O RELATO DE UMA GUERRA REAL
Milton Corrêa da Costa, especial para o Blog Repórter de Crime
A guerra do terror no Rio, nesta quinta-feira, 25/11/10, acompanhada ao vivo e a cores pelo mundo, com cobertura de repórteres diretamente do front de batalha e comentaristas especializados, cuja imagem televisiva mais assustadora, sem dúvida, entre tantas imagens de violência dos últimos dias, foi a de dezenas de narcoterroristas, fortemente armados, em fuga desesperada ante a invasão policial, correndo em direção ao Complexo do Alemão, pode ser constatada pelo relato do conjunto de fatos e episódios, próprios de notícias de correspondentes de guerra, senão vejamos:
- pólícia monta a maior operação de sua história para combater o tráfico no Rio
e ocupa o bunker do tráfico da Vila Cruzeiro;
- moradores se trancam em casa ou deixam imóveis;
- bandidos tentam resistir com barreiras com carros incendiados;
- traficantes queimam pneus para dificultar visão de helicópteros;
- operação na Favela do Jacarezinho tem 7 mortos confirmados;
- onda de violência obriga o cancelamento de vários eventos;
- algumas escolas do Rio e em São Gonçalo suspendem aulas;
- empresas liberam funcionários mais cedo;
- Ministro da Saúde diz que violência compromete avanço de combate à dengue;
- Fetranspor alerta que alterações de itinerário podem ocorrer para proteger a vida
de passageiros e dos profissionais;
- onda de violência pode afetar o turismo no Rio e toma conta de redes sociais;
- população recolhe-se mais cedo;
- todas as forças de segurança em prontidão;
- hospitais com plantões reforçados;
- UPA de campanha é montada em área conflagrada;
- televisões interrompem programação normal e mostram a guerra do Rio ao vivo;
- polícia aprende armas de guerra e detem bandidos;;
- polícia apreende garrafas de gasoilina e detem incendiários;
- traficantes são transferidos para a penitenciária de Catanduvas;
- Polícia Militar pede que população evite sair à noite;
- Bope chega ao topo da Vila Cruzeiro;
- sub-chefe da Polícia Civil diz que Vila Cruzeiro pertence ao estado;
- lojas comerciais fecham as portas mais cedo;
- bandidos continuam a incendiar veículos desafiando o poder público;
- polícia pede que a população colabore com informações pelo disque-denúncia( 22531177)
- cai em 15% a frequência a bares e restaurantes;
- episódios de violência provocam corrida âs barcas;
-alguns ônibus são recolhidos mias cedo às garagens:
- ataques e ação da polícia são assuntos em jornais do mundo.
Tais notícias, da violenta quinta-feira no Rio, demonstram primeiramente que quando se tem vontade política e obstinação no combate ao poder paralelo não há áreas de exclusão à ação de polícia. Ou seja, o poder legal do estado tem que prevalecer. Um dia para entrar para a história da polícia. Por outro lado verifica-se também, ante o presente noticiário de guerra, que os remédios legais de contenção, a persistir o desafio do narcoterrorismo, certamente terão que ser mais potentes. A capacidade operativa das forças policiais tem limites. Uma metrópole como o Rio não suportaria viver durante muito tempo sob um cenário de terror. Os prejuízos seriam enormes. A restauração da ordem pública se faz iminente.O auxílio de tropas federais era mesmo inevitável.
Milton Corrêa da Costa é Coronel da PM do Rio na reserva
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