos últimos anos, com a expansão da cultura da soja por todo o território nacional, e também pela falta de áreas livres a se expandir nas regiões sul, sudeste e até mesmo no centro-oeste (nas quais a soja se faz mais presente), as regiões sudeste e sudoeste do Pará tornaram-se uma nova área para essa atividade agrícola. Pela rodovia Santarém-Cuiabá (BR-163) é escoada boa parte da produção sojeira do Mato Grosso, que segue até o porto de Santarém, aquecendo a economia da cidade tanto pela exportação do grão como pela franca expansão de seu plantio: a produção local já representa 5% do total de grãos exportados.

[editar] Etnias

O Pará teve um elevado número de imigrantes portugueses, espanhóis e japoneses. Estes povos têm suas trajetórias contadas em um espaço permanente, a “Sala Vicente Salles” do “Memorial dos Povos”, situado em Belém. Os lusitanos foram seguidos pelos espanhóis, que chegaram à capital quase que exclusivamente por questões políticas, graças às disputas pela Península Ibérica. Em seguida vieram os italianos e seu poder desbravador marítimo. Após deixar sua contribuição para o surgimento da cidade de Belém, os japoneses estabeleceram-se no interior agrário, fixando-se em municípios como Tomé-açu. A maioria da população é parda, devido à grande herança genética indígena e, em menor parcela, africana.
Cor/Raça Porcentagem
Pardos 73,0%
Brancos 23,0%
Negros 3,5%
Amarelos ou Indígenas 0,6%
Fonte: PNAD (dados obtidos por meio de pesquisa de autodeclaração)[8] .

[editar] Imigrantes

Portugueses
A presença dos portugueses no estado, deu-se no século XVII. Em Janeiro de 1616, o capitão português, Francisco Caldeira Castelo Branco iniciou a ocupação da terra, fundando o Forte do Presépio, núcleo da futura capital paraense. A fixação portuguesa foi efetivada com as missões religiosas e as bandeiras, que ligavam o Forte do Presépio a São Luís do Maranhão, por terra e subiram o Rio Amazonas. Os portugueses foram os primeiros a chegar no Pará, Deixando contribuições que vão desde a culinária à arquitetura.
Japoneses
Os primeiros imigrantes japoneses que se destinaram a Amazônia saíram do Porto de Kobe, no Japão, no dia 24 de julho de 1926, e só chegaram ao município de Tomé-Açu, no dia 22 de setembro do mesmo ano, com paradas no Rio de Janeiro e Belém.
Os japoneses foram responsáveis pela introdução de culturas como a juta e a pimenta-do-reino na década de 1930; de mamão hawai e do melão na década de 1970. A terceira maior colônia japonesa no Brasil está no Pará, com cerca de 13 mil habitantes, perdendo apenas para os estados de São Paulo e Paraná. Eles vivem principalmente nos municípios de Tomé-Açu, Santa Izabel do Pará e Castanhal. Sabendo-se que Tomé-Açu foi o primeiro local do Norte do país a receber imigrantes japoneses, por volta de 1929.[9]
Italianos
Os emigrantes italianos que vieram para o Pará são predominantemente da região Sul da Itália, originários da Calábria, Campania e Basilicata. Eram todos colonos, mas aqui se dedicaram ao comércio. O primeiro comércio italiano de que se tem notícia é de 1888 que ficava em Santarém.
Eles fincaram raízes familiares em Belém, Breves, Abaetetuba, Óbidos, Oriximiná, Santarém e Alenquer. A presença na região oeste do Pará era tão acentuada, que havia uma representação do consulado da Itália em Óbidos, considerada a cidade mais italiana do Estado. O consulado ficava em Recife, Pernambuco.
Em Belém, os italianos se dividiram entre a atividade comercial e os pequenos serviços. Ao mesmo tempo em que trabalharam, foram importantes no início do processo de industrialização da capital (1895). Segundo o censo de 1920, existia no Pará cerca de mil italianos. Ao final da Segunda Guerra, registrou-se um refluxo causado pela perseguição a alemães, japoneses e italianos. Os italianos, assim como os franceses, não permaneceram em território paraense.
[10]
Libaneses
A emigração dos libaneses para o Pará se deu na metade do século XIX, na época do Ciclo da Borracha e até 1914 desembarcaram em Belém entre 15 mil e 25 mil imigrantes sírios-libaneses, dois quais um terço foram para o Acre. No Pará, além da capital paraense, o libaneses se deslocaram para os municípios de Cametá, Marabá, Altamira, Breves, (Pará), Monte Alegre, Alenquer, Santarém, Óbidos, Soure, Maracanã, Abaetetuba, entre outros.[11]
Franceses
Os primeiros imigrantes franceses chegaram ao Brasil na segunda metade do século XIX, dirigiram-se para a colônia de Benevides, na região metropolitana de Belém do Pará. Os franceses foram atraídos para a região, por causa do Ciclo da Borracha, acabaram se instalando em Belém, tornando-a conhecida como Paris N'América.
Maranhenses
São os maiores imigrantes nacionais no Estado do Pará.Por ser vizinho do Estado do Pará, os maranhenses vão em busca de melhores condições materiais.A população de Belém, sul e sudeste do Pará é formada basicamente por imigrantes maranhenses. O Maranhão e o Pará tem uma longa história de ligação que começou desde a criação dos Estados do Grão-Pará e Maranhão. A parte cultural também há uma reciprocidade entre os dois estados. Inclusive a origem do carimbó (dança de negros) é do Maranhão que com o processo de aculturação tomou a forma paraense. A lambada paraense da década de 1970 também influenciou o maranhão. A parte da religião umbandista também há uma cumplicidade entre os dois estados.O hino do Círio de Nazaré foi composto por um poeta maranhense chamado Euclides Farias.

