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domingo, 6 de novembro de 2011

#SUS PanAmericano disfarçou doações para Lula da Silva em 2006



  • Partido contabilizou regularmente o dinheiro, que ajudou a pagar dívidas da campanha da reeleição




  • O ex-presidente Lula da Silva: mais rolos

    FLÁVIO FERREIRA / JULIO WIZIACK / TONI SCIARRETTA
    DA FOLHA DE S. PAULO

    O banco PanAmericano doou R$ 500 mil para a campanha da reeleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2006, e usou empresas de dirigentes da instituição financeira para disfarçar a origem das contribuições.

    As doações foram feitas em dezembro de 2006, quase um mês depois do encerramento da campanha. Lula já estava reeleito, mas o PT saíra da eleição com dívidas de quase R$ 10 milhões.

    As contribuições foram contabilizadas regularmente pelo partido, mas só quem conhecesse a identidade dos proprietários das empresas que fizeram essas doações teria condições de associá-las ao PanAmericano na época.

    Segundo um relatório feito por auditores que examinaram os livros do banco no início deste ano, sete empresas foram usadas para repassar recursos da administradora de cartões de crédito do PanAmericano para o PT.

    As doações foram todas feitas no mesmo dia, com o depósito de quatro cheques de R$ 65 mil e três no valor de R$ 80 mil numa conta mantida pelo Diretório Nacional do partido no Banco do Brasil.

    A operação só foi descoberta em março deste ano, depois que o banco BTG Pactual assumiu o controle do PanAmericano e seus auditores começaram a analisar o que os antigos proprietários tinham feito na instituição.

    Braço financeiro do grupo Silvio Santos, o PanAmericano vivia uma situação confortável em 2006, e ninguém havia detectado ainda os problemas que mais tarde obrigaram Silvio a vender suas ações para o BTG Pactual.

    A Polícia Federal está investigando desde o começo do ano fraudes que teriam sido cometidas pelos antigos dirigentes do PanAmericano, que seriam responsáveis por um rombo de R$ 4,3 bilhões na contabilidade do banco.
    Em outubro, a PF abriu mais um inquérito para investigar suspeitas de ocorrência de crimes eleitorais.

    Segundo os auditores do BTG Pactual, as doações feitas em 2006 foram acertadas em novembro, quando um assessor do tesoureiro da campanha de Lula, José de Filippi Júnior, escreveu para o diretor de tecnologia do PanAmericano, Roberto José Rigotto de Gouvêa, para dar o número da conta da campanha.

    O banco fez outras contribuições às claras em 2006, registrando em seu nome e no de outras empresas do grupo R$ 770 mil em doações para políticos de vários partidos.

    Além de Lula, o único petista que teve ajuda do PanAmericano foi Aloizio Mercadante, que disputou o governo de SP e recebeu R$ 100 mil diretamente do banco.

    Peemedebistas como o hoje vice-presidente Michel Temer (R$ 50 mil), então candidato a deputado, também receberam doações diretas.
    Políticos do PSDB foram destinatários de um total de R$ 110 mil, entre eles o ex-ministro Paulo Renato (R$ 50 mil), morto em junho.

    As doações obtidas pela campanha de Lula foram as únicas feitas pelas empresas controladas pelos executivos do PanAmericano, como o ex-presidente do banco Rafael Palladino e o ex-diretor financeiro Wilson Roberto de Aro, apontados pela polícia como principais responsáveis pelas irregularidades ocorridas na instituição.

    Os auditores escreveram que o objetivo do grupo era ajudar os petistas "de forma disfarçada", recomendaram transparência e sugeriram que as doações fossem reportadas aos órgãos reguladores.





PF apura 'desvio' do PanAmericano para empresa em Miami

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DE SÃO PAULO
Hoje na FolhaQuatro meses antes de estourar o escândalo do PanAmericano, uma das empresas de Rafael Palladino, ex-presidente do banco, aprovou um aporte de US$ 2 milhões em outra companhia situada em Miami (EUA).
Existe a suspeita de que esses recursos teriam saído do PanAmericano por meio de uma complicada rede de empresas e consultorias que tem Palladino como um dos principais acionistas, informa reportagem de Julio Wiziack, Toni Sciarretta e Flávio Ferreira publicada na edição desta sexta-feira da Folha.
A íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL (empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).
PF desiste de indiciar Deloitte em caso do PanAmericano
PF indicia ex-presidente do PanAmericano
PF indicia ex-presidente do grupo Silvio Santos
A PF já rastreou o pagamento de, pelo menos, R$ 1,27 milhão feito a uma dessas empresas de Palladino, a Max Control Evento e Promoções. Esta empresa é acionista da Max America Negócios Imobiliários Ltda, que aprovou o envio de recursos para uma suposta subsidiária nos Estados Unidos.
O investimento no exterior foi aprovado por unanimidade pelos sócios, em maio de 2010. A remessa dos recursos seria destinada à Max America of Florida LLC, uma empresa que, de acordo com a legislação dos EUA, mantém a identidade dos sócios protegida e cujos benefícios fiscais se equiparam ao de um paraíso fiscal.
Reportagem de ontem de "O Estado de S. Paulo" revelou que a PF também detectou pagamentos realizados pela PanAmericano Administradora de Cartões Ltda a Boafonte Consultoria em Negócios Ltda e a Focus Consultoria Financeira Ltda. A Boafonte é de Maurício Bonafonte dos Santos (ex-diretor de operações da PanAmericano Seguros). A Focus pertence a Wilson De Aro (ex-diretor financeiro).
No total, os pagamentos somaram R$ 2,9 milhões e foram efetuados em dinheiro. Segundo a PF, eles foram lançados na contabilidade como "contas a receber", sem que houvesse apresentação de contrato de prestação de serviço ou outra justificativa no lançamento dessas despesas.
A Folha apurou que o aporte de US$ 2 milhões no exterior é só um dos indícios que a PF possui de movimentações feitas por empresas de ex-diretores do PanAmericano que podem ter feitas com recursos desviados do banco.
Os advogados de Palladino e De Aro não responderam até o fechamento da edição.

