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terça-feira, 19 de janeiro de 2010

ONU perde controle sobre saqueadores no Haiti

Polícia perde o controle no Haiti

Saqueadores e gangues armadas tomam conta das ruas de Porto Príncipe. Caos se instala

A polícia haitiana e as forças da ONU perderam ontem o controle sobre os saqueadores e criminosos em Porto Príncipe. O que eram dezenas de pessoas transformou-se em ondas de centenas, talvez milhares, arrancando dos escombros das lojas tudo o que podiam, enquanto gangues armadas voltaram a ocupar território em outras favelas da capital, em um retrocesso de vários anos, desde que as forças da ONU, sob o comando brasileiro, conseguiram debelá-las, em 2006.

No antigo Mercado de Ferro, crianças, jovens, adultos, velhos, homens e mulheres vasculhavam as lojas à procura de qualquer coisa - alimentos, produtos higiênicos, cosméticos, ferragens, material de escritório - antes à venda no centro comercial.

Do alto de um prédio, homens jogavam caixas pela janela, que eram agarradas pela multidão na rua. Centenas se esgueiravam por entre os escombros, pisando sobre os instáveis blocos de concreto, amontoados sobre cadáveres que exalavam um forte cheiro. Até mesmo em um prédio pegando fogo alguns se desviavam das chamas à cata de algo de valor. Os saqueadores chegavam com sacos, caixas e até malas para o transporte do que quer que encontrassem.

Homens com pedaços de pau atacavam os saqueadores que reuniam os produtos mais atraentes, que por sua vez se juntavam e enfrentavam, desarmados, os assaltantes. Em geral, os saqueadores andavam em grupos de familiares e amigos. Caminhonetes com rapazes na carroceria passavam a toda velocidade pela Grande Rue, a principal avenida comercial do centro, buzinando e brandindo pedaços de pau.

Cerca de 20 policiais circulavam em caminhonetes, assistindo, impotentes. O terremoto, que pode ter matado 200 mil pessoas, reduziu pela metade o contingente da polícia. Quando os conflitos entre assaltantes e saqueadores se tornavam mais violentos, os policiais davam tiros para o alto com espingardas calibre 12. Os disparos fizeram a multidão se dispersar por alguns instantes, mas, em seguida, a atividade foi retomada.

Ao sair das lojas, os saqueadores já iam em busca de compradores para seus produtos. Um deles oferecia os óculos de sol que havia acabado de saquear. Um homem abriu a sacola para sua mulher, mostrando o que tinha conseguido: duas maçanetas de porta. “O que vamos fazer com isso?”, perguntou ela. Abordados pelos repórteres, invariavelmente, os saqueadores explicavam: “Faço isso porque estou passando fome.”

Americano morto

Um americano morreu ontem durante a operação de ajuda internacional no aeroporto da capital. Outros três sofreram ferimentos leves. O porta-voz das operações americanas, capitão John Kirby, não informou as circunstâncias em que o homem foi morto.

Para ajudar a controlar o país, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, pediu ao Conselho de Segurança o envio de mais 3.500 soldados (1.500 para forças policiais e 2.000 para missão de paz) para o país. “O mais importante agora é como coordenar de maneira efetiva e coerente toda a ajuda internacional, e fazer tudo sem que se desperdice tempo e ajuda.”

A União Europeia informou ontem que vai doar 429 milhões de euros. O Brasil aumentou a doação de R$ 15 milhões para R$ 35 milhões Lourival Sant’Anna com agências internacionais




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