O paulistano que precisa marcar uma consulta na rede pública de saúde tem de enfrentar, em média, uma espera de 61 dias. Se o médico pedir algum exame, o paciente volta para a fila - desta vez para aguardar, em média, mais 76 dias. E se o diagnóstico indicar a necessidade de procedimentos mais complexos ou cirurgias o tempo médio da demora então é ainda maior: 166 dias. Os dados foram revelados hoje pelos Indicadores de Referência de Bem-Estar no Município (Irbem), da Rede Nossa São Paulo, e se referem ao universo de entrevistados que utilizaram os serviços públicos de saúde da cidade em 2010.
Os dados impressionaram o frade dominicano e escritor Carlos Alberto Libânio Christo, o Frei Betto, que fez palestra no evento de divulgação dos dados. Segundo ele, a questão "é muito grave". "É uma via-crúcis uma pessoa que não tem plano de saúde ser atendida em São Paulo. A verdade é que está havendo uma progressiva privatização da saúde no Brasil. São 44 milhões de brasileiros que têm plano privado, quando saúde é um direito do cidadão e um dever do Estado", afirmou.
O tema saúde não apresentou melhora na avaliação do paulistano de 2009 para 2010 - o índice de satisfação, numa escala de 1 a 10, foi de 5,1, abaixo da média de 5,5 geral do Irbem, que aborda 25 áreas. Entre os 14 indicadores relativos à saúde, "tempo médio entre a marcação e a realização de consultas" teve média 3,4, leve decréscimo em relação à sondagem anterior, de 3,7. Já "tempo médio entre a marcação e a realização de procedimentos mais complexos (cirurgias e exames especializados)" recebeu nota 3,7. O item mais bem avaliado foi "campanhas de vacinação", com índice 7.
Os serviços mais procurados foram distribuição gratuita de medicamentos (52%), atendimento ambulatorial (56%), consultas com especialistas (36%) e atendimento de emergência (27%). A sondagem mostra ainda que a rede de saúde pública da capital paulista está próxima a quase todos os habitantes da cidade - 91% têm posto de saúde próximo à sua casa, 80% têm pronto-socorro e 77%, hospital público. Além disso, o levantamento indica que a satisfação dos usuários com a efetiva prestação dos serviços é alta: todos os 22 serviços analisados, desde atendimento ambulatorial a socorro por ambulância, ficaram acima da média do setor.
www.estadao.com.br
Gastos com cartão corporativo totalizam R$ 80 milhões em 2010
Plantão | Publicada em 20/01/2011 às 19h11m
Valor OnlineSÃO PAULO - O governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva gastou no ano passado R$ 80 milhões com o cartão corporativo. O montante representa um acréscimo de R$ 15 milhões em relação ao volume registrado em 2009. Os números fazem parte de um levantamento realizado pela ONG Contas Abertas.
Em 2010, o Ministério do Planejamento foi quem mais usou o cartão corporativo. No total, houve um desembolso de R$ 19,3 milhões. A maior parte da verba teve como destino o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que realizou recenseamento demográfico em aproximadamente 58 milhões de domicílios brasileiros.
O segundo órgão que mais gastou no ano passado foi a Presidência da República (R$ 18,9 milhões). Nesse caso, as despesas foram influenciadas pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que teve gastos de R$ 11, 2 milhões. Por questões de segurança, não foi informado as razões destes desembolsos.
Criado em 2001 para estabelecer um controle sobre as despesas do governo federal, os gastos com o cartão corporativo somam desde então R$ 357,6 milhões. Nesse ranking, a Presidência da República aparece no topo, com desembolsos de quase R$ 105,5 milhões, sendo que 93% não podem ser revelados por se tratar de informações protegidas por sigilo.
Em 2008, reportagens veiculadas pela imprensa revelaram abusos no uso do cartão. O episódio provocou a demissão da então ministra da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, que usou o cartão para realizar uma compra no free-shop. No ano anterior, o ministro dos Esportes, Orlando Silva, comprou uma tapioca, no valor de R$ 8, com o cartão.
Agora, o PSDB promete enviar um requerimento à Presidência da República e aos 37 ministérios para que esclareçam os gastos com o cartão corporativo.
(Fernando Taquari | Valor)
Arrecadação federal sobe quase 10% e atinge recorde de R$ 805,708 bilhões em 2010
Publicada em 20/01/2011 às 15h59m
Martha Beck, com Valor OnlineBRASÍLIA - A arrecadação de impostos e contribuições federais atingiu R$ 90,882 bilhões em dezembro de 2010. O número representa um recorde para o período e um crescimento real de 16,17% em relação ao mesmo mês em 2009. No acumulado do ano, a sociedade brasileira pagou R$ 805,708 bilhões em tributos federais - maior valor já registrado no país e que equivale a um aumento real (com base no IPCA) de 9,85% sobre o ano anterior.
Segundo relatório divulgado pela Receita Federal nesta quinta-feira, o resultado histórico de 2010 foi decorrente do forte crescimento da economia.
A produção industrial, por exemplo, que subiu 11,27% entre dezembro de 2009 e novembro de 2010, alavancou a arrecadação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), que fechou o ano com alta de 23,75%. Já as vendas - que cresceram 14,43% no mesmo período - influenciaram o recolhimento de PIS/Cofins, que teve alta de 14,66% no ano passado. A massa salarial se refletiu na contribuição previdenciária, cuja arrecadação cresceu 10,73%.
Levando em conta apenas impostos e contribuições federais (receita administrada), a arrecadação em 12 meses totalizou R$ 545,341 bilhões, um aumento real de 10,25% em relação a 2009. As receitas previdenciárias somaram R$ 233,609 bilhões, com crescimento real de 10,73% sobre o ano anterior. As demais receitas (recolhimentos extraordinários, como royalties de petróleo e outras arrecadações atípicas) ficaram em R$ 26,759 bilhões, com queda real de 3,88% em relação a 2009.
O aumento nominal da arrecadação total em 2010 foi de 15,38%.
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