Alex Argozino/Editoria de Arte/Folhapress
Leia mais na edição da Folha desta sexta-feira.

PF indicia ex-presidente do PanAmericano por crimes financeiros

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FLÁVIO FERREIRA
DE SÃO PAULO
O ex-presidente do banco PanAmericano Rafael Palladino foi indiciado nesta tarde pela PF (Polícia Federal) sob a acusação de ter cometidos seis diferentes tipos de crimes financeiros durante a gestão que supostamente levou a um rombo de R$ 4,3 bilhões na instituição financeira.
Entre os delitos atribuídos a Palladino estão gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
Ele foi convocado para prestar depoimento hoje mas se recusou a responder às perguntas feitas no interrogatório, por orientação de seus advogados.
Ao deixar o prédio da instituição ele negou ter cometido os crimes. "Eu trabalhei por 22 anos no grupo Sílvio Santos, minha atitude sempre foi ilibada e nunca houve nada que me desabonasse. Estou sendo vítima de um linchamento público."
"Quando eu estiver à disposição para falar eu vou chamar vocês e vou explicar tudo o que realmente aconteceu. Não estou fugindo, nunca fugi de ninguém. Queriam que eu entrasse [na PF] pela porta de trás, mas eu nunca na minha vida entrei ou saí pela porta de trás, em lugar nenhum. É por isso que entrei e saí hoje pela porta da frente", disse.
Indagado sobre a acusação de ter colaborado para um rombo de R$ 4,3 bilhões no banco, Palladino disse: "Em primeiro lugar a gente põe em dúvida o rombo. Deixa chegar a hora e quando eu puder falar vamos chamar vocês."
A advogada de Palladino, Elisabeth Queijo, disse que o cliente dela recusou-se a responder ao interrogatório "não porque ele não tenha o que dizer, ele tem muito a dizer. Mas ele vai falar perante uma autoridade imparcial, em juízo".
A advogada criticou a condução do caso pela PF. Segundo ela, o ex-presidente do PanAmericano "não foi ouvido durante todo o transcurso do inquérito e hoje foi chamado para um indiciamento sobre o qual não tivemos sequer ciência dos fundamentos lançados nos autos".

Gabo Morales/Folhapress
O ex-presidente do banco Panamericano Rafael Palladino ao chegar para depor na sede da Policia Federal, na zona oeste da capital paulista
O ex-presidente do banco Panamericano Rafael Palladino ao chegar para depor na sede da Policia Federal
INVESTIGAÇÕES
As investigações finais sobre as fraudes no PanAmericano levaram a Polícia Federal a apontar, além de Palladino, outros seis executivos como os autores dos crimes que provocaram o rombo de R$ 4,3 bilhões no banco. Nesta semana, a PF deverá concluir os indiciamentos dos sete dirigentes.
Além de Palladino, serão Intimados a depor nos próximos dias, Luiz Sandoval, ex-presidente do grupo Silvio Santos, e Luiz Augusto Teixeira de Carvalho Bruno, ex-diretor jurídico. Eles deverão deixar o prédio da PF em São Paulo já oficialmente acusados.
Na semana passada, foram indiciados Wilson Roberto De Aro, ex-diretor financeiro --apontado como um dos mentores do esquema--, e Adalberto Saviolli, ex-diretor de crédito e cobrança.
Marcos Augusto Monteiro, responsável pela contabilidade do banco, e Eduardo de Ávila Pinto Coelho, ex-diretor de tecnologia, compõem ainda o quadro de acusados da fase final do inquérito.
Na lista de acusados também está o mecânico Alexandre Toros, suposto "laranja" de Palladino nas fraudes.
Com reportagem de JULIO WIZIACK e TONI SCIARRETTA


gilberto dimenstein

24/10/2011 - 09h36

Como a ladroagem mata uma boa ideia

Todos estão falando do desvio de recursos do Ministério dos Esportes. Mas o que me incomoda, ainda mais do que o dinheiro desviado, é como a ladroagem mata uma boa ideia, capaz de ajudar quem tem pouco ou nada.

E o Segundo Tempo, programa que serviu de base para gatunagem, é uma boa ideia.

Sempre defendi que o processo educativo deveria deixar os estudantes mais tempo na escola e usando todos os espaços possíveis da comunidade. Sabemos que em comunidades pobres a violência é provocada também pela falta de lazer. Vemos, em várias partes do mundo, como o esporte serve para ajudar a paz em bairros conflagrados.

Gosto ainda mais da ideia da escola servir como articuladora de espaços na comunidade. Quando tanto se fala em aumentar o horário escolar, o esporte é mais uma das atividades possíveis.

Como a escola não tem condições de administrar todo esse processo, o óbvio é chamar entidades comunitárias.

A corrupção trouxe desconfiança sobre todo o programa, atingindo os mais pobres. Esse é o pior preço de todo esse caso de corrupção --e isso não preço.



LAST







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