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domingo, 22 de março de 2009

O discreto poder de Zé Dirceu


Depois de eleger o presidente da Câmara e ter sua anistia discutida abertamente, o ex-ministro mostra força nos bastidores da política, da diplomacia e no meio empresarial

Hugo Studart e Rudolfo Lago


Entre os aliados de Dirceu estão quase 60 dos 83 deputados do PT
A história registra que muitas vezes a política é dominada por homens de estilo discreto e personalidade forte. São lideranças que o imaginário popular costuma ver por trás de tudo o que acontece. Assim foi com o Cardeal Richelieu na França absolutista; com o monge Rasputin na Rússia czarista; com Henry Kissinger nos EUA pós-guerra; com o general Golbery do Couto e Silva no Brasil da ditadura militar. Guardadas as diferenças históricas e também ideológicas, de uns tempos para cá, o ex-ministro e ex-deputado José Dirceu de Oliveira e Silva é apontado como principal protagonista da cena política brasileira. A ele se atribui tudo o que ocorre de importante no País. Quem esteve por trás da eleição de Arlindo Chinaglia, o novo presidente da Câmara? José Dirceu. Quem estaria dando as cartas na escolha do novo Ministério do governo Lula? José Dirceu, naturalmente. Quem estaria conduzindo as políticas públicas de telecomunicações, siderurgia e biocombustíveis? Quem seria o emissário secreto do Brasil junto aos presidentes Hugo Chávez, Evo Morales e Fidel Castro? Dirceu, Dirceu e Dirceu. Em Brasília, alguns líderes discutem mais a atuação do ex-ministro José Dirceu do que temas fundamentais para a agenda brasileira, como o PAC, por exemplo. Há quem dedique mais tempo para se preocupar com uma possível anistia que estaria sendo tramada por Dirceu do que com a necessária reforma política. “É muito exagero. Estão criando mitos enganosos a meu respeito”, afirmou o próprio Dirceu, em conversa com ISTOÉ. Pode, de fato, haver exagero, mas, por outro lado, existe um bocado de modéstia na afirmação do ex-ministro.


O presidente Lula entrou no jogo para acalmar os ânimos na briga entre o ministro Tarso Genro e Zé Dirceu
Afastado há 20 meses do governo e da política formal, depois de ser cassado sob a acusação de comandar o mensalão, José Dirceu tem atuado em três frentes distintas. A primeira é o Dirceu privado, advogado e consultor. Seu escritório de advocacia, em sociedade com Lilian Ribeiro, antiga sócia nos anos 90, fica no bairro da Vila Clementino, São Paulo. Em frente, ele mantém um escritório de consultoria. “Preciso viver, tenho que pagar as contas”, justifica. Nessa atividade, Dirceu tem se valido do fato de que em toda a América Latina há hoje homens que, como ele, foram influentes líderes de esquerda na luta contra as ditaduras instaladas nos seus países e agora estão no poder. Isso ajuda bastante. Foi Dirceu quem assessorou o magnata australiano Rupert Murdoch na viabilização da fusão da Sky com a DirecTV no Brasil. Outro caso é o do venezuelano Gustavo Cisneros, dono de um dos maiores grupos de comunicações do continente. Cisneros estava rompido com Hugo Chávez e contratou Dirceu para negociar uma paz honrosa. E, nos últimos dias, Dirceu tem viajado muito à República Dominicana a fim de viabilizar para um grupo privado brasileiro um grande entreposto de exportação de etanol para os Estados Unidos. “Todos que deixam o governo trabalham em consultorias ou em bancos. Como todos os ex-ministros, ex-embaixadores e ex-governadores, sou procurado. Dou consultorias e cobro por elas”, diz o ex-ministro.

Outra frente de atuação do ex-ministro se dá no interior do próprio governo. Embora o presidente se esforce para diminuir a força do poder que Dirceu ainda exerce, Lula não consegue evitar ter com ele uma relação de dependência mútua. Lula tem mais votos que o PT – e é peça importante para elevar o partido ao poder. Dirceu, por sua vez, tem o mapa do partido, o que significa grande ascendência sobre a legenda. Dos 83 deputados federais do partido, entre 56 e 60 formam uma espécie de “Bancada do Zé Dirceu”. Nem reservadamente Dirceu fala mal de Lula. Nem Lula fala de Dirceu. Dirceu garante, porém, que não tem mantido conversas com o presidente. Segundo ele, a última vez em que os dois se falaram, por telefone, por poucos minutos, foi no aniversário de Lula, em outubro. Os recados de um para outro se dão por intermediários. Os mais constantes são o secretário particular da Presidência, Gilberto Carvalho, e o ministro da Justiça, Marcio Thomaz Bastos. “Não faço lobby e não tenho nenhum papel de articulação no governo, mas é claro que converso com meus amigos”, diz Dirceu. Quando ministro da Casa Civil, passaram por seu crivo pessoal mais de seis mil nomeações políticas para cargos de confiança. Muitos permanecem na administração. Sua própria substituta na Casa Civil, Dilma Rousseff, tem laços com Dirceu, embora durante um bom tempo tenha se esforçado para desvincular-se. Dias antes da eleição de Chinaglia para a Presidência da Câmara, o ex-ministro esteve em Brasília. Espalhou-se na cidade que ele se reunira com o próprio Chinaglia. “Foi com alguém mais importante”, respondeu José Dirceu. Foi mesmo. A reunião foi com Dilma Rousseff.

