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domingo, 22 de março de 2009

Porto: Café "Piolho" comemora os seus 100 anos com tertúlia que abre programa cultural

Porto, 20 Mar (Lusa) - O Café Âncora d'Ouro, no Porto, mais conhecido sob o lendário nome de "Piolho", abre este sábado a comemoração dos seus 100 anos com uma tertúlia sobre as lutas estudantis, disse hoje à Lusa o seu proprietário, José António Martins.


Porto, 20 Mar (Lusa) - O Café Âncora d'Ouro, no Porto, mais conhecido sob o lendário nome de "Piolho", abre este sábado a comemoração dos seus 100 anos com uma tertúlia sobre as lutas estudantis, disse hoje à Lusa o seu proprietário, José António Martins.

Participam nesta iniciativa o médico António Graça, em representação das gerações dos anos 40, o jurista e político Pedro Baptista (anos 60) e o matemático Paulo Morais, representando os estudantes dos anos 80, disse aquele responsável.

José António Martins referiu que o café só faz 100 anos no próximo dia 26 de Junho e que já está programada a segunda tertúlia, que se realiza terça-feira, às 19:00, com Luís Humberto Marcos, director do Museu Nacional da Imprensa (MNI).

O director do MNI abordará nessa ocasião "o olhar satírico de vários caricaturistas sobre Eça de Queirós e as suas personagens", o tema que o Museu tem presentemente em exposição no Teatro da Trindade, em Lisboa.

José António Martins afirmou-se "receptivo a todas as iniciativas no âmbito venham elas de clientes, amigos, fornecedores ou outras pessoas que queiram contribuir para levar o nome do Piolho cada vez mais longe".

"Temos para este ano marcados mais dois debates sobre lutas estudantis, um em Setembro e o terceiro em Dezembro", revelou.

Adiantou que o programa, em preparação, prevê também espectáculos de teatro da responsabilidade do actor António Capelo (ainda em produção), em data a definir.

Entre os eventos que pode já anunciar, José António Martins destacou que "na data que oficialmente se celebra o centenário, 26 de Junho, será descerrada uma placa alusiva à efeméride por iniciativa iniciativa da Federação Académica do Porto".

"Temos ainda prevista a edição de um livro, com a história dos 100 anos do Piolho, da autoria de Reis Lima, neto de um dos fundadores", acrescentou.

Haverá nessa data oferta de copos e chávenas alusivos às comemorações, e uma cervejeira oferece uma máquina de tirar cerveja para a melhor quadra que faça referência ao Café Piolho e aquela marca de cerveja, revelou José António Mmartins.

Situado na Praça Parada Leitão, em frente ao edifício da antiga Reitoria da Universidade do Porto, o "Piolho" era um entre os vários cafés situados na sucessão de espaços públicos formada pelas praças Guilherme Gomes Fernandes, Leões (cujo nome oficial é Praça Gomes Teixeira), Parada Leitão e Jardim da Cordoaria.

Desde a sua fundação, em 1909, que se tornou num centro de tertúlia estudantil e intelectual, testemunhando lutas de gerações de estudantes contra a ditadura.

O nome originário do café, Âncora D'Ouro, sobrevive, e está bem patente no amplo letreiro patente na sua fachada, mas todos na cidade - e fora dela - o continuam a designar como Piolho.

Actualmente é uma das referências do Porto, não só pela sua história (que pode ler-se nas placas de agradecimento de inúmeros cursos universitários - Letras, Medicina, Ciências e Engenharia, sobretudo - afixadas nas paredes) mas também pelas tertúlias de que foi sede.

"O Café Âncora D'Ouro foi centro de convívio por excelência... foi e sempre será o nosso querido Piolho (...)", lê-se numa placa que marca a comemoração dos 50 anos de Licenciatura do Curso Médico 1948-1954, uma das muitas dezenas exibidas nas paredes do estabelecimento.

O emblemático café apenas esteve fechado durante três meses, no princípio de 2006, para obras que visaram melhorar as condições de trabalho e adaptar o espaço aos novos regulamentos de higiene e salubridade.

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