[editar] Dialetos

O Pará tem pelo menos dois dialetos de destaque: o dialeto paraense tradicional, usado na capital Belém, no nordeste do Pará, Oeste do estado, e em boa parte do território estadual; enquanto outro sotaque é utilizado na região sudeste do Pará (Região de Carajás): um dialeto derivado de misturas de nordestino, mineiro, capixaba, goiano e gaúcho.
Dialeto paraense tradicional: tem como característica mais distintiva o raro uso do pronome de tratamento "você", sobretudo nas intimidades, substituindo "você" por "tu": "tu fizeste", "tu és", "tu chegaste", muitas vezes chegando a omitir o pronome "tu", verbalizando expressões apenas como: "chegaste bem?", "já almoçaste?". O "r" e o "s" são pronunciados de maneira semelhante à do Rio de Janeiro. Tal dialeto é considerado brando (à exceção da letra "s") e possuidor de menos vícios de linguagens, comparado aos outros do Brasil, e decorre da forte influência portuguesa na linguagem. Também é conhecido como Amazofonia.
Sujeito ativo x passivo: enquanto em outros estados, a população utiliza verbos com sujeito ativo ou passivo e os considera quase com mesmo sentido, as duas formas apresentam sentidos distintos no Pará. Exemplos:
  • verbo chamar: ele chama tem apenas o sentido de ele chamou o elevador ou ele chamou uma criança (sujeito ativo). Caso refira-se ao seu nome próprio, é ele se chama Alberto, a pergunta seria qual é o nome dele?.
  • verbo formar: ele formou tem apenas o sentido de ele formou uma quadrilha, ele formou uma empresa (sujeito ativo). Se não for nesse sentido, a maneira utilizada é ele se formou em engenharia ou a coligação se formou ano passado.
Existe concordância dos verbos com relação ao pronome de tratamento, diferenciando-se situações informais das formais:
  • eu te avisei (informal) x eu lhe avisei (formal)
  • Ramo ré (informal) x vamos ver (formal)
  • vem ver, é para ti (informal) x venha ver, é para você (formal)
  • compra um açaí (informal) x compre um açaí (formal)
  • atende o telefone que é para ti (informal) x atenda o telefone que é para você (formal)
Uso menos abusivo do Que: o paraense faz um pouco menos uso dos ques que outros brasileiros, nunca coloca dois ques juntos. Exemplo:
  • que isso? ao invés de que que isso?
  • quanto isso custa? no lugar de quanto que isso custa?
  • qual é o nome disso? ao invés de como que isso chama? (sic)
  • como vai ser? substituindo como que vai ser?
No x para: nesse sotaque, o para é mais utilizado quando o sentido é ao ou à:
  • ele vai "pro" cinema ao invés de ele vai ao cinema
  • eu vou "pra" feira no lugar de eu vou à feira
  • ela foi "pro" shopping em detrimento de ela foi ao shopping
Semelhanças e diferenças:
  • apesar de soar como sotaque carioca para muitos paulistas, é nitidamente distinguível o sotaque paraense do carioca, já que o paraense tem bem menos "gingado" e conjuga mais verbos como em Lisboa, como "foste", "chegaste" etc.
  • apesar de muitos brasileiros esperarem um sotaque nordestino quando se fala em Pará[carece de fontes], é ainda maior a diferença entre o sotaque do Pará e os da região Nordeste
Dialeto da Região de Carajás: marcante o uso do "s" como o de São Paulo, e outras peculiaridades. Essa maneira de falar existe no Pará desde meados da década de 1970, quando houve uma maciça migração desordenada de nordestinos, goianos, sudestinos e sulistas para a região, atraídos com a descoberta da maior reserva mineralógica do planeta (Carajás) e pela oferta em abundância de terras baratas. Também são conhecidos como amazônicos da serra, pelo motivo dessa região estar distante do vale amazônico, em altitudes mais elevadas, aproximando-se do planalto central.
Mal-estar cultural: Essas diferenças culturais geraram mal estar entre os habitantes da região colonizada e do resto do estado (entre os "tradicionais paraenses" e os "novos paraenses"). Hoje em dia, a diferença cultural é um dos motivos dessa região manifestar interesse de ser um estado autônomo. A região também registra o maior número de conflitos e mortes no campo, derivados de disputas por terras em um sistema fundiário caótico da região.

