Sindicalismo da Petrobras inicia sua mobilização nacional
Além de reajuste, reivindica a volta do monopólio estatal
A FUP (Federação Única dos Petroleiros) deflagra nesta sexta-feira (5) a sua campanha salarial de 2008.
O movimento já nasce impregnado de ideologia. O sindicalismo da Petrobras pede o reajuste dos contracheques enrolado na bandeira do “Pré-sal é Nosso.”
No pedaço monetário de sua pauta de reivindicações, os petroleiros exigem aumento de 12% —7% de reposição de perdas; 5% de reajuste real, acima da inflação.
No naco extra-salarial da agenda, a FUP se propõe a liderar uma “ampla mobilização nacional para garantir o controle estatal e social das reservas do pré-sal.”
Na última quarta (3), em reunião ocorrida na sede paulistana da CUT, os petroleiros ganharam a adesão da barulhenta CMS (Coordenação dos Movimentos Sociais).
É uma logomarca sob cujo guarda-chuva espremem-se entidades como MST, Via Campesina, UNE e UBES –todas simpátics ao petismo.
Nos próximos dias, vão às ruas para defender teses inspiradas na prosperidade petrolífera do pré-sal. Coisas assim:
1. Restabelecimento do monopólio estatal do petróleo;
2. Fim das concessões a empresas estrangeiras para exploração de petróleo e gás;
3. Destinação social dos recursos gerados pela prospecção do pré-sal;
4. Fortalecimento da Petrobrás como “empresa eminentemente pública.”
Com o auxílio dos “aliados sociais”, os petroleiros tentam coletar 1,3 milhão de assinaturas, para protocolar no Congresso um projeto de lei de iniciativa popular. Levou-se à rede um formulário.
Uma proposta que visa ajustar o marco legal do petróleo aos anseios nacionalistas do sindicalismo petroleiro.
A FUP foi criada em 93. É filiada à CUT. Reúne 18 sindicatos estaduais. Diz representar algo como 150 mil trabalhadores, entre ativos e aposentados.
Não dá para impor as vontades do movimento. Mas é o bastante para fazer barulho. Sobretudo se os sem-terra e os estudantes levarem a sério a promessa de apoio.
Escrito por Josias de Souza às 00h34
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