Lucas Marchesini Do Contas Abertas |
O
Índice de Percepção da Corrupção (IPC) de 2011 mostra resultado já
esperado diante das diversas manifestações anticorrupção que aconteceram
durante o ano. O Brasil ficou na 73º posição entre 183 países. Após
dois anos de ascensão contínua, o Brasil caiu no ranking da
Transparência Internacional que mede a percepção de corrupção. No ano
passado, o país ocupou a 69ª posição. A entrada de novos países no
ranking, como Santa Lúcia, Bahamas e São Vicente e Granadinas, que
ficaram na frente do Brasil, alterou a listagem.
No entanto, a mudança de
posição no ranking não representa aumento da percepção de corrupção no
país. A nota atribuída ao Brasil ficou praticamente estável: era de 3,7
pontos em 2010 e está agora em 3,8 pontos. Em 2009, a nota foi igual a
do ano passado.
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O levantamento realizado
pela ONG Transparência Internacional (TI) classifica os países com
pontuações entre 0 (muito corrupto) e 10 (sem corrupção). A TI destaca
que a comparação do desempenho entre as diversas edições dos índices não
é aconselhável, pois ele é feito a partir de outras 17 pesquisas, cada
uma com metodologia própria. É possível analisar o levantamento de 2010
nesse link (clique aqui).
Em 2011, dois terços dos
países analisados ficaram abaixo de 5,0. Em último lugar, com 1,0 ponto,
estão a Somália e a Coréia do Norte, que pela primeira vez está no
índice. Já na ponta superior está a Nova Zelândia (9,5), a Dinamarca e a
Finlândia (9,4).
Nas Américas, o campeão é
o Canadá (8,7) e o país lanterna é o Haiti (1,8). O Brasil está em 13º
no ranking regional, atrás de países como Cuba (4,2) e a pequena ilha
caribenha da Dominica (5,2). É importante ressaltar que como a corrupção
é ato ilegal, é difícil medi-lo de forma precisa e por isso o IPC foca
em como ela é percebida pela população de cada país.
Para a ONG responsável
pelo índice, as diversas manifestações que ocorrem pelo mundo pedindo
abertura política ou justiça social são sinais de que os líderes
nacionais e as instituições não são transparentes e responsáveis o
suficiente.
“Esse ano, vimos tanto
ricos como pobres reclamarem contra a corrupção”, afirma Huguette
Labelle, diretora da TI. Ela destacou ainda que diante das manifestações
da primavera árabe e da crise da dívida na Europa, os líderes devem
encontrar formas de atender ao anseio da população e governar melhor.
Manifestações tupiniquins
Este ano, milhares de
pessoas foram às ruas protestar contra a corrupção. Diante do fato, o
Contas Abertas conversou com o cientista político da Universidade de
Brasília (UnB), David Fleischer. Para ele, as manifestações sociais
contra a corrupção mostram que a população está mais atenta para o
assunto. Porém, o Brasil ainda possui um grande problema nesse sentido.
“O nosso judiciário é disfuncional. Os atos de corrupção aparecem, mas
ninguém é indiciado ou condenado”, afirma.
Na visão do professor, o
Brasil precisa modificar a legislação, principalmente do código penal.
Apesar disso, Fleischer ressalta a postura da presidente Dilma Rousseff
para com os escândalos de corrupção na Esplanada dos Ministérios.
“Enquanto Lula e Fernando
Henrique não olhavam para estes assuntos, Dilma não os tem tolerado. A
presidente está tentando aprimorar a austeridade no seu governo, o que
não combina com vazamentos e denúncias de irregularidades. A estratégia
de Dilma diante dessas situações é muito interessante”, conclui.
Confira aqui a lista completa
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quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
#CORRUPÇÃO : Brasil é o 73º em ranking de percepção da corrupção
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