[editar] Principais cidades

O Pará possui 144 municípios, dentre os quais, importantes para a economia do estado são, Altamira, Ananindeua, Barcarena, Belém, Canaã dos Carajás, Castanhal, Itaituba, Marabá, Paragominas, Parauapebas, Redenção, Salinópolis, Tucuruí e Santarém.

[editar] Educação

Ano Português Redação
Resultados no ENEM
2006[13]
Média
33,13 (19º)
36,90
49,78 (17º)
52,08
2007[14]
Média
46,02 (19º)
51,52
54,97 (15º)
55,99
2008[15]
Média
36,90 (17º)
41,69
59,20 (8º)
59,35

[editar] Cultura

[editar] Culinária

A Culinária paraense possui grande influência indígena. Os elementos encontrados na região, formam a base de seus pratos, o que deixa os gourmets maravilhados pela alquimia utilizada na produção destes pratos exóticos. Os nomes dos pratos são tão exóticos quanto seu sabor, já que são de origem indígena.
Outros pratos típicos da região são
O Pará apresenta mais de uma centena de espécies comestíveis, são as denominadas frutas regionais, e em muitas vezes apresentando um exótico sabor para as suas sobremesas.
A seguir, algumas das frutas nativas paraenses:

[editar] Ver também

Referências

  1. IBGE (10 de outubro de 2002). Área territorial oficial. Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Página visitada em 22 de julho 2010.
  2. a b Estimativas do IBGE para 1º de julho de 2009. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (14 de agosto de 2009).
  3. Síntese dos Inidicadores Sociais 2009. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Página visitada em 22 de outubro de 2009.
  4. Ranking do IDH dos estados do Brasil em 2005. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) (15 de setembro de 2008). Página visitada em 17 de setembro de 2008.
  5. região metropolitana da Amazônia. Cidade com cerca de 1.424.124 de habitantes, (IBGE/2008).
  6. http://www.fflch.usp.br/dlcv/tupi/vocabulario.htm
  7. Portal R7. [http://noticias.r7.com/brasil/noticias/novos-estados-de-carajas-e-tapajos-devem-gerar-rombo-anual-de-r-2-bilhoes-a-uniao-20110620.html?question=0 Novos Estados de Carajás e Tapajós devem gerar rombo anual de R$ 2 bilhões à União]. Página visitada em 30 de outubro de 2011.
  8. Demografia
  9. [1]
  10. [2]
  11. [3]
  12. População residente no Brasil em 2009: Publicação completa. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (29 de agosto de 2008). Página visitada em 14 de agosto de 2008.
  13. http://download.globo.com/vestibular/enem2006_desempenhoregiaouf.doc
  14. http://download.uol.com.br/educacao/enem2007_mediasredacao.xls
  15. http://www.inep.gov.br/download/enem/2008/Enem2008_tabelas_01a101.xls

[editar] Ligações externas

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