O deputado Paulinho da Força se referiu ao colegiado, que pediu à Dilma a demissão do ministro enrolado e mentiroso, com um 'bando de velhos gagás'
Carlos Lupi, ministro do Trabalho e Emprego, depõe na Comissão de Fiscalização e Controle
(Sérgio Dutti)
A decisão da Comissão de Ética Pública, nesta quarta-feira, de recomendar à presidente Dilma Rousseff a demissão do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, parecer ter pego o PDT de surpresa. Aliviados com a sobrevida dada ao ministro no mês passado pelo Planalto - Dilma havia optado por demití-lo somente em janeiro,
durante a reforma ministerial -, os pedetistas não se conformaram com a
opinião do Conselho, que pode apressar a saída de Lupi. Sem defesa para
o enrolado ministro, a alternativa da sigla foi atacar os membros da
Comissão de Ética Pública da Presidência. O presidente da Força
Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), afirmou que o
colegiado é integrado por "gagás e velhinhos" que perseguem o ministro.Segundo Paulinho, como é conhecido o presidente da Força, o PDT vai aguardar a reação da presidente Dilma Rousseff para só então se pronunciar sobre a recomendação da Comissão de exonerar o ministro Lupi. "Esperamos que ela não ouça essa comissão de gagás. Essa é uma comissão de gagás, de velhinhos que ficam perseguindo o ministro Lupi. Vamos ver se a Dilma vai ouvir essa comissão de retardados", disse Paulinho. "Na verdade, essa comissão de ética sempre perseguiu o ministro Lupi", emendou. Para o presidente da Força, as denúncias não atingem diretamente o ministro.
No passado, Lupi já foi alvo de sanção da Comissão Ética, que o censurou por ocupar a presidência do PDT ao mesmo tempo em que assumiu o Ministério do Trabalho. O ministro acabou se licenciando da presidência do partido.
À exceção de Paulinho, os pedetistas evitaram na noite de quarta dar declarações sobre a situação do ministro Lupi. A cúpula do PDT estava disposta a aguardar a reação da presidente. "Precisamos ver se a presidente Dilma vai capitular e atender à recomendação da comissão", observou um pedetista histórico. A avaliação do partido era que a Comissão de Ética fez um ato de "insubordinação" ao Planalto ao propor a demissão de Lupi. Afinal, alegam os pedetistas, a presidente da República e integrantes da base aliada, incluindo parlamentares do PT, já se declararam considerar as denúncias contra o ministro inconsistentes.
Oposição - Para o líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), a recomendação da Comissão torna "absolutamente insustentável sua permanência na pasta". "O ministro não tinha qualquer condição de permanecer no cargo já há algum tempo. O que mais, além desse posicionamento da Comissão de Ética, a presidente Dilma está esperando? Isso só comprova que a faxina não existe. A presidente apenas reage e, nesse caso, perdeu o 'timing'", afirmou o tucano.
No Senado, o líder tucano, Álvaro Dias (PR), deixou de se surpreender com a notícia, lembrando que a comissão vinha sendo "generosa" com os ministros envolvidos em denúncias. "A manutenção do ministro representaria uma prevaricação, um ato de cumplicidade da presidente", criticou.
Entenda o caso - Reportagem de VEJA revelou que caciques do PDT comandados por Lupi transformaram os órgãos de controle da pasta em instrumento de extorsão. A situação do ministro piorou depois que ele mentiu em depoimento no Congresso Nacional sobre viagem ao Maranhão em 2009. O ministro negou que tenha viajado no King-Air providenciado por Adair Meira, presidente de organizações não-governamentais (ONGs) que tem contratos milionários com a pasta. Fotos e um vídeo desmentiram o ministro.
Na edição desta semana, VEJA mostrou que assessores do ministro cobravam propina em troca de liberação de registro sindical.
(com Agência Estado)
Assessores de Carlos Lupi pediam 1 milhão de reais por registro sindical
Reportagem em VEJA desta semana mostra que sindicalista ligado ao PT alertou o Palácio do Planalto sobre o esquema de extorsão na pasta há nove meses, mas nada foi feito
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, em audiência da Comissão de Assuntos Sociais do Senado Federal
(Dida Sampaio / AE)
Nas últimas semanas, o país conheceu a extensa lista de serviços
prestados pelo ministro do Trabalho, Carlos Lupi – não aos brasileiros,
mas ao seu partido, o PDT. A edição de VEJA que chega às bancas neste
sábado acrescenta à relação mais uma traficância em curso na pasta: um
esquema de extorsão envolvendo assessores de confiança do ministro que
cobram propina para emitir o registro sindical. O governo foi alertado
para o caso há nove meses por sindicalistas ligados ao PT, mas nada foi
feito a respeito.
