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quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Líder do PMDB diz que Dilma aceitou Mendes Ribeiro para Agricultura



17 de agosto de 2011 23h01 atualizado em 18 de agosto de 2011 às 00h27


Luciana Cobucci
Direto de Brasília

O líder do governo no Congresso, deputado Mendes Ribeiro (PMDB-RS), foi indicado pelo partido para substituir o ex-ministro Wagner Rossi no Ministério da Agricultura, que pediu demissão nesta quarta-feira, e a presidente Dilma Rousseff já teria aceitado a indicação. A informação foi postada no começo da madrugada desta quinta-feira no Twitter pelo líder do PMDB na Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves. "O vice-presidente Michel Temer submeteu o nome de Mendes à presidente Dilma, que aprovou a escolha", escreveu. "A indicação foi levada agora há pouco ao vice-presidente Temer, no Palácio do Jaburu". A principal atribuição de Mendes é negociar a votação do Orçamento Geral da União nas duas casas.

O quarto ministro a deixar o governo Dilma, Rossi pediu demissão do cargo nesta quarta-feira, após uma série de denúncias de irregularidades na pasta que, nesta semana, o atingiu diretamente. Em sua carta de demissão, divulgada na página do ministério, ele argumentou que sua família pediu que ele se afastasse do governo e "deixasse essa minha luta estoica, mas inglória contra forças muito maiores do que eu possa ter".

Anteriormente, um líder governista havia dito que Mendes era o mais cotado para assumir a Agricultura "porque o outro deputado que disputa a indicação do partido é muito fraco".

Mendes teve atuação destacada na votação do novo Código Florestal na Câmara dos Deputados e tem proximidade política com a presidente, que o escolheu para o cargo de líder no Congresso. A decisão de Rossi foi tomada no final desta tarde, quando ele procurou Temer, seu padrinho político, para dizer que apresentaria sua demissão a Dilma. Segundo Temer, a presidente "insistiu muitíssimo" para que Rossi permanecesse.

Em nota, Dilma lamentou a saída do ministro e o fato de Rossi não ter "contado com o princípio da presunção da inocência diante das denúncias contra ele desferidas". Em pouco mais de sete meses de governo, Rossi é o quarto ministro de Dilma a pedir demissão. Antonio Palocci deixou a chefia da Casa Civil e Alfredo Nascimento saiu do Ministério dos Transportes, também em meio a denúncias. Neste mês, Nelson Jobim pediu demissão do Ministério da Defesa após divulgação de uma entrevista em que ele teria criticado colegas de governo.

A queda do ministro da Agricultura
Em decisão que surpreendeu a própria presidente Dilma Rousseff, o ministro da Agricultura, Wagner Rossi (PMDB), pediu demissão no dia 17 de agosto de 2011, após uma série de denúncias contra sua pasta e órgãos ligados a ela. Em sua nota de despedida, ele alegou que deixava o cargo a pedido da família e afirmou que todas as acusações são falsas, tendo objetivos políticos como a destituição da aliança de apoio à presidente e ao vice, Michel Temer.

A revista Veja publicou, no final de julho, denúncias do ex-diretor financeiro da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) Oscar Jucá Neto de que um consórcio entre o PMDB e o PTB controlaria o Ministério da Agricultura para arrecadar dinheiro. O denunciante é irmão do senador Romero Jucá, líder do governo no Senado, e foi exonerado após denúncia da própria revista de que teria autorizado o pagamento de R$ 8 milhões a uma empresa "fantasma". Outra reportagem afirmou que um lobista, Júlio Froés, atuaria dentro da pasta preparando editais, analisaria processos de licitação e cuidaria dos interesses de empresas que concorriam a verbas. Segundo a revista, o homem teria ligações com Rossi e com o então secretário-executivo do ministério, Milton Ortolan. Ambos negaram envolvimento, mas Ortolan pediu demissão em 6 agosto. Em seu lugar foi escolhido o assessor especial do ministro José Gerardo Fontelles, que acabou assumindo o lugar do próprio Rossi interinamente.

No dia 16 de agosto, o Correio Braziliense publicou reportagem que afirmava que Rossi e um filho sempre são vistos embarcando em um jato da empresa Ourofino Agronegócios. Conforme a publicação, o faturamento da Ourofino cresceu 81% depois que a empresa foi incluída como fornecedora de vacinas para a campanha contra a febre aftosa. O ministro admitiu que pegou "carona" algumas vezes na aeronave, mas negou favorecimento à empresa e disse que o processo para a companhia produzir o medicamento teve início em 2006, antes de ir para o ministério. Contudo, a Comissão de Ética da Presidência anunciou que iria analisar a denúncia. Por fim, no dia em que Rossi decidiu pedir demissão, o ex-chefe da comissão de licitação da pasta Israel Leonardo Batista afirmou, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, que Fróes lhe entregou um envelope com dinheiro depois da assinatura de contrato milionário da pasta com uma empresa que o lobista representava. A Polícia Federal instaurou um inquérito para tratar o caso.

