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quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Fundação Padre Anchieta pagou R$ 8,7 mi a firma suspeita



  • 17 de agosto de 2011 |
  • 23h03 |

A Fundação Padre Anchieta, mantida pelo governo de São Paulo, pagou R$ 8,7 milhões a uma das empresas acusadas pelo Ministério Público Federal (MPF) de desvio de dinheiro no Ministério do Turismo. A Luaxe Produções e Eventos Comerciais, cujo dono foi preso na operação Voucher, da Polícia Federal, é firma de fachada.

A fundação, que operou a TV Assembleia de novembro de 2008 a fevereiro de 2011 – período em o Legislativo pagou à Padre Anchieta R$ 45 milhões – afirma que desembolsou o dinheiro para aluguel de “todos os equipamentos necessários à operação da TV Assembleia”. O desembolso milionário foi feito em 19 meses, entre junho 2009 e fevereiro de 2011. Funcionários da TV disseram nunca ter visto a empresa no Legislativo.

A Luaxe foi uma das cinco empresas contratadas pelo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável (Ibrasi), pivô do escândalo no Turismo. Segundo o MPF, “nada do que o Ibrasi alega ter gastado (com a Luaxe) possui comprovação e, ainda que tivesse, estaria com valor muito acima do mercado, evidenciando mais uma vez a fraude”. A Procuradoria diz ainda que “as três notas fiscais apresentadas pela Luaxe estão com a numeração borrada, havendo dúvida quanto à sua idoneidade”.

A Luaxe fica em uma sala de um prédio comercial de Moema. Seu dono, José Carlos Silva Júnior, disse à Polícia Federal, que a empresa tem apenas dois funcionários: ele e uma secretária. A Luaxe não tem site na internet e o telefone fixo da empresa redireciona as chamadas ao celular de Júnior. Um vizinho da empresa disse que, nos dois anos e meio em que a produtora está no prédio, nunca viu algum equipamento de áudio ou vídeo entrar ou sair da sala.

Mais suspeitas
No fim de 2010, a Luaxe participou de uma licitação da Assembleia suspeita de fraude. A empresa foi desclassificada da concorrência que selecionava a produtora que ia digitalizar o acervo da TV Assembleia a um custo de R$ 7,6 milhões. Em junho, o JT revelou que três funcionários afirmam que as outras duas empresas que participaram da concorrência – Rentalcine e América Produções –, que atualmente prestam serviços à TV do Legislativo, são do mesmo dono.

Detido pela PF
À época em que essa licitação foi feita, o diretor da TV Assembleia era o jornalista Alberto Luchetti, também preso pela PF na operação Voucher. Ele foi detido porque uma empresa sua participou de licitação do Ibrasi, mas foi liberado posteriormente.

Outro lado
Fundação Padre Anchieta afirma, via assessoria, que desde fevereiro não tem mais contrato com a Luaxe. A fundação sustenta que não cabe a ela “fazer qualquer tipo de investigação”, mas “contribuir para que os esclarecimentos necessários sejam dados”.

José Carlos Júnior, proprietário da Luaxe, afirmou que subcontratou empresas para prestar os serviços no Amapá, mas desligou o telefone antes que a reportagem pudesse questioná-lo sobre os contratos com a Fundação Padre Anchieta, e não atendeu mais às ligações.

O jornalista Alberto Lucchetti, ex-diretor da TV Assembleia na época em que a Luaxe foi contratada, não atendeu os telefonemas do JT nem retornou os recados em seu celular.

Procurada via assessoria de imprensa, a Assembleia Legislativa não se manifestou sobre o assunto.

Fernando Gallo







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