Herivelto bate em Dalva ao vê-la nos braços de outro
26 de dezembro de 2009
Foto: TV Press
A história da união de Dalva de Oliveira e Herivelto Martins é tão intensa que cinco capítulos parecem pouco para que seja contada. Ainda mais que a próxima minissérie da Globo vai explorar não só a parceria musical, mas também - e, principalmente - todos os conflitos que marcaram a trajetória do casal, interpretado por Adriana Esteves e Fábio Assunção. Como, por exemplo, o tapa que o compositor deu na cantora, sua então esposa, ao flagrá-la aos beijos com outro homem nos bastidores da Rádio Nacional. "Trata-se de um grande drama, uma história real, que emocionou o País na época em que aconteceu. A separação deles foi uma das mais ruidosas da cultura brasileira", diz a autora Maria Adelaide Amaral.
Além de explorar as brigas públicas do casal - Dalva e Herivelto se atacaram a partir de músicas e até 22 artigos escritos por ele contra a mulher no Diário da Noite, famoso jornal da época -, a minissérie relembra o sucesso do saudoso Trio de Ouro, composto pela cantora, o compositor e pelo sambista Nilo Chagas, interpretado na tevê pelo ator Maurício Xavier. As cenas musicais, inclusive, mostram uma outra faceta de Fábio Assunção, que se aventurou emprestando a voz ao personagem. "Não me cobrei muito porque o Herivelto era mais conhecido pelo seu talento como compositor do que pelos dotes vocais", afirma o galã.
Uma característica que fica bem marcada é o descaso de Herivelto em relação ao casamento com Dalva. Como a cantora sempre foi a estrela da casa, cria-se a impressão de que ele só mantinha a relação amorosa em função do grande lucro que tinha com as apresentações realizadas com a mulher. Tanto é que a vida artística dele nunca mais foi a mesma depois da separação. Enquanto a carreira dela decolou ainda mais depois que foi apoiada pelas mulheres durante as brigas públicas com o ex-marido. "Eles tinham um lado passional muito forte. Além das publicações de Herivelto no jornal, muitas músicas retratam os conflitos dos dois", fala Adriana, que precisou fazer permanente nos cabelos para interpretar a cantora e usou diversas perucas para diferenciar cada período retratado. As brigas do casal foram tão intensas que eles chegaram a perder a guarda dos filhos. "Eles foram colocados em um internato", diz Maria Adelaide.
Para garantir a fidelidade à época, a equipe de cenografia remontou, em estúdio, o ambiente da Rádio Nacional. Para chegarem ao resultado final, os profissionais precisaram fazer mais de 60 plantas do espaço. Isso tornou possível aproximar ao máximo as medidas do auditório verdadeiro da rádio. Para a plateia, cerca de 250 cadeiras foram instaladas, a maioria delas preenchida em todos os shows por figurantes. "Foi difícil achar lugares no Rio de Janeiro que ainda conservam a arquitetura deste período", sinaliza o diretor, Dennis Carvalho.
Um dos maiores atrativos da minissérie é, sem dúvida, o repertório. Muitas músicas de sucesso da época de ouro do rádio serão ouvidas nas cenas gravadas não só na réplica da Rádio Nacional, mas também no Palácio Quitandinha, que, na minissérie, representa o histórico Cassino da Urca - entre elas, clássicos como Não me Conheço Mais e Rainha do Mar. "Sou uma amante da música brasileira e acredito que muitas pessoas serão preenchidas com essa sensação de nostalgia que me vem quando eu escuto. Além disso, os mais jovens poderão conhecer um pouco mais sobre pessoas e períodos que marcaram a cultura nacional", fala Maria Adelaide.
Sulamérica Trânsito
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