Com informações da Reuters.


Rossi, 4º ministro a cair, afirma que há complô contra a aliança PT-PMDB

Titular da Agricultura não resiste a denúncias e deixa cargo; em carta a Dilma, peemedebista vê ‘campanha indecente' e alega que familiares e amigos foram expostos de forma indevida

17 de agosto de 2011 | 23h 40

João Domingos, de O Estado de S.Paulo

BRASÍLIA - Pressionado por denúncias de corrupção, tráfico de influência e desvio ético, o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, pediu demissão na quarta-feira, 17. Afilhado do vice-presidente Michel Temer (PMDB), Rossi havia sido blindado no cargo em troca de uma faxina nos postos abaixo, quase todos ocupados por protegidos seus ou parentes de políticos amigos. Nem assim, no entanto, conseguiu se manter. Na carta de demissão, Rossi reclamou de ataques à sua família e atribuiu as denúncias à disputa política.

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Ele é o quarto ministro da presidente Dilma Rousseff a cair num prazo de dois meses e dez dias. A primeira queda foi de Antonio Palocci (Casa Civil) na esteira de denúncias de suposto enriquecimento ilícito e aumento do patrimônio em 20 vezes, Em seguida, Alfredo Nascimento (Transportes) não resistiu às denúncias de corrupção na pasta. O outro foi Nelson Jobim (Defesa), obrigado a se afastar após ter criticado ministras do PT.

"Finalmente começam a atacar inocentes, sejam amigos meus, sejam familiares. Todos me estimularam a continuar sendo o primeiro ministro a, com destemor e armado apenas da verdade, enfrentar essa campanha indecente voltada apenas para objetivos políticos, em especial a destituição da aliança de apoio à presidenta Dilma e ao vice-presidente Michel Temer, passando pelas eleições de São Paulo onde, já perceberam, não mais poderão colocar o PMDB a reboque de seu desígnios", escreveu Rossi na carta.

O empurrão final para que o ministro da Agricultura entregasse o cargo foi dado nos últimos dois dias, com a notícia, publicada no Correio Braziliense segundo a qual ele e familiares utilizavam um jatinho da empresa Ourofino, que tem negócios com o Ministério da Agricultura. Antes, reportagem da revista Veja mostrara o lobista Júlio Fróes, amigo da cúpula da pasta, atuando nas licitações.

Questionado, Rossi negou que as viagens seriam antiéticas. Mas o caso se enquadra no Código de Ética e Conduta dos Servidores Públicos. De acordo com informações de bastidores do Palácio do Planalto, o vice Michel Temer entendeu que não dava mais para segurar o afilhado, amigo de 30 anos e ex-cunhado. A saída de Rossi, em meio a tantas denúncias, já vinha sendo entendida pelos peemedebistas como fato consumado.

Trajetória. Rossi estava no governo desde 2007. Primeiro, com a ajuda de Temer, que é presidente licenciado do PMDB, assumiu a presidência da Companhia Brasileira de Abastecimento (Conab). Em abril de 2010, substituiu Reinhold Stephanes no Ministério da Agricultura. O titular afastou-se para buscar a reeleição de deputado federal pelo Paraná. Em dezembro Dilma atendeu ao pedido de seu vice e confirmou a permanência de Rossi à frente da Agricultura.


Os problemas ocorridos na pasta, no entanto, vinham paralisando um dos setores mais importantes do País, num momento de crise mundial.

Em vez de enfrentar gargalos dos portos para a exportação de commodities e de buscar novas formas de produzir mais alimentos, por exemplo, o ministério viu-se envolvido num debate sem fim sobre corrupção, tráfico de influência, loteamento político e desvios éticos.

Inocência. Na carta encaminhada à presidente, Wagner Rossi disse ser inocente de todas as denúncias feitas contra ele. Defendeu a própria imagem, dizendo que conseguiu "importantes conquistas" para o setor. Elogiou ainda o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente Dilma Rousseff.

Segundo Wagner Rossi, nos últimos 30 dias ele enfrentou uma saraivada de acusações, que considera falsas.

"Sem qualquer prova, nenhuma delas indicando um só ato meu que pudesse ser acoimado de ilegal ou impróprio no trato com a coisa pública".

Disse que respondeu a cada acusação, "com documentos comprobatórios que a imprensa solenemente ignorou".



"Usaram para me acusar, sem qualquer prova, pessoas a quem tive de afastar de suas funções por atos irregulares ou insinuações de que tinham atuado com interesses menos republicanos nas funções ocupadas", afirmou ele, numa referência ao ex-diretor financeiro da Conab Oscar Jucá Neto, e o ex-chefe de licitações do Ministério da Agricultura, Israel Leonardo Batista. Os dois acusaram Wagner Rossi de corrupção.



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