Irmar Batista: registro negado por se recusar a pagar propina
Em fevereiro deste ano, Irmar enviou por e-mail uma carta para a presidente Dilma Rousseff e para o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho. No documento, ele narra o caso e pede providências. O Palácio do Planalto acusou o recebimento da carta em 9 de março, mas na semana passada a assessoria de imprensa da Presidência informou que não foi possível fazer nada. Por motivos técnicos: o trecho que narrava a denúncia, estranhamente, teria chegado cortado na mensagem recebida. Ouvidos por VEJA, todos os citados por Irmar Batista negaram o pedido de propina.
Em entrevista à reportagem, Irmar Batista contou em detalhes o pedido de propina. Confira a seguir duas das respostas publicadas por VEJA:
O senhor foi achacado no Ministério do Trabalho? No fim de 2008, fui a Brasília reclamar da demora para registrar o sindicato. Procurei o Medeiros (Luiz Antonio de Medeiros, então secretário de Relação do Trabalho), que me levou a uma sala ao lado e disse: "O que o Eudes acertar, está acertado". Então ficamos a sós com o Eudes Carneiro (assessor do ministério). Antes da reunião, o Eudes mandou a gente desligar os celulares. Sentamos à mesa e veio a proposta indecente: eles pediram 1 milhão de reais para liberar o registro do sindicato.
O senhor fala em esquema, o que sugere que seu caso não foi o único. Vários sindicatos foram extorquidos, mas o pessoal tem medo de aparecer. Há outros sindicatos que também foram vítimas disso que aceitaram pagar propina.
Escândalo no Trabalho
Dilma ainda não recebeu ofício que pede saída de Lupi
Comissão de Ética Pública da Presidência recomendou a exoneração do ministro. Presidente só tomará uma decisão após ter o documento em mãos
O ministro do trabalho, Carlos Lupi
(Evaristo SA/AFP )
O Palácio do Planalto informou que a presidente Dilma Rousseff ainda
não recebeu o ofício encaminhado pela Comissão de Ética da Presidência
da República, com a recomendação de exoneração do ministro do Trabalho, Carlos Lupi.
De acordo com o Planalto, a presidente só vai decidir sobre o assunto
depois de receber o documento. As informações são da Agência Brasil.
A Comissão de Ética Pública decidiu, por unanimidade, nesta
quarta-feira, encaminhar à presidente Dilma Rousseff um pedido de
exoneração de Carlos Lupi. De acordo com o presidente do grupo,
Sepúlveda Pertence, a defesa apresentada pelo ministro sobre
irregularidades em convênios na pasta não foi convincente.
“As explicações não foram satisfatórias ao juízo da comissão”, disse
Pertence. “Houve uma resposta inconveniente para um ministro de estado”.
Pertence disse que o documento com o pedido de demissão já foi
encaminhado à Presidência e a palavra final é de Dilma Rousseff. A
comissão também aplicou uma advertência ética ao ministro.
Por meio de sua assessoria, Lupi informou que não se manifestará sobre o assunto enquanto não souber o teor da decisão.
A situação do ministro piorou depois que ele mentiu em depoimento no
Congresso Nacional sobre viagem ao Maranhão em 2009. O ministro negou
que tenha viajado no King-Air providenciado por Adair Meira, presidente
de organizações não-governamentais (ONGs) que tem contratos milionários
com a pasta. Fotos e um vídeo desmentiram o ministro.
Caso - Reportagem de VEJA revelou que caciques do PDT comandados por Lupi transformaram os órgãos de controle da pasta em instrumento de extorsão. A situação do ministro piorou depois que ele mentiu em depoimento no Congresso Nacional sobre viagem ao Maranhão em 2009. O ministro negou que tenha viajado no King-Air providenciado por Adair Meira, presidente de organizações não-governamentais (ONGs) que tem contratos milionários com a pasta. Fotos e um vídeo desmentiram o ministro.
Na edição desta semana, VEJA mostrou que assessores do ministro cobravam propina em troca de liberação de registro sindical.
Caso - Reportagem de VEJA revelou que caciques do PDT comandados por Lupi transformaram os órgãos de controle da pasta em instrumento de extorsão. A situação do ministro piorou depois que ele mentiu em depoimento no Congresso Nacional sobre viagem ao Maranhão em 2009. O ministro negou que tenha viajado no King-Air providenciado por Adair Meira, presidente de organizações não-governamentais (ONGs) que tem contratos milionários com a pasta. Fotos e um vídeo desmentiram o ministro.
Na edição desta semana, VEJA mostrou que assessores do ministro cobravam propina em troca de liberação de registro sindical.
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