Genebra, 16 dez (EFE).- A brasileira Paula Oliveira, de 27 anos, acusada de ter inventado um ataque racista em fevereiro, foi declarada hoje culpada de "induzir a Justiça ao erro", no julgamento dela em Zurique, e condenada a pagar 90 dias de multa à razão de 120 francos diários (79 euros).
O único juiz encarregado do caso a condenou a uma multa menor que os 180 dias que o promotor pedia, enquanto o advogado de defesa tinha solicitado a absolvição da cliente, alegando que ela tinha problemas de personalidade.
Em 9 de fevereiro, Paula Oliveira, que reside legalmente na Suíça, denunciou que havia sido vítima de um grave ataque xenófobo na estação de Zurique, e por causa disso tinha sofrido um aborto e perdido os gêmeos que esperava.
Segundo o relato da jovem, três "skinheads" a atacaram e fizeram marcas em seu corpo com um objeto cortante, gravando na pele da brasileira a sigla SVP, que são as iniciais em alemão do partido ultradireitista suíço.
O caso causou polêmica no Brasil e as autoridades brasileiras exigiram que a Suíça fizesse tudo o necessário para encontrar e julgar os supostos culpados.
No entanto, o caso deu uma reviravolta quando, quatro dias depois da suposta agressão, os médicos legistas determinaram que a própria Paula tinha feito as marcas de cortes que apresentava pelo corpo e descartaram que ela estivesse grávida no momento do incidente.
Em sua primeira declaração hoje ao juiz, Paula Oliveira voltou novamente à primeira versão e se retratou da confissão de que tinha inventado a agressão.
"Fui agredida. Esta versão dos fatos correspondem à verdade que tenho registrada em minha cabeça", disse.
A jovem advogada disse que confessou ter inventado a história "para que o assunto fosse fechado o mais rápido possível".
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