A terceira frente de atuação de Dirceu é política. Daí que emerge a parte resplandecente de seu poder. “O Congresso cassou o direito de me eleger, mas não o de votar e de fazer política”, lembrou a um amigo. Desde as primeiras denúncias sobre a existência do mensalão, Dirceu trabalhou fortemente para não sucumbir com a sua cassação. Quando as eleições chegaram, ele se dedicou a auxiliar seus aliados a buscarem postos no Congresso. Em São Paulo, ajudou João Paulo Cunha e José Mentor. No Pará, Paulo Rocha. Do Rio de Janeiro, veio Luís Sérgio, eleito na semana passada o novo líder do partido na Câmara. Ainda assim seu grupo estava de moral no chão, apontado como a bancada dos mensaleiros. Na virada do ano, Lula e seus articuladores políticos, Tarso Genro à frente, só falavam em reduzir drasticamente a influência do PT junto ao governo. Duas frentes, então, associaram-se. De um lado, petistas do Campo Majoritário fora do núcleo paulista que buscaram ascender no vácuo da queda de Dirceu e seu grupo. De outro, os demais partidos da base aliada imaginando que poderiam crescer à custa do desgaste vivido pelo PT. Foi aí que Dirceu engrossou o seu exército e a luta tornou-se mais violenta.

A vitória de Arlindo Chinaglia na Presidência da Câmara foi a primeira etapa de um plano de seis passos arquitetado por Dirceu. O segundo passo ele transpôs na semana passada ao eleger como líder da bancada petista Luís Sérgio. O próximo passo, na semana que vem, será conseguir emplacar nomes em postos importantes da Câmara, como a Comissão de Orçamento. A idéia é, assim, deixar claro que qualquer negociação no Congresso terá de passar necessariamente por parlamentares ligados a ele. Com isso, Lula não poderá ignorá-los na hora de montar seu novo Ministério – o quarto passo. Então, a prioridade de Dirceu será colocar Marta Suplicy na Educação, tirando dali Fernando Haddad e demolindo a principal estrutura de governo que Tarso Genro domina. Obtido tudo isso, Dirceu imagina que estará pronto para vencer de vez a disputa interna e manter sua influência no partido. “O PT tem que se renovar e se reformar. Esse negócio de refundação não serve. Seria fundar outro partido, que não será o PT”, diz o ex-ministro. Mas essa não será uma tarefa fácil. O grupo de Tarso tem força. O documento apresentado por eles na quinta-feira 8, propondo mudanças no PT e acusando “autoritarismo” da direção adotada por Dirceu (embora sem citá-lo nominalmente), denominado “Mensagem ao Partido”, tem a adesão de 214 petistas de alto coturno, como os governadores de Sergipe, Marcelo Déda, e do Pará, Ana Júlia Carepa. Por determinação de Lula, nenhum ministro, além de Tarso, que já estava publicamente envolvido com a sua elaboração, aderiu ao texto.

Se tudo isso seguir como Dirceu planeja, chegará, então, o sexto e último passo: a revisão da sua cassação. Inicialmente, ele imaginou chegar à anistia pelo clamor popular. Reuniria mais de um milhão de assinaturas em um projeto enviado ao Congresso. Uma pesquisa encomendada por ele, no entanto, gorou o seu plano. Ela mostrava que sua rejeição ainda é muito grande. Ele não conseguiria mais de um milhão de adesões. Agora, ele pensa em fazer com que o projeto apareça apresentado por um deputado. Embalado pela vitória de Chinaglia, sua turma animou-se nesse sentido. A trava veio, então, de Lula. O presidente determinou a Gilberto Carvalho que pedisse a Dirceu que adiasse seu plano de anistia. Dirceu aceitou. Retomará seu projeto depois de setembro, quando acredita que o PAC já estará aprovado. “Não dá para inverter a agenda do País”, admite. Dirceu, porém, exigiu uma contrapartida. Tarso Genro terá de parar também de tentar cassá-lo dentro do PT. Aceitas as condições, Dirceu zerou o jog



COMO PROTEGER NOSSAS CRIANCAS



Determinar uma ação para impedir que nossas crianças venham a ser atacadas por um pedófilo na Internet não é uma tarefa fácil. Temos obrservado uma tecnologia galopante sendo aberta diante dos olhos de jovens e de crianças, tecnologia que não consegue ser seguida pela maioria dos pais. Diante disto, como orientar uma criança contra um ataque de pedófilos que estão aos milhares nos sites web e mesmo em lugares tão comuns, como os messengers (bate-papo)? A escola assume uma grande responsabilidade como aliada desta campanha na orientação das crianças.

O que sabemos é que o pedófilo não porta um perfil de pedófilo e na maioria dos casos o pedófilo é um amigo da família, tem o concentimento da família e pior, é amigo da criança. Partindo daí, a criança aceita o abuso, por mais chocante que isto possa parecer. Sendo um ser humano em formação, sua curiosidade ajuda mais do que tudo ao pedófilo.

O controle parental utilizado por um número cada vez maior de pais é necessário, mas ajuda pouco no que se refere à impedir o acesso a sites de pedofilia. Não creia você que os sites pedófilos se encontram neste nivel de interdição. Eles são colocados no ar com função «non-clic» o que interdita os robôs de sites como Google, Alta Vista e Yahoo de tetectá-los. Os sites pedófilos são mantidos em segredo, escondidos e são apresentados nos bate-papos (messengers etc). Claro que no Orkut eles existem em grande quantidade, mas pouco a pouco, aqueles acessíveis à Polícia Federal brasileira, vão sendo fechados, mas ainda resta muito a fazer na Internet e diariamente as denúncias se multiplicam.

A melhor atitude é não abandonar seu filho diante do computador. Fale com ele. Explique!
Em caso de denúncia, o número 100 foi colocado à disposição da população. Denuncie!.

Disque 100.

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