
RIO - Moradores de áreas atingidas pela enxurrada que devastou o Vale do Cuiabá, em Itaipava, distrito de Petrópolis, na madrugada do dia 12, poderiam ter sido alertados sobre o perigo com cerca de duas horas de antecedência, se 19 estações meteorológicas (uma delas em Itaipava) —que chegaram a funcionar em caráter de teste em Petrópolis — estivessem funcionando.
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O sistema de monitoramento começou a ser implantado em 2006, foi ampliado em 2009 e funcionou por quase quatro anos em caráter experimental, tendo como base a sede do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC). Devido à indefinição sobre a renovação de um convênio entre o LNCC, o Ministério de Ciência e Tecnologia e a prefeitura de Petrópolis, para manter o sistema, que custava R$ 900 mil por ano, o serviço foi suspenso no segundo semestre de 2010.
— Temos em diferentes pontos do município de Petrópolis 19 estações hidrológicas e pluviômetros e três estações meteorológicas. Com este sistema funcionando, os dados desses equipamentos são monitorados 24 horas por dia, 365 dias por ano, por meteorologistas e geólogos. Todos os dias, em dois horários, um balão que carrega uma sonda com sensores é lançado do aeroporto do Galeão. Por volta de 23h, as informações meteorológicas colhidas por esses equipamento já estariam disponíveis no sistema e certamente seriam observadas por nossos meteorologistas, que emitiriam o alerta para a Defesa Civil municipal. Isso não evitaria as perdas materiais, mas poderia preservar algumas vidas — explica o diretor do LNCC, Pedro Dias.
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Prefeito diz que cidade não podia arcar com os custos do sistema
O prefeito Paulo Mustrangi explicou que o convênio foi firmado no governo anterior, e afirma que a prefeitura desconhecia o fato de que teria que assumir o custo para manutenção do sistema.
— Com o orçamento que temos, a prefeitura não tem condições de assumir sozinha essa despesa. Fomos informados sobre isso em outubro e não havia como pagamos essa conta. Entramos em contato com o Ministério da Ciência ae Tecnologia e realizamos reuniões com o LNCC. Ficou acertado que essa questão seria resolvida no início do ano, mas não houve tempo. Nossa cidade foi atingida por essa tragédia antes.
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As estações meteorológicas têm sensores que medem temperatura, vento e umidade do ar. Pluviômetros e linígrafos medem o nível do rio. Os dados são passados a uma central no LNCC, onde meteorologistas fazem o monitoramento.
A FAB disponibiliza desde quarta-feira três Estações Meteorológicas Táticas, que captam em tempo real informações climáticas. Os equipamentos de última geração, embora não sirvam para fazer previsões meteorológicas, contribuem para maior segurança das operações e dinamizam a movimentação de helicópteros das Forças Armadas, da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros em Itaipava, Teresópolis e Nova Friburgo.
GABEIRA: A Copa do Mundo e a região serrana
No momento em que região serrana ainda luta contra a tragédia, já começaram os levantamentos de prejuizo e os clamores por um plano de reconstrucão. O governo, segundo o Secretário de Desenvolvimento, Júlio Bueno ainda levará alguns dias para cruzar os dados sobre a indústria, agricultura e turismo. Existe o setor metal-mecânico em Friburgo com grande capacidade exportadora.
O estado vai abrir linhas de crédito para empresas E acha que a Caixa Econômica vai atender aos individuos.Vamos esperar a poeira baixar, para examinar todos os projetos e seu desdobramento prático.
A pergunta de agora é esta: a Copa do Mundo ajuda à reconstrução ou rivaliza com ela na atração de investimento? É uma dúvida para mim que sempre defendi que a Copa trouxesse benefícios para todo o estado. Aliás esta é a premissa do Plano Nacional de Turismo: interiorizar os destinos, diversificá-los e torná-los mais capazes de absorver mão de obra.
Apontei, no fim do ano, algumas saídas para a região serrana se integrar. Uma delas é a reconstrução de uma estrada de ferro, feita pelo Barão de Mauá, que liga o Rio a Petrópolis. Faltam apenas seis quiômetros e R$50 milhões. A estrada foi desativada pelo governo militar, para evitar movimentos grevistas dos ferroviários. É uma lástima perder tanto dinheiro e também o próprio impulso empresarial do Visconde Mauá. Com a estrada funcionando, da estação do Rio até a Rua Teresa, em Petrópolis, o turismo na serra seria intensificado na Copa. E algumas delegações poderiam se instalar na area, com a garantia de estar no Rio em 40 minutos, sem engarrafamento.
Outra saída que apontei, era a reconstrução de um porto na estação de Magé. No século passado, as pessoas vinham de barco e, em seguida, tinham uma opção também ferroviária para a subida da serra.
Vou visitar esses lugares e mostrá-los com calma, no fim da semana. A realização da Copa no Rio e a reconstrução da região serrana precisam estar articuladas. Acho a única saída ,porque o governo não vai desistir da Copa. O ideal é pressioná-lo para coordenar as tarefas.
19/01/2011 - 19:35 Enviado por: José Bispo dos Santos
Gabeira, use o seu prestígio e informe-se com parlamentares sérios( Deus seja Louvado que ainda exista) de outros Países que tenham sediado uma Copa do Mundo recentemente (30 anos) . Converse com eles sobre o “retorno” (não o da FIFA que tem interesse) aos seus Países. Peçam pra contar-lhe sobre o prejuízo financeiro e de baixa estima (exceto Alemanha que venceu) do seu povo. Imagine o Brasil GASTAR BILHÕES e perder a Copa, como já aconteceu, “traumatizante” até hoje, 60 anos! Para empregar mão de obra, existem centenas de bons hospitais a serem construídos, centenas de boas escolas do Fundamental ao 2ºgrau e milhões de casas decentes áqueles que “nunca” terão oportunidade de morar decentemente, sem riscos, com proteção de alvenaría e laje, com água e esgoto. Adeus Copa dos 10 bilhões, por baixo.
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