O ex-primeiro-ministro turco Necmettin Erbakan, principal líder do islamismo político da Turquia no século XX, morreu neste domingo (27/02) em um hospital em Ancara, justo um dia antes de se completar 14 anos do golpe de Estado que o tirou do poder.
A imprensa turca informou que o ex-líder, de 84 anos, estava internado desde o mês passado em um hospital da capital turca.
Chefe de governo entre 1996 e 1997, Erbakan liderava atualmente o Partido da Felicidade (SP), maior formação islâmica na Turquia.
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O atual primeiro-ministro, Recep Tayyip Erdogan, do Partido da Justiça e o Desenvolvimento (AKP), foi um de seus discípulos, mas, após a derrocada de Erbakan, abriram-se brechas dentro do movimento islâmico. Erdogan e outros dissidente fundaram o AKP, mais moderado e inspirado nos partidos democratas-cristãos europeus.
As posturas islâmicas de Erbakan sempre o mantiveram na mira dos militares, considerados os fiadores da defesa dos princípios laicos instaurados na década de 1920 pelo fundador do moderno Estado turco, Mustafa Kemal Atatürk.
Durante o governo de Erbakan (1996-1997), a Turquia aprofundou relações diplomáticas com o Irã e a Líbia de Muammar Kadafi. Sua política externa, linguagem antilaica e políticas pró-islâmicas despertaram feroz oposição das elites laicas, o que culminaria no golpe de Estado de 1997.
Erbakan tinha inúmeros simpatizantes entre a comunidade turca que vive na Alemanha, por meio da associação ultraconservadora Milli Gorüs (Visão Nacional).Sphere: Related Content
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